Ele acorda, olha para os lados e nada reconhece. Paredes sujas o cercam, algo pinica seu corpo e o odor do ambiente é fétido. Seus ossos e cabeça doem, e ele mal consegue se mexer, mas esforça-se assim mesmo, pois a náusea é mais forte que a dor. Sa...
Soube que queriam me conhecer. Prazer, sou Lucas (Com "S").
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Capítulo 7º
Corpo traidor.
— Quer dizer que essa música é pra ela. — Não é uma pergunta, apenas uma constatação. — Como ela é, Luca? — pergunta Xandão.
— A Nina? — Lucas limpa o rosto discretamente e ergue a cabeça. — Ela é... linda!
— Sim, tá. — Sorri. — Deve ser mesmo, mas...
E, bem neste momento, ouvem Muriel chamar por Lucas no corredor.
— Luca, você ainda está aí! — diz ela, ao escancarar a porta. — Quase todos já chegaram, querido.
— Por que é mesmo que tenho que participar dessa festa? — pergunta Lucas a Muriel, enquanto apoia a mão no queixo, em uma expressão reflexiva.
— Alexandre, você, que é o assistente pessoal dele, queira explicá-lo, por favor. — Muriel dá as costas e, olhando sobre os ombros, diz: — Eu não faço a menor ideia de que explicação dar aos jornalistas, que estão lá em baixo, a respeito do sumiço dele. A menos que queiram que eu conte a versão verdadeira, é melhor descerem logo. — Sai, batendo a porta.
— Detesto essa mulher! — murmura Lucas, ainda com uma expressão séria e agora também raivosa.
— Luca. — Xandão chama-lhe, várias vezes, a atenção, chegando a passar a mão na frente dos olhos do chefe, que nem piscam. — Luca, fala alguma coisa, que estou começando a ficar preocupado.
— Estou só pensando, Xandão.
— Lembrou de algo? — pergunta Xandão, esperançoso.
— Não, não... quer dizer, sim, mas...
— Então as lembranças estão voltando. É isso?
— Não, infelizmente não.
— Quem sabe, se tu vir outros vídeos, ou ler as coisas que escreve naqueles teus cadernos, se lembre de algo?
— Que cadernos?
— Aqueles que... ah, cara, desculpa! Eu esqueço que tu esqueceu. — Sorri antes as próprias palavras. — Seguinte... tu anda sempre com uns caderninhos embaixo do braço. Diz que é pra quando batem as ideias das músicas, saca? Tu é bom nas letras e escreve pra cacete. Vez ou outra, te vejo com um novo.
— E onde estão esses cadernos?
— Sei lá! — Ergue o cenho. — Se não estiver aqui, deve estar lá no teu quarto.
Lucas olha para a estante e só vê livros, então procura nas gavetas da mesa, mas nada encontra.
— Luca, deixa isso pra depois — alerta. — É melhor tu se arrumar e descer, que a tua mulher não é muito boa das ideias, não. Vai que ela fale alguma besteira pros jornalistas.
