DESPERTAR

Capítulo 9º

Oi, leitores lindos!!!

Meu bom dia de hoje vai de, literalmente, despertar. Rsrs... 

O capítulo de hoje é algo real, ou seja, acontece com muita gente que tenta se libertar dessas "coisas". Espero que gostem.

Beijos na alma!!!

Capítulo 9º

O corpo fala

Lucas já revirou todo o quarto atrás dos tais cadernos que Xandão mencionou, mas nada encontrou, além de uma brochura em branco, sobre a mesinha, ao lado da cama. Não consegue imaginar onde possa tê-los deixado e começa a se perguntar se alguém teria interesse em pegá-los.

Mas... quem?

Tentar descobrir o que houve de errado em sua vida, tendo apenas retalhos de informações, perturba-o tanto que há três noites ele não dorme e mal come. Saiu do quarto apenas duas vezes, desde a festa. A primeira para praticamente forçar seu assistente a retirar dois dias de folga, já que este ficara muito tempo longe da família, sendo seu acompanhante no hospital; a outra para pegar algumas coisas na cozinha e levar para o quarto, a fim de evitar cruzar com Muriel pela casa.

Seu corpo já mostra claros sinais de cansaço. Olheiras, dor de cabeça, tensão nas costas... e seus pensamentos começam a não fazer mais sentido. Se é que fizeram em algum momento. A verdade é que sua atual vida não faz sentido algum.

Sentado na poltrona, ao lado da cama, Lucas olha ao redor de seu luxuoso quarto. Mesmo possuindo uma enorme TV e aparelho de som de última linha, ainda não teve a curiosidade de ligá-los. Precisa de silêncio para ouvir os próprios pensamentos e suas lembranças, por si só, já têm feito muito barulho. E, depois, tem medo do que possa encontrar de novidade. É como se cada pedacinho que descobre sobre seu presente conduzisse à certeza de que tudo o que está vivendo no momento é realidade. Ainda precisa agarrar-se à esperança, que atualmente está por um fio, de que seja apenas um sonho.

Seu corpo todo pede por descanso, e sua mente ainda mais. Quem sabe, se conseguir dormir, ao acordar, descubra que tudo realmente não passou de um pesadelo maluco. Lucas tem consciência de que, provavelmente, há algo no armário do banheiro que possa ajudá-lo nessa missão. A enorme quantidade de frascos de remédio de tarja preta que viu lá, sem dúvida, daria para abrir uma farmácia.

Força, Lucas! Não vai tomar remédio algum. Há horas repete para si essa frase, a fim de afastar os pensamentos insistentes que se instalaram em sua mente sem pedir permissão e que o estão atormentando. Então pega o caderno em branco e a caneta sobre a mesinha ao lado e descreve em palavras o que sente. Depois de ler, escrever sempre foi sua terapia.

APRISIONO-ME PARA TE LIBERTAR

Olho ao redor e não reconheço nada

O tempo me armou uma cilada

Só há você em minhas lembranças

É, tudo indica que não há mais esperanças.

A dor do esquecimento machuca.

Qual a minha culpa?

É cruel não entender essa mente maluca.

Preciso agir

Não posso deixar mas nada pra depois.

Arrependimento é algo que basta sentir um de nós dois.

E em meio ao esquecimento só cabe um entendimento:

Eras o meu alento.

Se me aprisionei, foi para te libertar