"Você era a sombra para minha luz
Você sentiu nossa conexão?
Um novo começo
Você desaparece
Com medo de que nosso objetivo esteja distante
Quer nos ver..."
- Alan Walker, Faded
A voz irritante do locutor da rádio dando um bom dia e anunciando o início de mais um programa me faz acordar assustada, quase caindo da cama.
Bufo quando a ficha cai aos poucos que não, eu não estou de férias. Muito pelo contrário, é o primeiro dia de aula do ano.
Mau humor matinal é um troço estranho, né? Você mal abre os olhos e já quer que o mundo se exploda e morra.
Jesus, me dê forças para aguentar mais um ano sem ser presa por cometer um crime de ódio contra alguém daquele lugar.
Depois da minha oração matinal me arrasto para fora da cama e como uma boa sedentária não faço qualquer tipo de alongamento ou exercício antes de me enfiar no banheiro e tomar um banho, aproveitando todo o meu mau humor matinal ao som da música pop desconhecida por mim que tocava alto no rádio.
Depois de devidamente pronta, desligo o rádio, recolho minha mochila e celular antes de sair do quarto.
Essa hora da manhã meu pai ainda estava no plantão do hospital, e minha mãe, como uma boa desempregada, não acordaria até que eu voltasse da escola. Não a julgo, se eu tivesse a estabilidade financeira maravilhosa que ela tem e um marido médico, eu não trabalharia nem sob ameaças do governo. Não que isso seja uma regra, eu só gosto de dormir e apenas isso, mesmo. Não me identifico e nem me interesso por nada mais. Talvez seja a idade, talvez seja a depressão, ou eu sou uma preguiçosa nata no final das contas.
Chego na cozinha e recolho alguma garrafinha de iorgute que acho na geladeira, bebendo o conteúdo apenas como desculpa para minha consciência que me atormentava quando eu saía de casa de barriga vazia.
Assim que abro a porta e saio de casa, o encontro.
Como sempre, Cody estava sentado no pequeno batente em frente minha casa, me esperando sair.
Sorrio amigável para ele, que vem até mim.- Demorou, quase achei que estivesse esquecido que hoje é o primeiro dia de aula.
- Como eu poderia esquecer, se você me atormenta há duas semanas com isso? - resmungo sem humor, ouvindo seu riso absurdamente gostoso.
Conheci Cody em um hospital, quando eu tinha meus poucos seis anos. Eu sofri um acidente de carro e passei oito meses em coma.
Bom, isso é o que meus pais dizem, pois com o acidente, grande parte da minha memória se foi. Me disseram que a batida tinha sido na cabeça, e faz sentido já que eu não faço a menor ideia de como, quando e onde aconteceu.
Também não fiz muita questão de saber na época, e acharam melhor não darem detalhes. Afinal, eu não havia esquecido nada realmente importante. O que importa pra mim é que quando acordei ele estava ao meu lado, e nunca mais saiu.
- Vamos? Vou te levar na escola hoje. - Cody dá uma piscadela, enfeitando sua cara junto com o sorriso debochado.
Cody, apesar de parecer adorável, era um ótimo de um malandro que abandonou os estudos há anos. Ele tinha uma família, mas não de sangue. Cody disse que foi separado de seus pais há alguns anos, e sua nova família estava pouco ligando para seus estudos.
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Imaginário [CONCLUÍDA]
RomanceCody é simplesmente a minha pessoa favorita. É meu melhor amigo, meu parceiro, meu refúgio, minha casa e meu porto seguro. É para ele que eu conto todos meus segredos, as coisas que mais amo e as que mais detesto. Ele é meu melhor amigo e somos inse...