Imaginário [CONCLUÍDA]

Uma História Triste

Esperamos mais alguns minutos até o homem que me diagnosticou no centro psiquiátrico chegar, dando um boa noite firme e enchendo o ambiente com sua presença passível.

— Estarei aqui para controlar a situação e ter certeza que não sairá do seu limite. — ele me olha atencioso, antes de desviar o olhar para a sujeita ao meu lado

— Essa mulher tem algo para te falar sobre o seu passado, que apesar de tudo é importante você saber e pode explicar muito do seu comportamento. Estou aqui pra clarear a situação quando ela acabar de lhe contar, ok? — assinto, até porque ele me passava segurança, eu podia confiar nele.

Afinal, é isso que psiquatras fazem. De qualquer forma, eu não tinha muito o que perder naquele momento.

— Tudo bem. — minha mãe respira fundo, me segurando com carinho e sentando junto comigo no sofá, com meu pai logo no meu outro lado, segurando firme minha mão.

Eu estava tão assustada naquele momento que sentia meu corpo á um fio de explodir.

O médico e a mulher sentaram lado a lado, mas não muito próximos. 

— Meu nome é Roxy. — sua voz sai fraca e sofrida — Eu estava no lago no dia... bom, no dia que você foi lá. — ela respira fundo e eu sinto minhas mãos soarem enquanto meu pai apertava uma delas — Preciso te mostrar uma coisa.

Suas mãos sofridas vão até a bolsa velha que segurava, e de lá tira um papel. As lágrimas em seus olhos pareceran triplicar enquanto ela olhava uma última vez para o papel antes de me entregar.

Era uma foto.

Uma foto minha.

E de Cody.

Como?

Engulo o choque que senti, tentando receber o turbilhão de perguntas e sentimentos que me atingiam em cheio com toda força naquele segundo. Era como um avalanche e eu era pequena e frágil demais para lidar com aquilo. 

Passo os dedos trêmulos pelo rosto jovem de Cody. Ele estava do mesmo jeito que eu o conheci: um garotinho pequeno e risonho, com o rosto cheio de pintas. Ao seu lado, lá estava eu, não tão sorridente e animada como ele, como sempre.

Como?

Quando essa foto foi tirada? Éramos nós mesmo? Eu não lembro de ter a tirado, de ter vivido isso á algum dia, e por quê essa mulher tinha a foto? Por que meus pais já sabiam?

Que droga está acontecendo aqui?

— É o Cody. — minha voz sai falha quando arrisco olhar para o  médico, que fecha os olhos e suspira pesado.

Roxy, então, cai em um choro forte, me olhando horrorizada.

Eu estava tão assustada e confusa que ao menos me importei com seu estado antes de disparar as perguntas que conseguia lembrar.

— Por que você tem essa foto? Você a tirou? Você conhece ele? Pode ver ele também? E que dia foi esse? Por que eu não lembro? — dessa vez olho para meu pai, tentando focar em seu rosto além das lágrimas que cobriam meus olhos — Foi o acidente?

— Eu sou a mãe de Cody. — olho assustada para Roxy ao ouvi-la, negando com a cabeça assustada — Eu fui a mãe de Cody. Antes de ele morrer, há oito anos atrás.

O baque de suas palavras chegou a me deixar tonta, enquanto eu tentava entender. Não! O que essa louca está dizendo? Ela não poderia ser a mãe de Cody! E ele... ele não estava morto.

Cody estava vivo e muito bem vivo, eu o vi há dias atrás. Oito anos? Qual era o seu problema?

Olho mais uma vez para a foto, sentindo tudo dentro de mim doer.