Oficialmente eu tinha uma certeza: queria estar morta.
As quatro semanas seguintes foram um inferno sem Cody.
Esperei que a dor passasse com o tempo, mas não aconteceu. Já poderia dizer que estava acostumada a viver com ela.
Minhas aulas em casa começaram e essa foi a única coisa que eu podia agradecer naquele momento. Na primeira semana meus pais me trataram como criança e com uma cautela que chegou a me ofender, como escolher a roupa que eu iria usar enquanto eu tomava banho. No fundo eu sabia que era apenas para se certificarem de que eu não via Cody no banheiro e conversava com ele, mas fingi que não.
Ligava meu celular e só encontrava milhares de mensagens de Sara e Marie, que continuavam a tentar uma amizade, muito provavelmente por pena de mim. O pensamento me desanimava, e preferi que estava melhor sem elas.
A única hora boa era ao adormecer. Todas as noites eu procurava dormir bem e cedo, pois dentro de mim alimentava uma esperança ridícula que Cody vinha velar meu sono. Seria loucura dizer que eu poderia sentir sua presença mesmo dormindo e sonhando?
Talvez eu não estivesse em minhas perfeitas faculdades mentais mesmo. Talvez devesse parar de cuspir os remédios e aceitar a ideia que precisava deles.
Com o cuidado superficial dos meus pais sendo amenizado com o tempo em que se convenciam que meu tratamento realmente adiantou de algo, eu tentava arranjar uma maneira de ir até Cody. Se ele não aparecia para mim, eu iria aparecer para ele, não faz sentido?
Me lembrei de Roxy, onde ela estaria morando?
Uma ideia torturosa veio em mente, e logo desconsidero. Não, eu não me machucaria. Isso não iria fazer Cody voltar.
Eu precisava ir até ele.
Encaro meu professor que agora dava filosofia, curiosa, atraindo sua atenção.
- Não está entendendo? - ele perguntou com seu sotaque forte, franzindo o cenho.
- Estou, estou. - menti, balançando a cabeça freneticamente - Só estava pensando em uma coisa.
Seu cenho se desfranziu, dando lugar á uma expressão horrível que acredito ter sido feita na intenção de parecer maliciosa, e vi que ele estava pensando besteira.
Ótimo.
- Mas meus pais não podem saber. - sorrio de lado, o encarando sugestiva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Imaginário [CONCLUÍDA]
RomanceCody é simplesmente a minha pessoa favorita. É meu melhor amigo, meu parceiro, meu refúgio, minha casa e meu porto seguro. É para ele que eu conto todos meus segredos, as coisas que mais amo e as que mais detesto. Ele é meu melhor amigo e somos inse...