Por Eduardo:
Tentei ignorar o que a Rafa tinha falado mais cedo.
"Não quero perder a sua amizade."
Fui tão idiota de tê-la beijado, como não notei antes que ela só me enxergava como um amigo?
Depois da nossa conversa eu me retiro, ela não tinha mais nada pra falar comigo.
As aulas passaram depressa, tanto que nem prestei atenção em nada.
Não consigo entender aquela garota.Ela me pede desculpas e depois joga na minha cara que não queria nada comigo, e depois ainda fica me encarando na sala, como se estivesse dizendo :"ele não vai se sentar do meu lado?".
Droga Rafa!Tenho que parar de pensar em você.
Enfim toca o sinal para o intervalo e me junto com meus amigos, como sempre.
-Edu!-Paulo me chama-Cê tá bem cara?
-Tô sim.
Paulo é um grande amigo meu, foi ele que me deu apoio quando meus pais morreram.Aquele foi o pior dia da minha vida.Ainda me lembro de todos os detalhes daquela noite.
Era dia 17 de dezembro e eu estava comemorando meu aniversário de 18 anos em uma festa na casa do Caio, estávamos eu e ele nos embebedando quando ouvi o som de sirenes.Alguém havia chamado a polícia, talvez pelo fato de ali haver menores de idade, música alta, muita bebida e drogas.
Olhei assustado para Caio que logo já estava pulando uma janela da casa, fui atrás dele e acabei caindo no jardim.Sinto meu celular vibrar no bolso da minha calça, o pego e vejo que era a minha mãe ligando, ela obviamente deveria estar morta de preocupação.Atendo e peço pra ela ou meu pai virem me buscar, pois eu estava bêbado e não tinha como ir embora já que estavam todos bêbados e ja tinham na certa fugido dali.
Vou correndo até uma rua próxima e vejo de longe o carro dos meus pais na estrada vindo na minha direção.
E então eu vi a pior imagem da minha vida.
Um caminhão estava indo em uma velocidade muito rápida na direção contrária a deles, fiquei em pânico quando o caminhão perdeu o controle e se chocou contra o carro dos meus pais que capotou no mesmo instante.
Comecei a correr desesperadamente até o local do acidente, mas por conta da bebida eu tropeçava algumas vezes.Me aproximei do carro dos meus pais, que se encontrava totalmente deformado e amassado.Me inclinei sobre a porta do motorista, pude ver o rosto dos meus pais cobertos de sangue.
Eles morreram no mesmo momento da batida.
Eu chorava amargamente e socava o chão com raiva de mim mesmo.
Quando a ambulância chegou eu só conseguia gritar : "é minha culpa, foi minha culpa, eu sou o culpado!".
Tiveram que me sedar.No outro dia, fiquei sabendo que o motorista do caminhão estava bêbado e havia sido preso.
A dor da culpa pelos meus pais terem morrido me atinge todos os dias.
Se não fosse por aquela ligação, se eu não tivesse pedido para eles me buscarem, se eu escolhesse comemorar o meu aniversário com minha família em vez de ter ido naquela maldita festa, meus pais ainda estariam vivos.Eu nunca vou me perdoar por isso.Eu matei as duas pessoas que eu mais amava na minha vida.
Lembrar dessas coisas me dói tanto, tanto.É dificil seguir em frente, é dificil ser forte o tempo todo, mas é preciso.
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Meu protetor
Teen FictionA história é sobre Rafaella, uma garota de 17 anos apaixonada por Eduardo, que é um grande amigo seu.Porém, ela não demonstra seus sentimentos a ele com medo das ameaças de uma garota de sua escola, chamada Sara, também ex-namorada de Eduardo. Sara...