Quinta rosa, a mais bela

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LOUISE

— Assim você me mata baixinha. — enquanto Gale brincava com Chloe na sala, eu terminava de escrever uma matéria e algumas vezes me distraía vendo elas brincarem.

— Filha, cuidado para não machucar a Gale. — não adiantava nada eu dizer isso, a garotinha se jogava no colo dela, pulava de um lado para o outro e ria como nunca.

— Não se preocupe, Lou, hora que eu pegá-la. — Gale pega ela pelas pernas e a pendura de ponta cabeça, eu não sabia se ria ou brigava com ela.

— E agora baixinha? — minha filha ria como se não existisse um amanhã. Gale fazia o mesmo segurando a menina pelas pernas.

— Me solta. — Chloe pediu e Gale a colocou no chão, ela correu até mim toda suada e ofegante e começamos a rir.

— Filha, vai tomar um banho e fazer sua tarefa. — disse a ela colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha e então ela se queixa.

— Mas mãe! Quero brincar com a tia Gale. — olho para Gale e ela estava tão ofegante quanto Chloe.

— A tia Gale e eu precisamos conversar, por favor, querida. — ela me olha como um cachorro sem dono e eu faço o mesmo, ela se rende e sobe as escadas até o quarto dela.

— Sua filha é impossível. — Gale se levantou do sofá e veio em minha direção se sentando ao meu lado.

— Sabe, eu nunca a vi tão feliz e sorridente assim, ela gosta mesmo de você. — me aproximo de seus lábios e a beijo devagar.

— Fico feliz com isso, como vai o trabalho? — seguro sua mão e mostro a ela um pedaço da matéria que eu estava terminando de editar.

— Olha só, muito bom Lou. — ela beija meu rosto e fica me olhando por alguns minutos.

— Amanhã vamos viajar... — digo meio cansada.

— Quer desistir?

— Não Gale, eu quero viajar com você, quero um tempo com você. Quero entender o que sinto por você. — ela solta minha mão e seu olhar muda.

— Como assim? — Gale se levanta da cadeira e vejo que ela está com medo da minha resposta.

— Eu gosto de você, só não sei se é certo me relacionar com você. Eu tenho uma filha, isso não te assusta? — ver ela andando de um lado para o outro já estava me agoniando.

— Não! Eu gosto muito dela, eu faria de tudo para vê-la sorrir e faria o mesmo por você, ainda, sim, você diz que não me quer? — o meu medo naquele momento era ela ir embora e nunca mais voltar, que merda estou fazendo.

— Gale eu... — me levanto e vejo minha filha descer as escadas assustada e então nós duas olhamos para ela.

— Mamãe não consigo dormir... — apesar de o clima estar bem pesado ver minha filha fez tudo aquilo sumir, ela foi até Gale que a pegou no colo.

— Meu amor... — antes que eu possa terminar, Gale me interrompe com apenas um olhar.

— Deixa comigo. — ela subiu as escadas com minha pequena no colo e a colocou para dormir.

O que eu estou fazendo? Eu amo aquela mulher, ela me faz bem e me ajuda, aceitou minha filha como se fosse dela também e não liga de sou uma mãe solteira, ela foi atrás de mim, permanece do meu lado e cuida de mim e o que eu faço para recompensar tudo isso? Eu simplesmente digo que não sei se a amo.

— Podemos ter essa conversa outra hora? Estou cansada. — depois que ela conseguiu colocar Chloe para dormir, veio até o sofá onde eu estava sentada e deu um beijo em minha testa.

— Vou para casa, boa noite. — antes que ela saísse novamente, eu segurei seu braço e então ela virou me olhando com um olhar cansado e deprimido.

— Gale, eu... preciso te dizer uma coisa. — ela segura minha mão e levanta meu rosto, fazendo eu olhar em seus olhos azuis como o mar.

— Eu sei o que você sente por mim, por isso nunca te deixei e nunca te deixarei. — meu coração dói e meu rosto começa a ficar quente e quando vejo...

— Tudo bem. — ela tenta me abraçar, mas eu a afasto tentando enxugar minhas lágrimas e tentando terminar minha frase.

— Não, eu preciso te dizer... eu te amo Gale, amo mesmo e não sei o porquê demorei tanto para te dizer isso. — um sorriso surge em seus lábios e ela me abraça forte.

— Diga alguma coisa... por favor, não fique calada... — tenho que dizer em meio a soluços enquanto ela apenas esbanjava um sorriso.

— Amo você. — ela sussurra perto do meu ouvido e eu me sinto mais calma e meu coração para por alguns instantes.

Depois ela me olhou sorrindo e beija minha bochecha, nós ficamos alguns segundos ali nos olhando sentadas no sofá, eu mergulhava no azul dos seus olhos e no seu sorriso, ela é tudo que eu preciso, eu não ganhei uma rosa naquela noite, mas ganhei uma frase dela que eu nunca esqueceria.

"Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"

II Rosas no inverno (português BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora