Capitulo 7 - A história de Adriana.

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- Adriana, por favor conta-me isso tudo de novo! - pediu Elsa, que permanecia tão branca como as paredes do quarto. 

Quando eu consegui obrigar a Adriana contar tudo a toda a gente, ela finalmente repetiu a história que me contou mais uma vez, horrorrizando todos. Mas pelos vistos, uma vez não tinha chegado. 

- Elsa... acho que já chega... - falou Harry. - Não vês como ela está assustada?

- Oquê?! Essa cabra queria matar a tua futura esposa e tu ainda tens pena dela?!

Pedi para Elsa se acalmar e Harry calou-se. A Adriana parecia que ía começar a chorar outra vez, mas decidiu que já era demais e que ninguém iria se importar com as suas lágrimas, por isso contou tudo mais uma vez. 

- Desde há dois anos que estou numa organização... eles são chamados de '' Sem Cara ''. As coisas que lá fazemos são um pouco... diabólicas... por isso para não haver futuros problemas ninguém conhece a identidade verdadeira de ninguém. Eu sou chamada de Seryna.

- Que coisas? 

- Tudo o que possa mostrar o nosso amor por Lúcifer...

- Já... mataste alguém?

- Com as próprias mãos não. Mas já vi os meus ''irmãos'' fazerem isso... 

- E porque te foste meter nisso?

- Porque era a única saída para mim. Eles acolheram-me e foram os únicos que me deram casa e comida. Em troca, eu tinha de entrar na organização e entregar a minha vida ao único Deus das Trevas. 

- E porque não falaste conosco?

- Porque como fizemos coisas parecidas na adolescência, eu pensei que vocês me iriam apoiar.. e talvez até juntar-se a nós. Mas quando percebi o que estava a fazer já era tarde demais... vocês iriam pensar que eu era louca...

- Desculpa Adriana, mas nós já o pensamos. - falou Elsa zangada, fazendo Adriana baixar o olhar, envergonhada. 

- Chegou a minha vez de mostrar a minha lealdade. Eu também tinha de fazer alguma coisa, não podia só ficar a olhar e por isso veio-me esta ideia à cabeça. Quando lhes contei eles acharam que não chegava.. mas acabaram por aceitar. Só que quando eu vim para cá, pela milésima vez percebi o quanto sou medrosa e que não iria conseguir fazer nada daquilo que prometi. 

- E fizeste a coisa certa. - falei.

- Sim. Eu só soube que eles também vieram para a ilha alguns dias atrás, mas eles nem sequer desconfiam desta conversa que estou a ter com vocês agora. Quando souberem, eu é que vou estar no teu lugar Milla. 

- Não te preocupes. Eles não te andam a vigiar pois não? E quando eles descobrirem, já vão estar todos muito longe daqui. 

- Eu ainda acho que a melhor ideia é cancelar tudo... por mais triste que isso possa ser... - falou Harry. 

- O meu pai chega hoje. Os convidados para a semana... já não podemos fazer nada. E se vais dizer que eu coloco os meus interesses em primeiro lugar e a vida dos nossos familiares em último, digo-te já que estás enganado. Ninguém vai morrer no meu casamento.

Harry suspirou, nada contente com a minha decisão, mas lá no fundo eu sabia que ele confiava em mim e que sabia que estava tudo controlado.  Se aqueles senhores pensam que vão estragar-me o dia, estão muito enganados. 

- Só não entendo uma coisa... - Harry olhou para Adriana - O porquê daquela história toda do túmulo? Se tu querias enterrar a Milla... - ele tossiu. - Depois não podias fazer aquele vossos rituais... por mais estranho que isso possa soar.

- Que túmulo? - perguntou Adriana sem entender nada. 

Foi a minha vez de tossir. Eu sabia desde sempre que eu não iria morrer. Se a chantagista não fosse a minha amiga eu até teria levado aquilo na brincadeira e teria a confrontado desde o momento em que ela colocou os pés na minha casa. Por isso, já que eu iria morrer antes de o meu pai e o Harry se entenderem, era melhor aproveitar-me da situação e não deixar isso acontecer.

Telefonei ao Gary eu própria e criei aquela história toda. Se fui cruel? Fui. Mas também nunca disse que não o sou. 

Contei tudo ao Gary logo no mesmo dia e pedi-lhe todas as desculpas do mundo por o ter feito ficar tão preocupado. Em relação ao Harry, foi um bocadinho mais difícil. 

- Podias ter-me dito!

- Mas assim tu não aceitarias que ele viesse...

- Se me tivesses contado tudo, aceitaria! Porque é que tens de me estar sempre a mentir? Eu não sou como tu. Tão teimoso e orgulhoso! - ele cuspiu.

- E é por isso que eu gosto de ti... Desculpa... 

- Não, é que eu não entendo! Não entendo! 

- Não me julgues por querer que o meu namorado e pai sejam amigos... - pedi. 

- Eu julgo-te pela essa tua imaginação! Eu amava saber onde é que tu arranjas ideias tão.. estúpidas!

Ele tinha toda a razão. O problema, é que eu nunca aprendia.

O Crime 5 - Harry Styles FanFicOnde histórias criam vida. Descubra agora