Capítulo 11 - Um jogo.

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- Millena, senta-te. Não comeces com as tuas coisas... - a minha mãe ordenou-me, sorrindo para não assustar ninguém.

O Harry ainda tentou puxar-me para trás mas já era tarde demais. 

- Eu já comecei mãe. - ela mandou-me um olhar esmagador. - Não é nada demais. 

Claro que não era... só um deles iría morrer..

- Alguns dias atrás, infelizmente aconteceu uma coisa muito grave. Supomos. 

- E porque é que temos de supô-lo?!

- Excelente pergunta Johanna. Porque o meu casamento não vai ser igual. Eu quero algo simplesmente fora do comum. - sorri. - E por isso, as minhas damas de honor prepararam um surpresa para vocês. Faz parte do jogo. Digamos que... vai acontecer um assassinato falso. E quem descobrir a vítima e o culpado, irá ganhar... um prémio. 

Ouvi barulhos de satisfação.

- Pode parecer um pouco infantil, mas no fim, vocês vão perceber o verdadeiro significado disto.

Há melhor maneira de resolver um mistério, senão colocar os próprios participantes a fazê-lo? Adriana olhava estranhamente para mim. Estaria ela a pensar que eu iría resolver isto sentada num gabinete com umas velas acesas e silêncio total para inventar alguma teoria? Estava muito enganada. Eu não tinha tempo.

- Eu vou fazendo perguntas e vocês só respondem. Podem dizer a verdade ou podem mentir. Ninguém descobrirá. - as cadeiras moveram-se na minha direção. - Divertido, não?

- Muito... - respondeu o primeiro do Harry depois de bocejar uma vez.

Não me importava nada se fosse ele a morrer... 

- Como, na vossa opinião deve ser um verdadeiro assassíno? - perguntei mas recebi como resposta um silêncio de quase dois minutos. 

O som da máquina fotográfica atravês da qual o fotógrafo tirava-me fotos, foi a única coisa que se ouviu.

- Não deve chamar muito a atenção... - respondeu finalmente alguém. Procurei pelo indivíduo e vi que era um menino de 10 anos que eu não conhecia. Familiar do Harry, provavelmente. Sorri.

- Exato. Se não, seria muito fácil de descobrir! - o rapaz sorriu com um brilhar dos olhos.

- Lês muitos livros policias? - perguntei, aproximando-me até ele. A sua mãe olhou-me com desprezo.

- Sim... - ele respondeu timidamente. - Normalmente lá, o culpado é sempre aquele que menos esperamos. 

Ele tinha razão.

- Então e a vítima? Se vosses fossem o tal assassíno, quem vocês escolheriam?

Desta vez, as respostas foram mais rápidas.

- Se eu pudesse matar alguém, o meu ex-marido já não estava cá há muito tempo! - falou a minha tia, provocando algumas gargalhadas.

- Tem de ser alguém daqui, tia. 

- Daqui? Hum... não tenho desentendimentos com ninguém aqui. 

- Por isso mesmo, imaginemos que era para um ritual! De quem a tia não teria pena? 

Olhei em volta para ver se captava alguma reação fora do normal de alguém. O ''amigo'' da Adriana já sabia que eu sabia dos seus planos. Mas ninguém deixava a sala. 

- Ritual?! Daqueles para feitiçarias?! Credo Milla!

- Estamos só a supor...

As pessoas devíam estar a pensar que eu tinha enlouquecido completamente. Sim ou claro?

- Se calhar, como eu vim para um casamento, é porque talvez tenho algo contra os noivos! 

- Então escolhia a mim ou o Harry, certo?

- Não. - todos olharam para ela. - Acho que quando queremos fazer mal a alguém, é preferível escolher alguém que lhe é muito próximo. Não a própria pessoa.

- O Harry? - insisti denovo. - Era perfeito a noiva ficar solteira em alguns segundos, não? - ri-me.

- Talvez. Mas também há outras pessoas. Alguém que também veio para cá só por alguns dias e que não deixará muitas suspeitas.... Por exemplo, pelo seu trabalho. Eu nunca iria matar uma dona de casa, por exemplo. Porque não poderia depois dizer... ah foi por causa da sua saúde... ela tinha muitos inimigos... aquele emprego iría levá-la de mal a pior...

Aproximei-me dela.

- Acho que estou a compreendê-la...

E se ela tiver razão? Seria a opurtunidade perfeita. Fechei os olhos por alguns segundos e pensei. Se for mesmo ele, como irá morrer?! O assassíno já teve mil e uma chances para matá-lo, mas até agora nada! A minha mente explodia com tanta informação. Estaria a Adriana a mentir-me? Estaria o misterioso Homem à espera de o banquete acabar? Como?!

Caminhei até uma mesa ao meu lado e peguei num papel e caneta, enquanto a minha tia entretia os outros a falar-lhes mais sobre a sua teoria. Dei uma volta e dirigi-me à mesa do outro lado. Coloquei discretamente na sua mão um papel. 

'' Retira-te '' Dizia ele. 

O meu pai levantou-se. 

O Crime 5 - Harry Styles FanFicOnde histórias criam vida. Descubra agora