A Proposta - Parte 2

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Eu não sabia o que fazer naquele momento e se ele me deixasse ficar para trás e eu fosse apanhada? E se eles descobrirem tudo? Eu não posso ser apanhada, os meus pais matam-me! Eu tenho que tomar uma decisão rápida. Eu quero muito ir para desenho, mas também não quero ser apanhada a cometer um crime. Eu acho que vou ter que arriscar...
- Por mais que eu saiba que é arriscado, eu aceito.
- É isso aí, quem diria que a senhora tinha coragem para pisar a linha.
- Mas por favor não podes contar a ninguém se não fico em sarilhos.
- Não se preocupe. E já agora, o meu nome é Rodrigo.
- Eu sou a Patrícia.
- Bom, encontre-se comigo aqui as 23:00h para tratarmos de tudo.
- Ok.
Ele tinha ido embora sem dizer um até logo ou um tchau, mas bem agora estou super nervosa para logo à noite. Como será que tudo irá correr? E se eu for apanhada? Estou feita! Além de isso tenho que inventar uma desculpa para os meus pais me deixarem sair. Pois esse é outro problema e se eles não me deixarem sair? Estou feita! Outra vez. Vá pensa positivo, vai tudo correr bem... Eu espero.

A noite tinha caído e os meus pais ainda não tinham chegado a casa, como é que eu vou perguntar-lhes se posso sair assim tão em cima da hora. Decidi ligar à minha mãe pois ela é muito mais compreensiva que o meu pai.
- Estou, mãe?
- Ah filha és tu, diz.
- Hum ainda demoram muito eu precisava de perguntar uma coisa.
- Desculpa filha mas nós hoje vamos passar a noite no escritório, temos imenso trabalho a fazer.
- Oh que pena.
- Mas diz o que querias?
- Vai sair um filme incrível hoje à noite e uma amiga que eu conheci hoje convidou-me para ir ver com ela posso ir?
-Sim podes mas tens dinheiro?

Olhei para o meu bolso e ainda tinha 15€, o almoço com o Rodrigo foi super barato, por isso disse que sim.
- Sim tenho dinheiro que chegue.
- Ótimo andas muito poupadinha.
- Sim um pouco.
- Bom vai lá ao cinema com a tua amiga e diverte-te.
- Obrigada!
Bastava agora vestir uma roupa aconchegante pois estava frio.
Vesti umas calças, uma camisola de lã e calcei umas botas.

Quando cheguei lá não vi ninguém, mas também ainda faltava 10 minutos para a hora.
De repente ouço um barulho.
- Psst.
Dei um pulo com o susto.
- Ei, senhora, venha cá.
Logo descobri que era o Rodrigo. Depressa chegamos a escola. Enquanto eu caminhava as minhas botas faziam barulho, muito barulho.
- Eu não acredito a senhora veio de botas para uma missão em que deve ser silenciosa - disse sussurrando.
- Desculpa não sabia que tinha que trazer algo pratico e além do mais não tenho nada desse estilo.
- Fale baixo por favor, ainda vai acordar os guardas. Vá despache-se a se descalçar.
- Descalçar?
- Shiu. Apenas despache-se.
Ah, eu não acredito. Primeiro trata-me por senhora e depois ainda me manda descalçar?
- Eu não me vou descalçar. Estás tolo!
Ele puxa um pé meu e eu caio desamparada no chão, depois tira as minhas botas e manda-as para o lixo. Porquê?
- Ei para que foi isso?
- Cale-se! Precisamos de fazer pouco barulho e essas botas não ajudam. Vamos saltar o muro e depois sorrateiramente entramos dentro da escola.
Quem é que ele pensa que é para me tratar assim?
- Agora eu vou fazer escada para a senhora subir para o muro.
- Como é que eu faço isso?
- Ah pelo o amor de Deus.
Ele pegou em mim pelas pernas e atirou-me para cima do muro. Eu fiquei pendurada quase a cair quando sinto que ele já está sentado à minha beira a puxar-me para cima para puder estar mais segura.
- Ah ah ah, a senhora faz-me rir sendo tão chique e tão pi pi.
Eu não disse nada mas fiquei furiosa com o que ele disse. Depois ele desceu para dentro da escola e disse-me para me atirar para cima dele. Eu vou-me matar se ele não me apanhar. Bom cá vai.
Oh meu Deus, isto foi emocionante.
- Meu Deus, a senhora... Está aí com uns quilinhos.
- Ok isto é demais. Primeiro tratas-me por senhora quando sou da mesma idade que tu, depois atiras as minhas botas para o lixo que elas custaram um balúrdio e a seguir dizes que eu estou gorda? Eu não vou tolerar mais essas tuas atitudes...
Ele tapa a minha boca com a sua mão.
- Calma princesa, se realmente queres ter a tua vagazinha vais ter que lidar comigo a bem ou a mal, capiche?
Eu não sei quanto tempo mais eu vou aturar este otário, só quero que esta noite acabe. Vou ter que tomar uns calmantes se quero mesmo ter a vaga de entrar para o curso. Ai, não sei se aguento muito mais...

Um Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora