Não sei o que fazer...

18 3 0
                                    

A minha mãe puxa-me para a beira dela fazendo com que eu largue bruscamente a mão do Rodrigo.

- Quem é que pensas que és para estares agarrado assim à minha filha? (reclamou o meu pai)

- Eu...

- Um rapaz como tu não é digno da minha filha, nunca mais voltes a tentar tocá-la, entendido? (continuava o meu pai)

- Mas pai, ele não tem culpa! Eu também quis beijá-lo! (desta vez eu inverti)

- Tu o quê? (perguntou a minha mãe incrédula)

- Sim! Eu bem...., nós éramos namorados.

- Tu namoravas com este sem abrigo? (insultou a minha mãe)

- Mãe! Ele não é um sem abrigo! Porquê que o estão a tratar assim?

Eu saí da beira da minha mãe e fui para o lado do Rodrigo para lhe dar a mão.

- O quê que pensas que estás a fazer? (perguntou o meu pai) Tu, rapaz, vai embora e espero que não voltes a cruzar-te na vida da minha filha senão terás problemas e tu Patrícia anda para dentro, temos muito que conversar!

Com este aviso o meu pai pegou pelo o meu braço levando-me para dentro de casa, sem chance de eu olhar para trás. Eu espero que esteja tudo bem com o Rodrigo. Ele deve estar muito confuso, não queria que ele fosse insultado daquela maneira pelos meus pais. Não sei o que se passou com eles para reagir daquela maneira.

Eram eles que estavam sempre a dizer que não havia problema em frequentar uma escola para "pobres" e agora eles não me deixam namorar com um?

Quando entramos dentro de casa o que eu fiz foi tentar ir em direção ao meu quarto para não ter que aturar os meus pais, mas de nada resultou.

- Nã nã nã. Vais sentar-te no sofá e vais ouvir o que eu e a tua mãe temos para dizer (começou o meu pai) Quando nós soubemos que ias para uma escola de pobres ficamos um pouco apreensivos se te ias adaptar ou não. Tu até vieste com aquela conversa de quereres mudar de escola, mas não dava para mudar de cidade para puderes ter uma escola melhor e nós não iríamos mandar-te para um colégio interno sem teres feito nada, então eu e a tua mãe decidimos deixar-te nesta escola. O tempo foi passando e tu não falas-te mais nada de mal acerca daquela escola e pensávamos que estava a correr tudo bem até que a tua mãe me disse que tinha um mendigo cá em casa.

- Ele não é um mendigo!

- Pronto está bem, um rapaz com dificuldades financeiras. Depois desse acontecimento eu e a tua mãe ficamos preocupados pois estavas a entender-te bem demais com eles. Não é isso que nós queremos, é óbvio que não estou a dizer que deixes de falares para eles porque seria impossível tu fazeres os trabalhos escolares sem comunicares com eles, mas nem eu nem a tua mãe queremos que te envolvas desse jeito com essas pessoas. E para mudar isso vamos pagar a um motorista para que te venha buscar e levar à escola todos os dias.

- O quê? Porquê? Isso é desnecessário!

- Não é não! E espero muito bem que te comportes senão vão acontecer coisas desagradáveis para o teu lado.

Um Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora