Problemas, Problemas, e mais Problemas!

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Apanhei o autocarro e segui para ir ter com o Rodrigo. Quando cheguei lá sentei-me à mesa e esperei que ele viesse ter comigo. Vejo que ele vem na minha direção.

- Patrícia, pedi o resto da tarde livre, queres vir almoçar a minha casa?
- Sim, porque não?
Seguimos para casa dele, mas eu inocente esqueci-me que a irmã dele também morava lá. Eu espero que ela não comece com as suas manias.

Finalmente chegamos ele abre a porta para mim e dou de caras com a Bruna! Ai, meu Deus, Help me (ajuda-me)!
Ela olha para mim com desprezo nos olhos.
- O quê que esta puta está aqui a fazer outra vez?
- Olha importas-te de parar de te comportares assim? Ela é minha amiga e quero que pares de a tratar assim. (disse o Rodrigo, protegendo-me.)
- Eu, falo como eu quiser (disse ironicamente). E gajas da laia dela não têm direito nenhum de pisar esta casa.
- Bruna, para de ser assim. Eu trouxe-a aqui para termos uma conversa em condições.
- Conversa? (diz a Bruna olhando para mim já chateada)
- Sim, conversa. Eu soube de uma coisa que me deixou muito chateado.
A Bruna olha para mim ainda mais chateada e carregando na sobrancelha.
- Mas primeiro vamos pôr a comida na mesa que eu estou esfomeado.
Ele pôs a comida a fritar e meia hora depois ajudei-o a pôr a mesa para nos sentarmos a comer.
Estávamos todos em silêncio, o Rodrigo estava a comer com vontade enquanto a Bruna estava a comer com violência olhando para mim. Eu estava tão nervosa que andava ali só a mexer na comida. De repente, o Rodrigo começa a falar depois deste silêncio todo.
- Bruna, tu disseste alguma à Patrícia no dia em que ela dormiu aqui?
- Sim.
- E...
- E o quê? Queres que eu lhe peça desculpa e vivemos todos felizes para sempre?
- Era um bom começo.
- Pois eu não vou pedir desculpa a putas como ela. Veio aqui armar-se em Senhora Miss Amigável, mas de amigável não tem nada.
- Porquê que dizes isso? Ela fez-te alguma coisa?
- Bastou ela nascer com 50 números no banco.
- Ela não tem culpa nenhuma.
- Então se não tem culpa nenhuma que vá ter com os da laia dela, fica bem melhor.
- Ela não é como os da laia dela.
O Rodrigo olha para mim e diz:
- Ela... Ela é diferente.
(Levantando-se) - Oh que fofo! Quem diria que o meu irmão ia ser uma besta que poria uma merda à frente da sua irmã!
Ao dizer isto ela sai da cozinha, notei que ela estava com vontade de chorar.
- Bruna não vás... Desculpa eu vou ver como ela está.
Eu dou um sorriso triste e com pena da situação que ele estava a passar. Eu acho que é melhor eu me ir embora, ele já tem tantos problemas e eu só estou a criar mais um. Estava prestes a levantar-me quando vem o Rodrigo a correr super preocupado e ofegante.
- A minha irmã fugiu de casa!
- Como assim fugiu?
- As coisas dela já não estão mais no armário, e ela... não tem nada... (disse ofegante e preocupado)
- Calma já tentaste ligar-lhe?
- Já e ela não atende. (disse em pânico) Patrícia o quê que eu vou fazer?
- Calma, vamos tentar procurá-la.
- A cidade é enorme como é que nós vamos encontrá-la? Pode estar em qualquer lugar. Só se...
Ele saiu a correr dali, sem sequer fechar a porta. Eu segui atrás dele.
Ele estava a correr e a correr e a correr cada vez mais, eu quase que não conseguia acompanhá-lo. Até que ele tinha parado em frente a um prédio. Olhou-o de cima a baixo e entrou em direção ao elevador. Eu segui atrás dele, entramos os dois e ele hesitou em carregar no andar 19 e 20, não sei porquê, mas bem, subimos até ao último andar que nos levava ao terraço. Quando abrimos a porta encontramos a Bruna na beira do prédio. Eu acho que... Acho que ela quer se matar.
Eu afastei-me deles e deixei-os conversar à vontade.
- Bruna o quê que estás a fazer? (disse super calmo e aproximando-se da irmã)
- Afasta-te! (ela virou-se e eu pude ver que ela estava com os olhos cheios de lágrimas).
- Bruna... (ao dizer isto o Rodrigo começou a chorar também)
- Tu és uma merda. Em vez de ficares do lado da tua própria irmã vais defender a ricaça?
- Bruna eu só fiz isso porque estavas a criar problemas onde eles não existem.
- Desde que o pai morreu as coisas mudaram tanto, a mãe já não está em casa, tu estás sempre fora a trabalhar e eu estou aqui, sozinha.
- Tu não estás sozinha, eu apenas não passo muito tempo em casa porque tento arranjar dinheiro para pudermos viver.
- Eu sei que sim, mas em vez de aproveitares o teu tempo ao meu lado tu andas a gastá-lo com aquela puta.
- Bruna...
- É só isso que tens para dizer? Eu jurei que só voltava a este prédio quando fosse para morrer, tenho que cumprir a promessa.
- Bruna, não! Por favor, tu achas que eu consigo viver sem ti? Se sem o pai já é difícil imagina... (ele cai no chão de joelhos) imagina sem ti... (ele começa a chorar torrencialmente)
- Ouve Rodrigo agora já é tarde. Tiveste 2 anos para fazer essa merda. O que te fez mudar de opinião? O que te fez ver que eu estava magoada? O facto de eu estar com ideias de me matar?
- Desculpa Bruna... Eu sou um merda... Por favor, não faças isso eu não consigo pensar no facto de te perder... Eu preciso de ti ao meu lado. Por favor.
Ele estava a chorar cada vez mais.
- Rodrigo, eu estou demasiado magoada para continuar com este sofrimento como se nada fosse... E depois aparece essa vaca no meio das nossas vidas para me separar ainda mais do meu irmão.
(levantando-se) - Ela não nos vai separar, vai haver sempre tempo para ti, mesmo que eu esteja a meio de uma coisa importante... Porque muito antes dessas coisas todas vens tu, és só tu que importas na minha vida. Eu não suporto viver sem ti e só de te ver aí em cima, mata-me por dentro.
E ao dizer isto ele chegou-se ainda mais para perto dela, estavam a um metro de distância.
- Desculpa Rodrigo, mas eu não aguento mais.
Quando ela disse isto ela saltou.
- Não!
O Rodrigo conseguiu agarrá-la e puxá-la para perto dele.
- Para! Larga-me deixa-me ir. (disse a chorar imenso)
(Abraçado à Bruna) - Não! Eu não consigo viver sem ti... Não te posso deixar ir assim sem mais nem menos, não enquanto eu puder fazer alguma coisa.
- Porquê que estás a fazer isto? Era menos um fardo para ti.
- Eu gosto muito deste fardo e não o posso deixar morrer, pelo menos não à minha frente.
O Rodrigo estava a abraçar a irmã fortemente.
- Achas que o pai ia gostar se descobrisse que tu ias acabar com a tua vida?
- Que importa ele está morto, não há nada que ele possa fazer.
- Bruna, por favor, para de pôr as garras de fora, tu não te importas comigo? Não queres saber se estou preocupado contigo ou não?
- Eu quero, mas tu pareces muito mais feliz com a outra gaja.
- Bruna eu só a conheço à 1 mês, é óbvio que eu sou muito mais feliz contigo. E eu peço desculpa por não te ter dado tanta atenção. Eu prometo que vou estar mais atento e vou me preocupar ainda mais contigo.
Ele é muito mais feliz com ela... Então quer dizer que ele não se divertiu quando esteve em minha casa...
- Eu espero bem que sim... Estou tão farta de ser ignorada.
- E por favor Bruna, não contes isto à mãe, ela está pior que tu e se ela sabe que a filha tentou se matar, ela mata-se mesmo e o pior é que nem sabemos por onde ela anda.
A Bruna sorriu para ele e deu-lhe um abraço apertado.
- Vamos para casa.
Eles levantaram-se e estavam a vir em direção à porta, ou seja, na minha direção.
- Para esta gaja só digo uma coisa. Podes andar com o meu irmão só não apareças à minha frente.
Ao dizer isto ela falou muito zangada e chateada, eu apenas baixei a cabeça. O Rodrigo deixou a irmã ir à frente e depois tocou-me no braço e abanou a cabeça para dizer para irmos embora.

Chegamos todos a casa do Rodrigo. Ele disse-me para eu me sentar enquanto ele ia deitar a irmã pois ela estava exausta com todas as emoções que se passaram. Eles os dois são gémeos mas no entanto são tão diferentes.
O Rodrigo chegou e sentou-se à minha beira encostando-se para trás.
- Eu peço desculpa, por esta confusão, não tens culpa de nada e acabaste por ser envolvida.
- Não tens que pedir desculpa, ninguém ia adivinhar que isto podia acontecer.
- Só de pensar que ela podia estar m...
Ele virou a cabeça para o lado e limpou as lágrimas.
- Queres que eu te leve à paragem?
- Não precisas...
- Vá anda enquanto eu estou com vontade.
Eu ri como sempre. Chegamos finalmente, mas acho que ainda falta muito tempo para o autocarro chegar por isso ficamos a conversar durante um bocado, rimos e depois ficamos em silêncio.
Eu queria perguntar porquê que a Bruna tinha dito que só voltava àquele prédio quando fosse para morrer, queria saber o que se tinha passado ali.
- Rodrigo.
- Sim.
Ele olha para mim com os seus olhos verdes.
- Hum, eu queria perguntar uma coisa mas não quero estar a ser coscuvilheira.
- Ok, podes perguntar.
- A tua irmã disse que tinha prometido que só voltava àquele prédio quando fosse para morrer... Passou-se alguma coisa?
- Sim... Foi ali que o meu pai morreu.
- Ah, desculpa!
- Não faz mal.
Eu fiquei tão sentida que tive que o abraçar para puder apoiá-lo. Eu queria mesmo puder ajudá-lo ele já passou por tanto, precisa de alguém para o ajudar, precisa de alguém com quem contar.
Finalmente parei de o abraçar e ficamos os dois a olhar um para o outro, olhos nos olhos e de repente apareceram as tais borboletas na minha barriga, o quê que se está a passar com tudo? Só sei que quanto mais tempo fico a olhar para ele mais vontade tenho de estar com ele, mais vontade tenho de... O beijar? O que é isto? Eu nunca tive vontade de beijar alguém. Como é que eu faço para parar?
O autocarro já está a chegar, paramos de olhar um para o outro. Levantando-se ele disse:
- Até amanhã, senhora.
Eu fiz-lhe cara feia e ele riu, depois entrei no autocarro para ir para casa. Que dia ah? Mas mal sabia eu que ainda não tinha acabado aqui. Quando cheguei a casa foi para o computador e liguei o Facebook e vi que tinha uma mensagem da minha ex melhor amiga.

Então amiga?
Como é que vão as
coisas?
Nunca mais disseste
nada.

Eu não acredito, mandou-me mensagem como se nada fosse e ainda me chama de amiga? Quem é que ela pensa que é. Vou ver até onde vai a mentira dela.

Olá, desculpa não
ter dito nada, tenho
andado muito ocupada

Não faz mal!
E então tem corrido
tudo bem?
É um pouco difícil
sem mim do teu lado

Ahahahaha!

Ahahahaha, tem sido maravilhoso minha querida.

Eu só queria dizer
que sinto muitas
saudades tuas,
podiamos marcar
alguma coisa para
estarmos juntas.

Oh, claro e vai
também a tua
melhor amiga?

Sim por isso é
que te estou a
convidar.

Que bonito! Que
linda mentirosa,
não sabias que
mentir é feio?

Do quê que
estás a falar?

Isto não pode ser verdade, primeiro trai-me e depois ainda se faz de despercebida? Isto não vai ficar assim, ela vai ver o que é bom para a tosse.

Um Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora