*Patrícia*
- Podias ao menos ter dignidade na cara e admitir a merda que fizeste. Vês aquela rapariga ali? Ela é minha namorada e tu acabas-te a perder com a merda que fizeste (disse o Daniel apontando para mim).
Não gostei muito da maneira que ele falou de mim, mas acho que é a sua maneira de me proteger?
De repente o Rodrigo manda um soco no Daniel e este retribui com o mesmo. Eles estavam os dois no chão a lutar. O que eu podia fazer? Toda a gente que estava à volta não fazia nada e só torciam para que lutassem mais enquanto eu estava com o coração apertado sem saber o que fazer.
O Rodrigo para de socar o Daniel e pegando na sua camisola pelos colarinhos diz:
- Admite que foste tu que roubaste a Patrícia, admite filho da puta!
Eu nunca tinha visto o Rodrigo daquela maneira... Isto deve significar algo... Mas o Daniel não era capaz de me roubar... Ou era? Eu só o conheço à uma semana como o Rodrigo disse... E para ele estar assim é porque se calhar a culpa não é dele... Eu não sei em quem devo acreditar... O melhor é ser direta e perguntar ao Daniel:
- É verdade o que ele está a dizer Daniel?
- Patrícia claro que não eu nunca... (o Rodrigo manda-lhe um soco impedindo-o de falar).
A cara dele está uma desgraça, cheia de sangue e com um olho pisado. Estava com a roupa toda amarrotada.
- Rodrigo deixa-o falar. É verdade? (volto a perguntar confrontando-o com os olhos)
Ele olha-me com um olhar culpado e em seguida direcciona-o para o chão.
Não era preciso ele dizer mais nada. Ele tinha-me dito que me amava para que eu ficasse iludida só para me roubar! Eu não podia ficar mais ali. Saí dali a correr e vou em direção ao beco mais próximo dali.
Uma coisa que aprendi com o Rodrigo foi que os becos são ótimos para expressar as nossas emoções. Sem ninguém, silenciosos e com montes de coisas para partir e atirar.
Eu encostei-me à parede deitando a cabeça nos joelhos encolhidos e tentei não chorar mas a dor era maior. Eu vim para esta cidade achando que era a maior e que toda a gente iria gostar de mim e afinal só querem o meu dinheiro ou atormentar a minha vida. Só pelo simples facto de eu ser rica...
Gostava de ter nascido noutra vida completamente diferente desta ou pelo menos mais satisfatória e não tão desapontante.
Neste momento estou a chorar aos soluços. Eu sou tão ingénua... Acreditei numa pessoa que só conheço à uma semana e acusei a que mais se preocupa comigo. Eu sou tão burra! Sou tão...burra.
Eu não consegui controlar-me mais. Comecei a chorar por tudo o que aconteceu desde que vim para esta cidade.
A maneira como a irmã do Rodrigo me tratou quando me viu a primeira vez, o facto de descobrir que a minha suposta melhor amiga não é tão minha melhor amiga, quando quase deixei o Rodrigo ferido por me ter metido na vida dele, a maneira como a Bruna me tratou quando me viu em casa dela, o que ela me disse para fazer e o que eu fiz com medo dela, fui um dos motivos para que a Bruna se quisesse matar, a Carol aterrorizou a minha vida nesta semana toda, zanguei-me com o Rodrigo por causa do Daniel, o Rodrigo beijou-me só para irritar a irmã, a Carol e as amigas iam me quase me matando, fiz com que o Rodrigo perdesse o emprego e agora isto...
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Um Amor Impossível
RomanceUma rapariga muda de cidade sozinha com os seus pais que nunca estão em casa. Na cidade nova ela conhece um rapaz com poucas possibilidades financeiras. Eles acabam por se apaixonar, mas ainda irá haver muitas pessoas a colocarem-se no caminho deles...