Vamos divertirmo-nos imenso!

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Durante o resto da noite não vou conseguir pensar em mais nada. Tenho medo de que a irmã dele descubra... Eu não quero ter problemas com ninguém, mas também não me quero separar do Rodrigo... Amanhã... Nem sei se vou ter coragem para o enfrentar... Ele não tem culpa de nada, mas eu estou mesmo assustada... Isto nunca tinha acontecido comigo... É tudo novo para mim... Na outra cidade eu era tão criança... Acho que esta coisa da mudança me fez amadurecer. Bom agora preciso de ir dormir, nem sei se vou conseguir.

Na manhã seguinte...

Ok estou nervosa, eu não sei se vou ter coragem para isto, os meus pais já saíram, preciso de ouvir música mesmo pesada.


Ai meu Deus isto não ajuda. Preciso de me concentrar... Oh não! Já é meio dia tenho que comer para me ir arranjar para ir para o autocarro, ai meus Deus, rápido preciso de fazer isto rápido!

Depois de me ter despachado fui para o autocarro, ele nunca mais vinha, mas finalmente chegou.

Já são 14:10 será que ele ainda está lá? Bem, ganha forças para ir ter com ele e Deus queira que ele esteja lá.


Eu já o estava a ver e ainda faltava dois quarteirões para chegar à beira dele. Não sei por que motivo as minhas pernas começaram a tremer e comecei a sentir calor...
Atravessei a primeira rua, ai cada vez estou mais nervosa. Atravessei a última rua. Ele viu-me! Perco a coragem e vou para trás. Atravesso a rua sem olhar se vem algum carro. Oiço alguém a apitar e fiquei completamente imóvel, só sinto alguém a puxar o meu braço e a caímos os dois no chão... Era o Rodrigo... Eu estava deitada no chão e ele deitado ao meu lado apoiado com o seu braço direito no chão e com o esquerdo por cima da minha barriga. Nós ficámos a olhar um para o outro durante algum tempo. O que é isto? Eu tenho borboletas na barriga? Desde quando é que elas estão aqui? Eu nem quero imaginar no que poderia ter acontecido se o Rodrigo não estivesse ali...
- Estás bem? Magoaste-te?
Ele tirou-me dos meus pensamentos.
- Sim estou bem.
Ele ajudou-me a levantar-me.
- Obrigada!
- Imagina só se eu não te visse.
- Eu sei desculpa.
- Vá não peças desculpa. (ele sorri) Vamos para um lugar onde não corras o risco de ser atropelada.
Eu sorrio um pouco tímida. Estou com medo do que ele vá perguntar. Estou com medo do que possa acontecer.

Finalmente chegamos a um monte com relvado onde não estava ninguém e que dava para ver a cidade de lá. Nós nos sentamos encostados a uma árvore, ele dum lado e eu do outro como se tivéssemos de costas um para o outro, mas com a árvore no nosso meio. Ele começou a falar o que me deixou super nervosa.
- Patrícia... Porquê que nunca mais disseste nada?
- Eu já te disse eu acho que ficas melhor sem mim por perto.
- Mas de onde é que tiraste essa ideia? Fiz alguma coisa que não devia?
- Não, tu não fizeste nada de errado. Eu fiz! Pus-te em perigo, fiz-te perder dinheiro que precisavas e nem capaz de te ajudar eu sou.
-*suspiro* Ouve, eu já te disse isto a culpa não é tua! E se eu achasses que estavas a ser uma má influência eu com certeza não te tinha ajudado. Nenhuma vez.
Eu comecei a ficar super nervosa que nem sabia o que dizer.
- Mas eu acho que não seja uma boa ideia continuar à tua beira.
- Porquê? O quê que te deu na cabeça? Explica-me! Eu gostava de saber o que te fez mudar de ideias.
- É que a tua irmã...
Ah! Oh, não! Falei de mais!
- A minha irmã? O quê que ela tem a ver com esta história?
Ele saiu do seu lugar e veio me encarar na cara. Eu comecei a tremer por todos os lados.
- Nada. Ela não sabe de nada (disse toda atrapalhada)
- Ela falou contigo, não foi?
- Não! (disse super nervosa)
- Podias ter dito.
- Mas ela não falou comigo. Nem sabe de nada disto (disse tão atrapalhada que quase me engasgava)
- Hum. Vou falar com ela e resolver este assunto.
- Não por favor.
Ele colocou as suas mãos na árvore uma de cada lado da minha cara.
- Ouve, ela não é ninguém para dizer se és ou não uma má influência para mim. Eu vou falar com ela e resolver isto tudo.
Ele abraçou-me. Não sei como, mas ele acalmou-me com a sua conversa. Ficamos abraçados durante um tempo, quando ele me largou e sentou-se à minha beira disse:
- Não deixes que ninguém te diga o que fazer. E por favor não tentes afastares-te de mim sem me dares uma explicação, se não vou ser obrigado a raptar-te.
Eu ri as gargalhadas e depois para ajudar ele ainda me fez cócegas, rebolando assim na relva. Foi uma tarde divertida. Rapidamente chegou o final de tarde e com ele o pôr-do-sol. Estávamos os dois sentados, um ao lado do outro.
- Sabes se eu pudesse desejar alguma coisa, desejava que o meu pai voltasse para perto de nós. Sinto tanto a falta dele.
Eu naquele momento senti-o tão triste... Se eu pudesse desejar alguma coisa, eu desejava poder ajudá-lo. Eu aninhei-me perto dele para mostrar que eu estava ali para ele. Olhou para mim sorriu e pôs o seu braço à minha volta. Ficamos assim a olhar para o sol até desaparecer por detrás dos prédios e rapidamente fez-se noite. Recebo uma mensagem dos meus pais a dizerem que vão ficar a trabalhar à noite, outra vez. Tive uma ideia maluca. Lembrei-me daquele dia em que o Rodrigo me disse que devia ser fixe viver com "50 mocas" no bolso todos os dias, e então perguntei-lhe:
- Rodrigo, tens alguma coisa para fazer hoje à noite?
- Não, nem por isso porquê?
- Os meus pais não estão, achei que era uma boa ideia ires a minha casa.
- Hum, eu tenho casa.
- Eu sei mas como na outra vez disseste que devia ser fixe viver com 50 mocas no bolso todos os dias, achei que gostasses de ir a minha casa.
- Hum eu não estava à espera dessa. Eu não quero que penses que eu tenho inveja de ti.
E ao dizer isto ele tira o seu braço de mim.
- Há alguma coisa de errado? Achas uma má ideia?
- Eu fui pego de surpresa eu não sei.
- Por favorzinho! (disse enquanto juntei as minhas mãos)
Ele ri e empurra as minhas mãos para baixo.
- Está bem eu vou, mas deixa-me avisar a minha irmã.
- Yes (disse enquanto fazia com o meu braço um gesto de sucesso)
Ele foi ligar à irmã a avisar que não ia para casa naquela noite. Depois seguimos para o autocarro para ir para minha casa. Espero que corra tudo bem porque já que ele não quer o meu dinheiro para o ajudar ao menos pode divertir-se comigo.

Um Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora