Uma Noite com o Rodrigo

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Rapidamente apanhámos o autocarro para ir para minha casa.

Quando chegámos lá, confesso que estava um pouco nervosa, não sei porquê, mas senti-me tal e qual como quando estava a ir ter com ele, hoje à tarde.
- Vamos entrar? (perguntei)
- Sim, foi para isso que viemos.
Eu sorrio e abro a porta do apartamento para entramos.
- Podes sentar-te, eu só vou guardar as minhas coisas.
Fui ao quarto para guardar as minhas coisas e depois voltei para a sala. Ele só se tinha sentado mesmo, nem sequer se tinha acomodado, estava apenas sentado. Será que fiz bem em trazê-lo? Eu acho que ele tem medo de se acostumar. Mas porquê? Ele está comigo eu não vou fazer nada demais, só quero que ele passe um bom bocado comigo. Mas bem... Vou sugerir para vermos um filme.
- Que dizes em vermos um filme?
- Claro, porquê não?
- Então eu vou lá dentro, outra vez, para buscar os filmes que temos.
- Está bem.
Eu estava a escolher os filmes quando de repente, não sei porquê, ouço a minha mãe a gritar.
- Ahhhhhh, um ladrão!
Oh não! O Rodrigo!
Quando cheguei à sala estava a assistir à minha mãe a tentar mandar com a mala na cabeça do Rodrigo.
- Não, mãe! Para!
Ao dizer isto, pus-me à frente da minha mãe e ela acertou-me na cabeça, fazendo com que eu desmaiasse. Meu Deus! O quê que aquela mulher tem na mala? De repente acordo e está a minha mãe e o Rodrigo a olharem para mim.
- Oh, filha! Peço imensa desculpa! Estás bem?
- Sim, só estou com uma dor de cabeça.
- Eu peço desculpa. Eu não sabia que ele era teu amigo.
(dei um leve sorriso) - Não faz mal.
- Bom eu só vim aqui buscar uns arquivos. Tenho que voltar para o trabalho.
- Claro, mãe vai lá.
- Boa noite filha, e juízo!
- Boa noite.
Meu Deus depois disto é claro que ele não vai querer mais voltar cá a casa, não depois desta experiência horrível.
- Bem, antes de eu ter levado com uma mala na cara, eu tinha ido ver os filmes, mas os que eu tenho não são tão interessantes para ver.
- Hum... Tens Netflix?
- Eu não sei devo ter.
- Posso? (disse apontando para o comando)
- Sim, claro!
Ele pegou no comando, começou a mexer nos botões todos e depois perguntou-me:
- Qual o filme que a madame deseja ver?
(eu ri) - Não sei, eu não sou muito boa a escolher filmes. Só vejo de romance e sei que vocês rapazes não ligam a nada disso.
- Qual é o problema dos filmes de romance?
- Não te importas de ver um?
- Não, podes escolher.
- Então eu vou escolher o meu filme preferido, "A minha Namorada tem Amnésia".
- Nunca vi.
- Hum, e tu por acaso já viste algum filme de romance (disse com ironia)
- Por acaso sim.
- Ah, sim? Qual?
- "A Culpa é das Estrelas".
- Ahahahaha, toda a gente já viu esse filme.
Ele encolheu os ombros, pôs o filme e sentou-se no sofá, à minha beira.
O filme começou a dar e não sei porquê senti confiança suficiente para me encostar ao ombro dele, com os pés em cima do sofá. Ele olhou para mim, sorriu e pôs o seu braço à minha volta. Estivemos assim o filme todo, calados, abraçados um ao outro.

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*Rodrigo*

A Patrícia é tão querida quando quer, mal sabe ela que fui eu que a levantei do chão quando ela levou com a mala. Eu não sei porquê, mas acho que já não consigo viver sem as macaquices dela, o modo inocente dela ao ser engraçada dá-me muita piada. Acho que gosto disso nela.
O filme continuou e chegou a uma parte em que a rapariga estava tão apaixonada pelo o rapaz que acabou pintando a sua cara nos quadros, mesmo ela esquecendo-se de tudo dia após dia, por causa da amnésia.
De repente, noto que a Patrícia adormeceu encostada a mim. Tenho que a ir deitar, mas primeiro tenho que saber onde é o quarto dela. Devagar pousei-a no sofá para ir procurar a cama dela. Quando finamente encontrei o quarto dela, sim finalmente, porquê a casa é enorme, eu abri a cama e fui busca-la ao sofá. Devagar peguei nela com os meus braços e gentilmente levei-a até à cama. Deitei-a e aconcheguei-a com os cobertores. Ela estava tão adormecida que nem sequer se mexeu. Depois voltei para o sofá para dormir. Preferia ir embora, mas aquela hora não havia autocarros. Então eu desliguei a televisão deixei tudo no sitio e comecei a dormir.

Já de manhã, quando acordei levantei-me e tentei deixar o sofá o mais arrumado possível, procurei por uma caneta e um papel para deixar um recado à Patrícia a dizer: "Saí para ir trabalhar, depois diz alguma coisa, mas diz mesmo!
Beijos, Rodrigo"
Agora estou mais descansado, espero que ela não faça como da outra vez e que não me diga nada, se ela fizer isso, juro que fico mesmo chateado. Mas bem, hora de trabalhar!

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*Patrícia*

*Bocejo* Um novo dia, espera onde é que o Rodrigo dormiu? Está aqui um bilhete, "Saí para ir trabalhar, depois diz alguma coisa, mas diz mesmo!
Beijos, Rodrigo"

Só podia. É melhor mandar-lhe mensagem a perguntar se ele gostou do filme. Ainda bem que da outra vez guardei o contacto dele.


Bom dia! Espero que
tenhas dormido bem.
Gostaste da noite
de ontem?

Ele respondeu com rapidez.

Sim, podíamos repetir
mais vezes

Claro porquê não?

Queres vir almoçar
comigo hoje?

Sim, estás a
trabalhar no mesmo
café?

Sim, estou.

Então vou ter aí
contigo ao meio-dia.

Está bem, até já.

Até já.


Pela primeira vez não estou com nenhum problema atual, estou bem comigo mesma. Nada tem corrido mal desde a tarde passada, mas é melhor não falar muito se não ainda acontece algo de mal.

Um Amor ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora