Capítulo 17

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       Lorenzo



   Estou concentrado lendo os papéis quando Igor abre a porta com tudo e como sempre sem bater.


  -  Não sabe bater na porta? - digo sem levantar os olhos.


  - Sei. Mas não preciso disso, sou seu melhor amigo.


  - Não sei porque ainda gasto saliva reclamando sobre isso.

  - Também acho desnecessário. - dá risada.


    Igor e eu nos conhecemos desde a faculdade quando o livrei de uma briga porque tinha se metido com a namorada de um cara e depois disso viramos amigos inseparáveis.

  - Diz logo o que você quer, Igor.

  - Vamos sair mais tarde.

  - Não estou afim de ir.

  - Vou insistir até você dizer que vai comigo.

  - Igor... - Não vai adiantar eu negar ele vai continuar insistindo. Suspiro cansado. - Ok. Eu vou.

  - Isso ae garoto. Vai estar cheio de gatas lá hoje.


  - Eu vi a Sophia hoje. - ele me olha sem dizer nada e seu silêncio me angustia e logo ele começa a rir.


  - Como foi? Quero detalhes. Se beijaram?


  - Não foi como eu imaginei que seria. Pensei que ela iria embora quando me visse ou desse um tapa na minha cara ou gritasse. Mas não, ela agiu friamente como se nunca tivesse me visto na vida. Mas quando tentei explicar ela virou as costas e foi embora.

  - Você tá fudido, meu irmão. Essa é das minhas.- gargalha da minha cara. Me sinto frustrado.


  - O que quer dizer que ela é das suas?

  -  Opa vai com calma. Ela está magoada e possivelmente te odeia. Eu no lugar dela ia fazer o mesmo, talvez pior.

  - Que grande amigo fui arrumar!

  -  É eu sei. Sou o mais lindo e inteligente aqui. - quando vê minha cara ri mais ainda. - Vou indo, nos vemos na boate.

  Olho as horas e decido ir embora, mas antes apresentar uns papéis pra papai.

  - Estela estou indo embora. Qualquer coisa me liga.


  -  Sim, Sr Stable. Quer dizer Sr Lorenzo. - acho graça de sua confusão com os nomes.







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    Faz tanto tempo que não venho aqui, as lembranças daquela noite ainda me atormentam. Um dia depois estava procurando outro lugar pois na ia aguentar viver aqui e reviver as memórias.


  - Lorenzo? Você por aqui? - o vejo descer a escada e vir ao meu encontro.


  -  Vim trazer os papéis que faltaram e os contratos novos que assinamos. - Vamos ao seu escritório e ele analisa os documentos. - Preciso te contar uma coisa.

   - Diga. É algo com a empresa? - Desde que papai saiu e assumi seu lugar ainda peço conselhos sobre algo para ele se sentir incluído.



  - Não. Eu encontrei Sophia. Ela esteve na empresa hoje e assinamos um contrato. Ela virou advogada. - papai sempre soube a verdade, que tudo foi uma armação. Sempre me ajudou a procurá - la e finalmente a encontrei.


   - Que bom, meu filho. Como ela reagiu ao te ver? - conto a ele o mesmo que contei à Igor e em nenhum momento me interrompe.



   - Vá com calma, ela guarda mágoa sobre o que aconteceu e tenta se aproximar as poucos e logo as coisas se acertam. Tudo a seu tempo.

  - Ta bom, pai. Obrigado pelo apoio todo esse tempo.


  - Fiz mais que minha obrigação. Te amo, filho.



  - Também te amo pai.



    Mudamos de assunto e voltamos a falar sobre a empresa e possíveis contratos que podemos fechar. Resolvo ficar para o jantar e fazer companhia a ele, vive sozinho nessa casa imensa. Desde que mamãe nos abandonou ele não arrumou outra mulher. Nunca deixou de amá - la mesmo depois dela o ter traído.

    Estamos sentados lado a lado no jardim como sempre fazíamos depois de jantarmos. Esse momento em que ficamos juntos e mesmo sem conversar ficávamos ali a fazer companhia um ao outro.



  Meu telefone toca e quebra nosso momento e atendo sem olhar a tela.



  - Alô.


  -  Cadê você, Lorenzo? Já estou na frente te esperando à 20 minutos. - agora me dou conta que tinha marcado de sair.


  - Espera mais um pouco. Vou só passar em casa e já estou indo.


  - Tá. Não demora. - desliga e levanto e me despeço de papai.

  - Tenho que ir. Marquei de sair com Igor. Boa noite, pai.

  - Tudo bem, se cuida.

  Vou o mais rápido possível para casa. Entro em no AP e vou direto tomar uma ducha, pego uma calça jeans, blusa social e um tênis e parto para a boate.

    Chego 40 minutos depois do combinado e logo avisto Igor e entramos. Vamos até o bar e pedimos uma bebida, passo meus olhos pelo local e vejo quem eu menos esperava e ela parece chocada como eu.


  Não pode ser.


























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