A sorte de Blue

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Otabek ainda não entendia muito bem porque ficava tão surpreendido com a avó

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Otabek ainda não entendia muito bem porque ficava tão surpreendido com a avó.

Quer dizer, ele sabia que ela adorava fazer coisas inesperadas, ainda que fosse algo pequeno. Nesse caso, era pequeno mesmo, literalmente. O peixinho estava desesperado dentro da sacola plástica, enquanto Hiroki o observava encantada.

— Achei que fosse comprar verduras – Otabek disse a avó com um certo tom irritadiço – E ele é pequeno demais para cozinhar.

A senhora arregalou os olhos sob as armações escuras e deu um tapa no braço do rapaz.

— Não brinque com isso. Ele não está aqui para ser comido – fez um bico, caminhando lentamente até a cozinha – Eu estava feira com a vizinha quando vi esse pequeno. Não é fofo?

O mais novo não fazia ideia do que responder porque, sinceramente, peixes pareciam todos iguais. Se fosse um gato, quem sabe ele tivesse algo mais a declarar.

— E onde ele vai ficar, hein? - cruzou os braços – Não pode ficar morando no saco plástico para sempre.

— Claro. É por isso que você vai sair e comprar um aquário e a comidinha dele. Ah, e um filtro.

Hiroki dizia sem olhar para Otabek, por isso não notou o olhar de indignação no neto, que não podia acreditar que ela gastaria tanto dinheiro com isso.

— Ele estará morto em duas semanas.

— Não seja tão cruel. Vá logo comprar as coisas. Ele não pode ficar aqui por tanto tempo.

Sabendo que não tinha muita escolha senão obedecer, o rapaz revirou os olhos e foi em direção a carteira e as chaves da caminhonete. E lá se vai parte do meu salário, pensou.

Ainda era quarta-feira e, pelo menos metade do dinheiro já havia ido pelo ralo, mas era necessário. Precisava comprar algumas coisas para si – a agora, algo inútil para a avó –, mas continuaria guardando um pouco para que pudesse arrumar um meio de transporte melhor do que aquela caminhonete.

— Eu volto logo – disse, saindo de casa, disposto a dirigir pela pequena cidade até encontrar um lugar que pudesse vender um aquário.

Por mais que Hasetsu não fosse grande, o fato de ser pequena também significava que havia apenas um pouco de tudo. Por isso demorou longos minutos até achar algo que pudesse, talvez, ter o que ele precisava. Estacionou a caminhonete e seguiu para dentro do estabelecimento.

Ok, aquilo não parecia muito bem uma loja de animais. Parecia mais algo relacionado unicamente a pesca e criação de seres marinhos. Pelo corredor viu vários utensílios que não fazia ideia de para que serviam. Nas paredes, diversas varas de pescas estavam dispostas. Nas prateleiras do canto, Altin pôde ver alguns aquários pequenos cheios de água que borbulhavam por causa dos filtros. Aproximou-se de lá, na intenção de escolher o menor que tivesse, apenas para não deixar o pequeno morrer de claustrofobia.

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