Extra

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  Isso aqui é um extra pequenininho de aniversário pra bebê Satã <3 

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 Yura estava vestido com uma blusa de Otabek.

O cazaque havia deixado a peça em sua casa e, já que naquele dia não conseguiria encontrar o namorado, ao menos se embalava com o cheiro que a roupa possuía. Puxou a calça de moletom e se aninhou no sofá.

Tinha ido até a Yu-topia, porque que não podia ir pra casa de Beka já que ele tinha "coisas importantes" a fazer. Não fazia ideia do que poderia ser e isso o incomodava. Já estavam namorando havia um ano e aqueles segredinhos eram uma merda. Não que o moreno tivesse muitos, mas ainda o irritava.

Seu avô estava ali também, distraindo-se com novas receitas que aprendia com a mãe de Yuuri. Vinha sendo assim, mais interessado em culinária, desde que começara a sair com Hiroki, a avó de Otabek. Até estranhou no início, mas os dois se davam ridiculamente bem e Yura percebia o modo como Nikolai parecia feliz.

Ele não era o único que tinha o direito de ter alguém ao lado, certo?

Não demorou até que Viktor se sentasse ao seu lado. Deu uma olhada no celular, vendo que Otabek não estava online. Mesmo assim, resolveu mandar uma mensagem.

Yura: Vc deixou um homem com tesão largado numa noite de sexta.

- Só não te jogo uma maldição Pq eu teria q lidar com isso Tb.

— Yuuri 'tá demorando – Viktor resmungou ao seu lado.

O loiro olhou para o mais velho, encarando o celular.

— Ele só foi fazer umas compras. Deixa de ser um velho grudento.

— Já tem mais de uma hora.

— Ainda tem neve na rua, é normal demorar – revirou os olhos, mas viu que o outro estava preocupado – Manda uma mensagem pra ele, vê se ele responde.

Viktor obedeceu. Ficaram algum tempo quietos e Yura viu que a sua mensagem foi visualizada por Otabek. Mordeu a unha do dedão, esperando a resposta. Antes disso, no entanto, Viktor soltou um sonoro gemidinho satisfeito, olhando carinhosamente para a tela do celular.

— Olha o que ele respondeu – mostrou a tela para o loiro.

Havia uma imagem de Yuuri no mercado com um pacote de biscoitos, mandando um beijo. Junto da foto, vinha a frase "Estou indo, não se preocupe". Yura soltou um muxoxo.

— Otabek também manda coisas fofas pra você? - perguntou o platinado.

— Claro. Beka é muito fo... - o celular vibrou.

O mais novo ignorou o outro enquanto olhava o próprio celular. Talvez por estar perto de Viktor, seu rosto corou imediatamente assim como os olhos verdes se arregalaram ao visualizar a imagem.

Otabek havia tirado uma foto onde estava a mostra apenas seu abdômen nu e o quadril coberto pela calça de moletom. O que o deixou quente, na verdade, foi o fato de o cazaque estar segurando o próprio membro por cima da calça, bem marcado devido a rigidez.

Beka: Eu Tb estou com vontade, amor.

- eu sempre to com vontade de voc

- Amanhã eu prometo te compensar.

Yura mordeu os lábios, sentindo-se animado com a expectativa.

Yura: Eu acho bom.

— Yurio? - Viktor chamou e o loiro olhou pra ele, ainda sorrindo – O que houve?

— Nada – balançou a cabeça – Estou com fome.

E o sorriso em seu rosto permaneceu por lá aquela noite toda.

Otabek estava nervoso.

Tinha preparado tudo para ir ao Ice Castle fazer o que sempre fazia aos sábados a noite e, claro, ver Yura. Passou a noite anterior procurando um presente que fosse mais sutil, porém mais relevante que o presente que trocaram quando completaram um ano de namoro.

Não podia ser tão difícil abrir o jogo e dizer o que estava sentindo.

Antes de sair, Hiroki, que tinha as pernas cruzadas sobre o sofá e um livro aberto sobre o colo, o olhou por cima dos óculos.

— Ansioso? - a mulher perguntou.

Beka mordeu o lábio e sorriu antes de assentir uma única vez. Estava pra sair, não podia se atrasar.

— Eu tenho que ir – respondeu.

— Tudo bem – ela sorriu e não pôde deixar de brincar antes que ele partisse e vez – Espero que tenha lembrado do lubrificante hoje.

Antes, talvez, Beka ficasse aterrorizado com o modo como Hiroki falava. No dia de hoje, ele apenas sorria. Chegou ao Ice Castle e Yura passou no segundo andar, como sempre, antes da apresentação. Beka encheu-o de beijos como se pedisse desculpas por não ter ido vê-lo no dia anterior, mas tiveram que se separar em pouco tempo.

Quando o expediente finalmente chegou ao fim, Yura estava em frente sua moto esperando como de costume. Tomou seus lábios num novo beijo antes de subir no veículo com o namorado e não seguiu pra casa. Em vez disso foi até a praia. Yura não questionou, apenas deixou a moto e esperou pelo que o cazaque faria. Seguiram até perto da areia úmida e o loiro estava cada vez mais curioso.

— Se você quiser entrar na água com esse frio, eu peço divórcio antes da gente casar.

Otabek riu. A brincadeira causou uma mistura de calor e frio dentro de si.

— Não é nada disso – balançou a cabeça – Feche os olhos.

Yura franziu a testa, mas obedeceu. Beka tocou seu rosto, tentando ver se ele não mantinha uma brecha dos olhos aberta, mas ele havia fechado mesmo. Tirou do bolso do casaco uma caixinha com um colar. Passou em volta do pescoço de Yura e viu o pequeno ursinho dourado reluzir sobre o moletom escuro. Yura abriu os olhos e viu o presente.

— É lindo – o loiro sorriu – Mas presentes fofos não vão tirar sua culpa por ter me deixado excitado sem cumprir o serviço – fez um bico.

— Eu quero evitar isso, mesmo – o moreno sorriu, segurando o rosto do outro entre as mãos.

— Eu espero. Porque eu te esperei...

— Isso não aconteceria se... Você sabe, a gente vivesse no mesmo lugar.

Yura franziu o cenho, encarando atento ao namorado.

— Otabek... - chamou, um tanto nervoso.

— Eu não queria comprar uma aliança, porque acho muito formal pra esse tipo de pedido, mas levando em consideração que também é um par – puxou a própria corrente no pescoço com um gatinho dourado – Eu gostaria de dizer que eu também não quero mais correr o risco de passar nenhuma noite sem você.

Os olhos verdes estavam arregalados junto da expressão perplexa. Beka estava nervoso, vendo a reação do namorado, mas a pergunta escapou dos lábios.

— Quer morar comigo ou não?

Yura conseguiu compreender naquele momento. Aquele era o lugar onde deram seu primeiro beijo e aquela era a pergunta que marcava o início de seu relacionamento. E a risada que deixou sua boca, junto do calor que o aquecia inteiro acompanhou o beijo extasiado que trocaram.

A resposta era óbvia, como sempre foi desde o início. Não houve um único dia em que Beka deixasse de, agradavelmente, surpreendê-lo.

— Espero que aproveite pra me compensar – o loiro disse, ainda com os lábios roçando o do outro.

— Eu vou. Teremos bastante tempo agora.

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  E FOI ISTO
ESPERO QUE TENHA GOSTADO MARI
ESPERO QUE TODO MUNDO TENHA GOSTADO.
BEIJO NO KOKORO E JA NEE  

Cidade de geloOnde histórias criam vida. Descubra agora