CENTAUROS EXISTEM !

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A precipitação dos que corriam com alvoroço, fez com que se distanciassem de Martin e de suas ovelhas, fez com que eles, "os apressadinhos ", não conhecessem uma figura fabulosa e mitológica que do nada, vem se aproximando do longínquo horizonte, parecia ser um centauro, um ser até então fictício, metade homem metade cavalo. O centauro vem galantemente passada á passada, com avisos e conselhos logo, dizendo :
- Onde vocês pretendem ir ? -
-já vimos que isso aqui é uma espécie de abismo, olha só a altura dessas drogas ! só pode ser o céu lá em cima. - Solta a voz um homem referindo-se ás muralhas que estão em torno de tudo ali.
- É , vejo que estão chegando perto da muralha mais próxima . -
- O que você sabe sobre a muralha, o que sabe dessa subida ? - Pergunta terror Torres ao centauro .
- Lá é a subida para alguma coisa que eu não sei e se soubesse, não faria diferença nenhuma , até por que eu não tenho condições de escalar não é mesmo ? -
Ficou no ar um sentimento de pena e consolo para com aquele centauro, sabem que aquele homem cavalo jamais subiria para acima do abismo, ele não tinha asas, e logo ele que trouxe novidades e foi prestativo. O centauro tem notícias relevantes e preciosas, respondendo perguntas das mais pertinentes:
- Os que não vieram conosco até aqui estão por onde agora ? -
- Centauro - Estão num mundo de guerra, estão entre mundos e mundos onde impera a destruição -
- E o quê nos aguarda até essa bendita muralha ? - A melhor pergunta que pudera ser feita , tinha de ser de Martin .
- Vocês tem alguns mundos para chegar até lá . - centauro.
- Então tudo que passamos até agora foram mundos ? - Dorothy
Sem querer falar o que não sabe ou o que não tem certeza , o centauro dá alguns passos para trás, vira-se de lado e diz que vai partir.
- Você já vai ? - Pergunta Martin, que recebe outra pergunta do centauro
- Qual que é o seu nome menino ? -
- Martin Ühler . -
Olhando nos olhos de Martin, parece querer dizer algo, o curioso cavaleiro infatigável antes de ir alerta :
- Agora eu tenho que ir embora , não sei se aguento mais tempestades, principalmente as daqui. -
E Martin Ühler tem uma ideia que parte seu coração, mas a razão é sempre predominante em seu bom senso que está sempre inalterável .
- Dory , monte nele e vá com ele até a muralha da subida, por favor . -
- Não vou a lugar algum sem você - Responde ela .
Antes que Martin insista outra vez , o centauro replica e intervêm :
- Ei , ninguém pode vir comigo! Eu não levo ninguém, a não ser que eu queira mata-lo . -
- Como assim ?.- pergunta Martin.
E o centauro vira-se inteiramente de costas e todos veem suas costas humanas feridas e furadas como se fossem balas ou parafusos ateados em seu dorso, ao escutar sussurros e gemidos de espanto de tantas pessoas ao verem aquelas marcas , ele explica:
- Sou atacado pelos mortas-fome que querem me abater para servir de banquete, mas eu sou imortal, pelo menos até hoje pelo que eu sei , sinto ataques ferozes a me lancearem e me atingirem, me ferem mas não me destroem, quem montar em mim será juntamente atingido sem piedade -
Um centauro constantemente golpeado, repleto de marcas de ataques , é o que se podia assegurar, foi a conclusão de todos, sobre quem era aquele ser tão cândido.
O centauro que não disse o próprio nome, foi indo embora do mesmo jeito que chegou, rapidamente.
A tempestade de vento se aproxima e vem como um tornado, rodopiam pela superfície em forma de ciclone apavorando a todos, e o pior que além de levanta-los, empurra-los, encurralando-os uns contra os outros, parece mais que estão tendo visões demoníacas, visões subliminares .
- Abaixem-se todos, vamos. - Grita Martin, que tem a ordem obedecida e propagada até o ultimo dos povos que ali estão enfileirados.
- Abaixar!, abaixem-se, já . -
É manifestado em meio aos tornados, aparição de rostos assombrosos e logicamente vai apavorando metade daquele povo .
Eles vêm com faces de pessoas e entes queridos em meio ao tornado, tudo se torna tão perturbador... Alguns gritos e sussurros denotam o pavor e espanto:
- Meu deus ! meu pai esta aí no tornado. -
- Também vi meu avô, ele estava perturbado, ele gritava. -
- Meu filho o que esta fazendo aí ? Meu deus, por que ?
Não tem como escapar...o ciclone leva e expulsa todos para outro lugar, outra realidade , outra dimensão. O pior é que parece que a muralha que faz subir do abismo está agora mais distante , não está mais ao alcance e próximo como antes. O tumulto e o randevu que se alastra diante dos lamentos petrificados pelo apavoro, provocam perguntas e indagações pertinentes :
- Nossa eu não creio que nossos parentes estavam ali , estavam ?
Em outro lamento :
- Meu pai foi pro inferno ? Eu mereço , mas ele não . -
Martin não acreditava muito em diabos e maldições , ele sempre achava que inferno era o mundo, e que demônio, era o próprio povo . O que ele sabe é que aquelas visões perturbadoras vieram á tona apenas para desesperar a todos, fazer sofrer e arrebentar a mente e a psique deles. Martin pensou alto e todos ouviram :
- Quem disse que eu também não vi meus pais ali . -
Martin lacrimejou, desabou em prantos, mas o vento tão feroz conseguiu disfarçar o seu choro, era o que ele queria, que ninguém percebesse seu sentimento também de aflição .

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Diante dessas perguntas se os parentes ; pais, mães , filhos , avós, irmãos, estão mesmo no inferno, Martin encontra-se duvidoso perante aos outros. Mas com relação a ele, sabendo por que está ali, e da nobreza e dignidade dos seus pais, sabe e está convicto que foi nada mais que provocação desse abismo articuloso e malévolo, até por que Humius, já lhe informou sobre seus pais, e onde eles estão .
Após diminuir os tornados e o alvoroço do vento violento, é hora de atravessar e cruzar por um caminho mais estreito. E são vistos criaturas altas de pescoço longo e envergado, se resta ou vem á tona alguma dúvida, logo foi confirmada, as feras tinham asas e medem cerca de quatro metros de altura, nervosas e inquietas, ao verem tanta gente se aproximar, até fogo são expelidos da sua boca e nariz,
- Olha, são dragões ! -
Quem quer enfrentar e continuar a transpassar por ali ?... Ninguém! só que eles andaram tanto e a peleja foi tanta, cerca de umas quinze horas e meia desde que saíram do campo de kolum, eles se incentivam e é preciso entusiasmo e perseverança , alguns ficam até com intenção de atacar os dragões, mas ninguém se habilitou a lancear ou atear a primeira flecha naqueles enormes animais que disparam fogo pelas ventas.
E Martin após olhar inerte para baixo e cismado, descobre por que é que aquele solo é tão rígido e opaco, ele pode ser barulhento, muito barulhento , então Martin grita :
- Ei todos, atenção! vamos bater forte nossos pés no chão... Batemos vamos batemos ! -.
Bernard khamel também complementa :
- Vamos , pisem forte no chão, batam o pé, todos. -
E então aquela estrondosa batida... Dumm! Dumm! Dumm! Dumm! Conforme o compasso e num ritmo perfeitamente uniforme, bem executado e bem ordenado, perturba os monstros que berram de tanta agonia, a zoada é torturante para eles, além de fazer o chão tremer, que os apavora também.
Enfim, todas aquelas centenas e centenas de pessoas aceleram os passos, se espremem naquele lugar de solo rochoso e escuro, passam muito perto das feras, que se preocupam mais em fugir dos ruídos e dos sons, e todos seguem correndo até um precipício, pelo menos é o que parece a primeira impressão, mas não, é visto de lá de cima uma espécie de vilarejo, e o que é melhor, um rio está ali, situado entre pedras e montes.

O Abismo De Martin ÜhlerOnde histórias criam vida. Descubra agora