O GUERREIRO ABYLUSSUS ... Justiceiro do sangue inocente

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Seguindo a caminhada, Martin ouvia todo tipo de conversa e lamento como :
- É ! poderíamos passar alguns dias a mais... -
- Sim , um belo e espaçoso lugar... Mas algo ali queria nos expulsar . -
- Acho que aqueles loucos coitados irão morrer lá brevemente . -
A luminosidade que resplandecia durante o dia cálido, durava cerca de duas a três horas, passando isto, tudo escurecia e predominava então a genuína penumbra do abismo .
Até que é visto um homem, ou algo parecido, acocorado de costas, parecia estar comendo alguma coisa, o primeiro ser que avista aquela cena se manifesta dizendo :
- Que diabos é aquilo ? Que ser é esse ? -
- Lá no castelo garanto que não havia ninguém com essa veste.- Profere outro .
Ao ouvir o alvoroço, a grande criatura que fazia até barulho com sua forma de mastigar e engolir, comia o que parecia ser uma espécie de lagarto, ainda agachado olhando para baixo, para de comer, para de respirar e de fazer zuído, levanta e vira-se em seguida, tal atitude faz todos se espantarem e dar um passo para trás era reação inevitável. O grande homem mais parecido com uma espécie de guerreiro espartano, dá um assovio e levanta o braço esquerdo , surgi daí , um cavalo negro com patas de fogo e belas asas , mas o cavalo fica afastado enquanto ele começa a atacar algumas pessoas , cruel e ágil , não dá para enfrenta-lo , sua rapidez e presteza são desmesuradamente inalcançáveis .
- Por que fazes isto . ? - Diz o velho torres .
- Os seres que estou a atacar são sórdidos e eternos acusados da sentença do meu criador . - Responde o guerreiro a matar e disferir golpes.
- Culpados de quê? Aqui não é a chance de se redimirem ? - Questiona Martin confuso a olhar seus seguidores sendo ceifados.
O guerreiro por nome de Abylussus retorquiu :
- Não sei, só sei que estou aqui para impedir a passagem dos que derramaram sangue inocente, dos inocentes escolhidos pelo criador, que tiveram vida ceifada por esses bárbaros facínoras. - Responde Abylussus também matando barbaramente.
- E dessas mulheres também ? - Pergunta o velho torres , sempre no rastro de Ühler, vendo que o genocídio independia se era homem, mulher, idoso .
- Não há restrição velho, se elas estão sendo mortas é por que também derramaram sangue de mulheres e homens que imploraram por suas vidas e não houve compaixão , e sim prejulgamento , precipitação e inclemência por parte delas -
Martin até que tentou golpear Abylussus, mas havia um tipo de escudo, uma espécie de proteção que o fazia ser inatingível, o impedia de ser atacado, apenas por Martin, por três vezes o garoto tentou ataca-lo novamente mas além de não acerta-lo era jogado para trás por algo que não se via.
Martin Ühler afasta-se e fica testemunhando com apreensão aquele massacre e luta sem fim, o garoto que tinha memória de elefante lembrou-se até de um assassinato que houve em Rostock, perto de sua rua quando tinha 6 anos, uma mulher foi brutalmente espancada até a morte por homens e mulheres após um falso boato que a mulher era aliciadora de crianças e foi comprovado depois que não era, inclusive uma tia sua, com distúrbios mentais, estava entre os linchadores e foi presa.
Qual família não tem seus podres segredos ?...
São muitas pessoas atacadas e algumas delas atingem e ferem o guerreiro, quando ele não suporta mais a dor ele tenta esquivar-se, assovia alto, levanta o braço esquerdo e novamente o cavalo negro de fogo surge para carrega-lo, tentam atacar o guerreiro Abylussus mesmo ele montado no animal, tentam acerta-lo sem a mínima misericórdia porem, devido a fraqueza que todos carregam no corpo, os ataques são ineficientes, o guerreiro forte e protegido por uma gálea de metal na cabeça e armadura no corpo, consegue desaparecer no escuro provocando pavor e medo entre todos, ele retornou duas vezes para atingir com sua espada, mais outros dois indivíduos .
É deixado para trás homens e mulheres mortos, alguns sentem compaixão e se sensibilizam com tal cenário, já outros se afastam e começam a refletir e imaginar que erro ou pecado horrendo eles cometeram para serem aniquilados de tal forma pelo guerreiro impiedoso .
A pergunta que não quer calar é !
- Por que esses não foram logo para o inferno no arrebatamento ? - questiona Haderi Sukur no meio do povaréu .
- Martin Ühler disse: - Lembrem-se que o livre arbítrio é para todo o sempre ? Pois bem, quem aqui escolhe ainda fazer o mal, ainda que seja o mais valente aguerrido, sofrerá pelos seus atos, lembram quando eu disse para não empurrar ninguém da ponte quando estávamos em Hesbta ? Quando peço que sejam leais e dividirem o que tem, é tudo com intuito de não importunarem nem destruírem os escolhidos e dignos do criador , que somos nós -
- E o inferno Martin , é pior que esse abismo ? - Pergunta outro homem .
Na verdade é tão curioso... Desde que Martin se viu no abismo ele responde perguntas e desvenda mistérios que nem ele mesmo sabe como.
E em mais um questionamento difícil , ele rebate sem titubear :
- Pelo que eu saiba no inferno real, as almas que lá padecem só lamentam a dor e a agonia eterna, lá não se morre, dormir para sempre no infinito seria uma dádiva, comparado a um lugar onde você tenta lançar-se ao fogo, se jogar dos altos montes e não consegue morrer. Nem se debatendo ou ferindo-se uns aos outros a morte se torna algo provável no inferno, os que foram exterminados pelo guerreiro Abylussus, pelo menos estarão adormecidos no infinito para todo o sempre -
- Como você sabe o nome do guerreiro ?
- Eu não sei ! - Disse Martin subitamente.
O turco Haderi Sukur que antes ajudava tanto Martin nas andanças do abismo tão inóspito, agora demonstra uma ira e suspeita da integridade e honradez de Martin Ühler e ainda por cima insinua que o garoto trama e projeta tudo que ocorrera por ali .
- Ei, vamos esquecer esse garoto ! -
- Nunca confiei nesse moleque ! - Diz outro.
Alguns se indignaram e passaram a não mais sentirem confiança em seguir junto com o garoto, Martin Ühler com anseio que todos se voltem contra ele, segue silenciosamente e compenetrado. Mas tudo pode acontecer quando algo parece que vai desandar... Já tinha anoitecido há tempo e cada vez mais, de uma hora para outra, o tempo e a visão negrejava, mal se podia ver quem estava ao lado .
- Meu deus é só penumbra -
- Eu não enxergo nada, vamos voltar ! - Dizia o velho Torres e todos pareciam estar de acordo. Parece que uma nuvem nebulosa ofuscou tudo por ali.
A imensidão daquele ar obscuro fazia todos andarem muito devagar, até que surge algo parecido com fogo, era novamente a imagem de um cavalo, o animal tinha chamas nas patas e asas, o homem em cima dele era mesmo o guerreiro temido. Alguns correm em círculos desesperados mas não vão a lugar algum, até porque não tinha pra onde ir, então o jeito era seguir a luz e o clarão das labaredas que vinha das patas do cavalo.
Abylussus... justiceiro do sangue inocente voltou.



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- Vamos correr pra qualquer lado, esse guerreiro maldito voltou pra nos matar. -
- Não ! vamos segui-lo, é a única oportunidade que temos de avistar algo nessa escuridão. - Refuta Martin Ühler.
O guerreiro parece estar com um novo propósito, não seria mais de eliminar pessoas e ceifar vidas apesar disto ter sido uma determinação divina, ou seja lá o que for, ele olha para trás e diante de tantas pessoas e olhos assustados, Abylussus, o guerreiro justiceiro de Deus e seu cavalo negro de fogo com as asas encolhidas, sabem que são os únicos a regerem aquela multidão para longe daquela escuridão.
Ao mesmo tempo é extremamente tudo tão incomodo e maçante, por que calor e ardência é o que não faltava por ali .
- Será que ele vai continuar conosco, até o fim ? -
Perguntam-se duas criaturas , seduzidas pelo cavalo em chamas.
Aos poucos Martin Ühler, velho torres, alguns seguidores e o turco Haderi, este meio que arrependido, pois desconfiou de Martin numa hora errada ,vão convencendo algumas pessoas que não deixassem de obedecer e ouvir o menino Martin, deve- se mesmo é deixar levar-se pela intuição dele, como fora feito incessantemente desde o inicio, pelo menos pela maioria .
Haderi sukur em conflito com sua mente : " Esse pirralho é prepotente ! Mas é a nossa saída "
A trilha é seguida pelos andantes a partir do percurso que é traçado por Abylussus em seu cavalo, as patadas incendiosas do animal ao chão são ouvidas de longe e clareiam as passagens para um lugar qualquer.
Morrendo de sede, pernas cambaleando cansadas e com a mente exausta, todos andavam atrás do cavaleiro e do seu cavalo exuberante. Enfim é encontrado um lugar de campo vasto, folhas vivas e matos quase verdes , até flores grandes amareladas que mais pareciam girassóis estavam ali a respirar um ar mais arborizado . Na verdade o dia já havia amanhecido há tempo, mas persistia a escuridão, ao chegarem num lindo campo foi possível apreciar luz e vida, aliás é possível ver outra barreira negra adiante, tão imensa e alta, ao mesmo tempo tão tenebrosa , o objetivo agora é alcançar aquele mural que mais parecia uma chapada, alguns nessa hora se deram conta que estariam realmente num abismo, tudo bem que tudo ao redor eram muralhas e montes, mas foi possível avistar mais do que nunca, um colossal abismo, isso por que já se encontravam no meio dele.
- vamos fazer cabanas com essas árvores ! -
- Finalmente um lugar agradável de verdade -
- Eu achei que estava condenado para sempre a perpetuar naquele calor e sombra eterna -
- O calor ardente nunca vai acabar, pois estamos num abismo ! - Disse um homem alto de dois metros de altura que compreendeu tudo que se passava por ali , até por que ele subira em cima de uma pequena arvore.
- O que você esta vendo daí ? - Pergunta uma mulher .
- Veja com seus própios olhos . -
Não só a mulher, mas vários e vários curiosos subiram nas poucas árvores que ali haviam, para observar do alto o que existia ao redor, se depararam então que estavam num habitat sem saída. A barreira gigantesca mais próxima parecia estar a muitos quilômetros dali.
Sem falar dos outros peregrinadores que tomaram rumos diferentes, estes sim, podem até chegarem próximo da subida, mas estarão cada vez mais longe da saída do abismo e entregues ao castigo de Humius .

O Abismo De Martin ÜhlerOnde histórias criam vida. Descubra agora