OS EXÉRCITOS DE DERHART

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Sob o crepúsculo sombrio ao calor perdurável, agora o lugar de vegetação árida com pequeninas árvores aos redores começa a ser explorado e averiguado minuciosamente, espreitando o matagal, Dorothy á frente observa ao lado esquerdo e diz :
- Olha isso, um lago de fogo! -

O calor do abismo é tão habitual e insuportável, que ninguém se atreve a ficar curioso e permanecer um minuto a beira do lago de fogo. Surge um guerreiro com enormes escudos vermelhos , duas espadas, uma em mãos, outra nas costas, seria Abylussus novamente ? Não, dessa vez um guardião, tipo arqueiro de traje romano, ele ordena uma legião de criaturas horrendas, meio que jacarés, meio que monstros corcundas, sem duvidas, seres de outro mundo, algo desconhecido dos simples humanos que habitam ali . Com ataques ferozes e usando suas garras, eles ferem e matam a primeira vítima, mais um da irmandade Martin Ühler se foi . É quando entram em combate os primeiros homens de linha de frente, Martin confia nos seus homens, sabe que Haderi e Bernard khamel se defendem e protegem os meros mortais. O que ele não saberia é que as criaturas não param de surgir e se proliferar repentinamente, elas aparecem mais e mais por trás de um covil para atacar, isso, com o mando e a ordem do comandante guerreiro que se protege atrás de seu enorme escudo , ele grita em voz alta palavras estranhas e as criaturas o obedecem, atacando Martin e seus seguidores, com as garras, elas são lentas, mas com grande poder de ataque quando se aproximam. Martin olha para o lago e suspeita que algo diferente e de feitiço podem conter nele, Martin toca sua flecha ao lago de fogo e a flecha fica em chamas na sua ponta, Martin ordena que todos também façam o mesmo :
- Passem as lanças e flechas sob o lago de fogo, vamos. -
Reparando que as flechas atiradas por Martin iam com um lume de chamas nas pontas, todos passam suas flechas e lanças no lago ardente e vulcânico , é descoberto a verdadeira serventia daquele lago excruciante; Deixar o poder de ataque arrasador :
- Temos que cortar paus e fazer mais armas e lanças. -
Diz uma combatente de Martin... Uma mulher negra, de físico atlético , é a primeira vez que o garoto vê aquela indivídua de cabelos curtos raspados, por obséquio, ela mesmo cortou o próprio cabelo com as facas encontradas nas cabanas do vilarejo, ela já não aguentava mais o calor importunando sua nuca abaixo de suas madeixas black power.
As facas ajudam a produzir com mais rapidez e eficiência as armas de hastes e de madeiras ainda mais pontudas, sem querer mais nada esconder, Dory quer ajudar e contribuir para que o ataque a aquelas criaturas seja fulminante e infalível. Ela intriga a todos quando adentra no lago, primeiro suas botas cinzas e depois as suas pernas brancas penetram em meio ao lago avermelhado e por fim, transpõem-se até os joelhos a garota Dory em cima das lavas... Ela não sente a quentura ardente do fogo consumir e ferir seu corpo e a sua pele jovem . Jogam-lhe as hastes, jogam-lhe os dardos, flechas e ligeiramente ela passa sob o lago e as devolve, as criaturas regidas pelo mentor pegam fogo entre elas com as armas em chamas sendo atiradas .
O objetivo de Martin é atingir um covil de pedra que há ali, é inacabável a penca de criaturas sinistras que dele saem, por isso que o combate é interminável e dura horas e horas. Mas outra coisa é desvendada por Martin e acelera o combate dando o domínio da situação, ele junta uma lança com outra, também o mesmo é com as flechas e a chama fica permanente e constante, a partir daí , parece que o lança-chamas se torna mais letal que a espada, que agora se esconde em suas costas. Ao atacar e exterminar tantos daqueles monstrengos agressivos, Martin observa que outras tocas e covis estão logo adiante, e neles continuam saindo mais e mais criaturas, não é hora de pensar em se cansar, a batalha pela sobrevivência está longe de terminar. Martin é surpreendido por Dory que puxa sua espada e começa aniquilar as criaturas com uma crueldade avassaladora, ele observa a destreza e agilidade dela quase estupefato e sem acreditar que quase impediu aquela garota de sacar a espada, espada que só pertencera a ele. As criaturas continuam a sair incessantemente, é como se elas brotassem daqueles covis, já Martin sente-se satisfeito com o lança-chamas que atira fogo contínuo assim que entrecruzam as pontas das lanças. Dory mesmo sangrando com um corte no braço esquerdo continua atacando ferozmente, parece mesmo que ela se revigorou e carregou suas forças adentrando no lago de fogo, o poder dessa garota , Martin crer que venha mesmo das chamas... Chegou a hora de Martin Ühler ficar cara a cara com o guerreiro mentor que rege e ordena as criaturas, nisto, Dory joga a espada em suas mãos e lá está ele pronto para enfrenta-lo, o comandante do exército inacabável chama-se Derhart, seu escudo é grande e ele pode sobrevoar sobre o chão, ao olhar para Martin com olhar raivoso, ele golpeia com suas espadas largas que mais parecem machados, Martin se defende com a própia espada tão companheira e letal, mas ao mesmo tempo se dá conta que ela é tão leve e fina, parece não estar nem armado perante o senhor inimigo, que além de tudo voeja pra lá e pra cá. Ele estava com uma capa vermelha logo retirada por ele mesmo para não pegar fogo e queima-lo, Martin troca sua espada companheira novamente pelo lança-chamas improvisado para atacar, ele não consegue se defender dos golpes pesado de Derhart, seu escudo de madeira se espedaça ao meio, Dory se aproxima, puxa de novo a espada das suas costas e inicia um combate contra Derhart punho a punho, as flechas atiradas contra ele e as lanças de fogo o ferem, mas os golpes de Dory não são tão mortais, Derhart é forte o bastante e resiste aos ataques que pouco ultrapassam seu escudo dourado de aço. Sobrevoando com rapidez e lutando contra Dory e Martin, os dois maiores inimigos que pudera existir ali, Derhart sobe de costas numa grande pedra e num grito vigoroso ordena que seus soldados meio que anfíbios meio que mamutes, recolham-se cessando os ataques, Derhart é o primeiro a entrar num covil e em seguida os seus demais subordinados também adentram em outros covis ali espalhados, as grutas e covis são submergidos do nada e só restam pedaços de pedras espalhadas ao chão esfumaçado, com a areia e os matos ressequidos a sobrarem pelo solo.
- Cadê eles, como sumiram ? -
-Como é que conseguiram quebrar essas grutas por dentro e desaparecerem? - Pergunta também Bernard Khamel, sedento por matar, e ao seu lado sempre , o acaso do quotidiano levou a isso, Haderi, também munido de uma espada , não sabe o que dizer nem como agir.
Bernard ferido e cansado, ainda tenta bater e cavar aquele solo em vão , é como se ele quisesse arrancar algo dali debaixo, alguns acreditam que Derhart e seu exército realmente submergiram para as profundezas, e tentam ajudar Bernard num escavo inútil, Martin e Haderi não creem numa explicação concreta e sim numa espécie de feitiço ou poder de desaparição .
Martin Ühler diz : - Parem com isso! Bernard não se desgaste, eles sumiram.-
Parece que já houve outras batalhas ao redor do lago de fogo. É o que todos suspeitam devido a quantidade de vestígios de materiais ,de armas e espadas encontradas , já Dory não suspeita, ela tem certeza e convicção, até por ser a única capaz de adentrar no lago de fogo, ela sentiu vários corpos jogados enquanto nele pisava, eram ossos e corpos carbonizados e crestados pelo fogo. E ela ao falar isso para Martin e para o povo , foi aí que se deram conta que as outras batalhas do exército de Derhart foram vencidas por eles e o costume deles é de jogar os corpos no lago de fogo.
Mal sabem eles que Derhart, o rei , o soberano mentor fajuto do abismo, que conseguiu dominar com autoridade criaturas abominosas , já chegou na derradeira subida do abismo, passou por lá mas voltou, não quis ficar guerreando na muralha da subida e decidiu explorar as criaturas existentes em meio a perdição do abismo, ele também como todos, não conseguiu subir, trata-se de uma maldição penosa e cruciante para alguns que querem escala-lo, principalmente para quem derramou sangue inocente e ceifou vidas de almas puras.
O fato é que Martin prossegue adiante com rapidez para achar um lugar para repousar e carregar as energias, se é que elas ainda eclodirão depois de tudo, a fome, a sede e a exaustão enlouquecem cada vez mais.
Martin observa uma passagem através de um portal feito de lanças de aço que abre e fecha de cima para baixo, ao descer ecoa um barulho forte, pois desce sem frenagem e é extremamente cortante, ao subir, é a chance de passa-lo.
- Vamos ter cuidado ao passar, olha como esse portal fecha . - Adverte Torres, que cautelosamente atravessa o portal de lanças pontiagudas .
O exército de Martin está arredio, já não é como antes, numeroso, unido e dedicado, de companheiros dispostos e aguerridos. Seus guerreiros de verdade tornam a ser sobretudo, Bernard, Haderi, Torres, Dory e a mulher negra de físico atlético, a africana Alika. Os outros tornaram-se meros sobreviventes, o que era uma união de força dentre centenas de pessoas, agora é um força de dezenas de guerreiros. Batalhas e mais batalhas, dentre suicídios e combates, o dia-dia exterminou centenas de seres.
Agora que todos ultrapassaram pelo portal com cautela para não serem perfurados, viram que do outro lado a saída é da mesma forma, lanças perfurantes movendo-se de cima abaixo impede a passagem tranquila, mas até que pudessem correr até o outro lado, surgem caveiras, com escudos de bronze arredondados e espadas douradas, apesar do susto de ver aqueles esqueletos cadáveres de pés andarem com espadas em mãos, O único desafio agora é apenas vencer o cansaço e atacar essas frágeis caveiras, o domínio foi total, só foi preciso um pouco de empenho e garra para que mais uma batalha e momento de confronto logo passassem, parece que não passa, o cansaço, fome e sede ainda castigam severamente. A fácil batalha torna-se difícil, as caveiras não são tão frágeis assim, apesar de serem destruídas com um só golpe de espada, atacam :
- Ai , eu estou ferido. - Grita o grandalhão Bernard.
- Bernard, sente-se aqui, você está ensanguentado. -
Bernard não quer demonstrar sua dor e o grave ferimento, com a mão esquerda coloca restos de panos sobre seu braço direito e com a mão direita ainda consegue amarrar panos velhos na perna esquerda também ferida. Enquanto isto, exauridos , Martin, Dory , Alika, Haderi e Torres , se encarregam de exterminar a tropa de caveiras. O portal para a saída dali nada de se abrir, as caveiras andam devagar, mas atacam, o pior é que elas golpeiam matando mais combatentes de Martin, vão se mais dois e o velho torres está ferido também . Enfim, só quando destroem e vencem a ultima caveira restante, é que as grades gigantes de lanças pontudas se despertam, sobem e descem novamente, e a passagem para saída ressurge, agora estariam mais armados e preparados do que nunca, ninguém ultrapassou aquele portal sem antes todos os escudos e espadas das caveiras fossem pegos e levados juntos. Alguns dos que não chegaram até ali com Martin Ühler, não imaginariam que a essa altura, a subida do abismo estaria tão próxima e alcançável.
Agora mais bem providos e armados, os combatentes de Martin portam duas espadas cada um e escudos de bronze, recompensa atribuída pelas vitórias sangrentas e difíceis, porém, fica a preocupação do que ainda está por vir. Khamel se recupera dos ferimentos graves que tem repousando , bebendo da pouca água que ali tem e recebendo os cuidados de Dory e Alika, todos ali passam a explorar algo que não se sabe o que é, na verdade não sabem nem o que procuram e pra quê procuram ?
São nessas horas ! Em que eles param pra repousar e recarregar as energias , que alguns se perdem e desandam do grupo.
O que há agora ?
Indícios e vestígios mais fortes e evidentes do ex planeta terra;
Carros queimados, pneus, pedregulhos, enfim, qualquer coisa que puder ser encontrado ou descoberto, estará sempre tostado e arruinado pelo queimor do abismo.
- Dory, será que em algum momento vamos enfrentar criaturas com armas de fogo ? - Indaga Alika , a bela guerreira africana.
Sua pergunta é na verdade a dúvida e grande anseio de todos, o que fazer para se dispor e enfrentar mais e mais exércitos que estão por vir ?... sabe-se lá como eles estarão preparados ?...
Dory não sabe nem como responder, e ela que achava que estava invencível e insuperável por estar com espadas, escudos ,além do seu dom extraordinário e mutante de adentrar e mesclar-se ao fogo.
- Temos que nos defender com nossos escudos e superar tudo. -
Martin se admira por que de tantas pedras enormes predominarem aquele que parece mais um novo lugar a ser desvendado, a sua espada preferida e companheira está guardada em suas costas, ele usa o escudo de bronze e as espadas douradas para tentar quebrar imensas pedras, aparentemente parece inútil tal loucura de golpeia-las como se fossem inimigas, mas é que as pedras realmente começam a despedaçarem-se e vão se partindo depois de insistentes golpes,
- É ouro ! olha isso ! -
- Isto não vai nos servir pra nada -
Olhos estatelados em direção a Martin... Parece quererem perguntar por que ? Ou quando que ouro não serve e não é útil ?
- Mas isto é ouro ! - Repete o homem barbudo, é Moghloore, seu nome apelido.
- E o que vai fazer com ele ? vai conseguir carrega-los quando for subir o abismo ?
- Quem disse que subir o abismo nos garante alguma coisa ? -
- Então você vai querer ficar aqui embaixo pra eternidade , pra quê ? quer ser o rei do abismo também ? - Rebate Martin.
- Aqui embaixo não tem riquezas nem luxo para acumular e nem se faz negócios Nesse inferno, aqui é luta pela sobrevivência, luta contra esse fogo eterno. A terceira opção aqui, é a morte.- Responde o velho Torres com muita conveniência e razão , nem todos pactuam com tal verdade .
E Martin acudido pela resposta do ancião terror Torres, continua a quebrar pedras e mais pedras, estava bem disposto depois de ter repousado um pouco nos braços de sua amada Dory. Dentre as pedras quebradas uma surpresa... Um clarão azul reluzente nas aberturas das pedras, corisca e ofusca os olhos, sem se assustar, como muitos se assustaram inclusive até se armaram, Martin imediatamente põe a mão direita e em seguida a mão esquerda na luz, quem sabe algum poder, magia e revigorante poderia haver ali, as mãos permanecem a brilhar mesmo após retira-las dali, ele vai em direção a Dory e passa aquela luz não mãos dela que também ficam resplendecidas.
- O que será que essa luz faz Martin ? -
- Não sei , espero que nos ajude nas batalhas, mantenha-nos vivos e... -
Martin é interrompido por um beijo que Dory lhe dar, ela parece querer agradecer por ele lembrar-se dela, aquela luz de tom azulado soa tão angelical que compartilha-la, insinua amorosidade e expressa afeição. Será que é isso que Martin está demonstrando ? Dory espera que sim.
Alika e Haderi também enchem suas mãos da luz que eclode das pedras , eles vão em direção a khamel, abrem suas mãos e tentam passar um pouco da luz nele, inclusive nos seus ferimentos. Ninguém mais queria saber de descansar e preservar as energias depois de descobrirem o que se arranca das entranhas de algumas daquelas pedras, os que querem se iludir com o ouro , caçam ouro , os que querem luz caçam luz e assim cada qual terão sua recompensa. Essa é a logica e prova dos que se livraram do mundo materializado. Os dias por ali só se acabam quando termina o ouro e a luz, Khamel está recuperado, mas não forte o bastante para segurar uma espada de ouro e um escudo pesado de bronze, alguns tentam passar a luz azulada nas armas e escudos, mas a tentativa é frustrante .
- Que droga, essa luz não funciona na minha espada - murmurou um homem.
- Creio que só resplandece no que tem energia - Responde Martin.
Um pouco mais revigorados pela luz e por mais algumas horas de descanso, eles seguem adiante, e realmente os que querem o ouro a qualquer custo estão mais isolados do exército leal de Martin, é Moghloore , que esta achando que terá respeito e primazia por ser o dono do tesouro, o tesouro ali, é apenas a própia vida. Mas pelo poder, muitos pretendem passar até mesmo pelo inferno e pelo céu, pela fome e pela guerra, já sabe Humius, que a ganância impregna e vive na alma ambiciosa dos homens, seja em qualquer circunstancia, Martin sabe que isso trará problemas e mau agouro mais tarde.
Realmente ser humano é ser humano , os que recolhem e guardam ouro e mais ouro, mais poderosos passam a se sentir, parecem já estarem conspirando algum complô e dolo para querer dominar o mundo. Seria isso um exagero ?
Não, pelo menos nas circunstâncias que se levam as condutas, além do mais, a intuição de Martin Ühler não falha, ele pressente algo e é isso que o transtorna, caminhando sempre em direção á subida do abismo, ao olharem para trás se dão conta que realmente o exercito de Ühler diminuiu .
- Olha só Martin, sumiram alguns dos nossos. -
- Eu sei, eu percebi.- Diz Martin, Ciente de possíveis futuras perturbações.
- Ai ! -
- Au ! nossa, fui atingido também -
Grita um homem, seguido pelo murmuro de outro que também sentiu-se golpeado, só foi possível ver vultos escuros, eles sobrevoam rapidamente e tem o poder de teletransportarem-se de um lado para outro. São espécies de vodus que sobrevoam entre as cabeças que somem e aparecem com rapidez e invisibilidade, com as mãos reluzidas e espirando a luz azul das pedras magicas, Dory é a primeira que começa a ataca-los com golpes de fogo, todos pensam que esse poder adquirido é unicamente exclusivo de Dory, devido a capacidade dela de adentrar e permanecer no fogo. Mas não é, Alika muito esperta também junta a ponta das lanças e o fogo se faz, ela dispara o ataque de chamas contra as criaturas voadoras , elas tem mesmo é aparência de vodus, por que além de vestirem uma capa preta estilo uma túnica, carregam gadanhas da morte, parecem ser facilmente exterminados mas eles vem surgindo mais e mais pelos ares e o ataque e a guerra continua. O exercito de Ühler usa as lanças e flechas encruzadas para que o ataque em chamas possa destruí-los e queima-los, mas Alika, apenas Alika luta com sua espada dourada, ela é feroz e brutal, ela gira , golpeia, combate como uma guerreira do olimpo e mesmo quando sua espada cai para longe, ela prontamente saca o arco e flecha e vai matando vodus e mais vodus. Mais a frente, a aparição de um deles causa impacto e espanto, por causa do seu tamanho, com certeza é um Deus ou um mentor dos outros, ele tem cerca de quase dez metros de altura, mãos gigantes, carrega com uma só mão um soldado do exército de Ühler e tenta esmaga-lo, ao ser atacado com espadas e chamas, o vodu gigante sente os golpes e as violentas investidas de khamel, Martin e Alika, mas ele consegue matar mais um do exercito de Ühler, ainda bem que não é nenhum da força de elite de Martin, nem Dory, nem Alika, nem Haderi , nem khamel, aliás khamel, um forte homem de quase dois metros de altura também é só mais um, que parece um inseto a frente do enorme vodu mestre, que se despista e se defende muito bem com seu machado também também não menos agigantado, seu pior golpe é quando ele levanta o machado para cima e bate ao chão a estremecer tudo, todos pulam e caem com a tamanha pancada estrondosa.
- Como lutar contra isso ? - vociferou Alika.
Se ela esta a reclamar, que é a mais sanguinária das guerreiras e guerreiros, imagina tamanha inquietude que tomou conta de todos, o vodu fica na passagem que dá acesso ao único caminho que há para seguir.
- vamos todos atacar juntos, fogo nele ! - ordena Martin Ühler.
Seria uma boa ideia se após isto, o vodu gigante não sobrevoasse, mas ele igualmente aos outros, também voa .
- O desgraçado consegue voar. - Grita Haderi .
-Confie em mim Dory, não venha ou vamos morrer. - O apelo não persuadiu Dory, que teimou ir com Martin, afinal, ela, apenas ela, tem o poder de fogo nas própias mãos, finalmente foi agarrada por khamel e arrastada para o grupo.
- Não! me solte. - Dory reclama, mas khamel não atende a sua relutância.
- Calma Dory , eu já sei o que Martin está tentando fazer. -
Todos vão para atrás de uma alameda obscura repleta de grandes pedras e continuam a atacar o monstro feroz gigante que sem poder se teletransportar como os demais vodus, cai na armadilha e vai em direção a eles atacando e sempre batendo o super machado ao chão .
- Ele está se aproximando demais -
- Um golpe apenas desse machado, mata três de nós. -
- Cadê Martin? O que ele vai fazer? Esse vodu dos infernos já matou cinco dos nossos .- Reclama Dorothy .
As machadadas avassaladoras do vodu mestre vão sendo desferidas nos montes de pedras que estão acima dos covis, onde todos se escondem, por enquanto ninguém é atingido, até que Martin se joga pelas costas do vodu e consegue chegar até o pescoço enfiando-lhe a espada com toda força, o monstrengo vai trambecando .
Martin usa toda sua fúria e fura a mão dele com uma cravada fulminante, a sua espada traspassa dentre os dedos do vodu que se esfacelam, ele ainda é atacado por chamas das flechas abrasadas, sem falar de Dory que voltou do lago de fogo, onde mergulhou novamente e com um impulso ágil, pulou corajosamente sobre o vodu para acudir Martin, o que todos estão vendo ali agora é " uma garota-chamas ", seu cabelo em brasas queima os olhos do gigante vodu, mesmo sem nada mais enxergar, ele consegue arremessar Dory para longe.
O vodu não tem mais seu machado em mãos, o machado também pesado e enorme está em poder de Alika e khamel, que se unem com mais dois homens e arrasta o machado sob o chão para rasteirar o gigante ao chão e feri-lo golpeando-o até a morte. Após desabar no chão, aquela criatura de quase dez metros está ainda mais endiabrado e já vencido grita com rispidez :
- Maldito garoto ! maldito sejam todos vocês , eu invoco Derhart e seu exército para destruí-los. -
O gigante vodu agoniza e se explode, é jorrado ao ar suas tripas e entranhas.
E realmente está chegando a hora de Derhart voltar, porem seu exército está escasso, foi castigado pela condenação severa de Humius, Humius não é bonzinho e não fez isto para ajudar o exército de Martin Ühler. É que para reinar e subsistir no abismo, não é preciso apenas saber comandar e liderar com autoridade um exército, é preciso além de tudo, salvar a todos e proporcionar contentamento e júbilo para os que querem se submeter e obedecer. E então Derhart surge com sua espada dourada e sua capa avermelhada, acompanhado agora de seu reduzido exército, que logo é vencido por Alika e Haderi, Martin e Dory destroem sem piedade o não mais temido Derhart, com golpes das espadas douradas de seus própios soldados .
O que se vê agora mais adiante é algo que soa familiar.
- Olha só... Outra ponte. - Disse Haderi, com anseio que fosse mais uma ponte maldita.
- Chegamos até aqui, proponho que continuemos. - Propõe Martin que continua a dizer :
- vamos atravessar logo sem tremular. - Trovejou Martin se impondo a frente de todos e caminhando pela ponte de madeira, abaixo dela, fogo. Todos caminham rápido sem pestanejar com um objetivo único de pisar os pés do outro lado com firmeza e alívio. A ponte bamboleia pra lá e pra cá, não por causa do vento forte que sopra quente, mas por causa do corrimão de apoio que é de madeira e emaranhado com cordas desgastadas.
Pior de tudo, que ao atravessar a ponte sob outro lago de lavas, sequer o ar seco permite expirar um minguado fôlego, tendo assim que guiar sobre o lago de fogo com a sensação de que as pernas vão derreter, só não há problemas para Dorothy lynn é claro, parece mesmo que essa garota nasceu do fogo, todos estão apressados e ansiosos para atravessar a ponte que insiste em tremular.
- Ainda bem que não houve nenhum obstáculo e perrengue para nos abater. -
- já conseguimos atravessar isto ? - Pergunta uma mulher.
- Eu estava esperando algum dragão ou qualquer coisa do inferno que fosse nos puxar para o fogo . - Disse Alika.
- A ponte balançou bastante, mas já passou e estamos bem, vamos adiante. - Ordena Martin, que segue a dar passos sempre curtos e cuidadosos, agora avistando o que todos também vêem, á beira doutro lado da ponte tremula, um caminho espaçoso para prosseguir, porém, mais árvores ressequidas, muitas delas com seus galhos em brasas encobria o que viria adiante.

O Abismo De Martin ÜhlerOnde histórias criam vida. Descubra agora