†AMOR DOENTIO†

●2-Está tudo bem? ●

"Você é inútil, ande! Pegue os corpos e me ajude nessa droga!"

...

Acordo com muita dor de cabeça, levanto e vou até o espelho, e vejo que meus olhos estão muito inchados, tomo um banho e me arrumo, quer dizer, me visto, uma estranha ridícula igual a mim, não precisa se arrumar igual as garotas normais, até porque, mesmo se eu me arrumasse, eu continuaria um lixo inútil. Termino de arrumar a minha cama e ouço minha mãe me chamando.

-Linezinha vem tomar café, você vai acabar se atrasando.

Linezinha? Mães...

-Já vou.

Desço as escadas correndo, e tomo meu café da manhã. Mais um dia... mais um dia de puro inferno, mais um dia de humilhações, não sei porque ainda não me matei, acho que me falta coragem, penso em como meus pais iriam sofrer se eu morresse, não posso me matar, não ainda.

{...}

Chego na maldita escola e todos os olharem se voltam para mim, uns zombando, outros com malícia, uns com pena, quem teria pena de mim? Com certeza devem ser olhares de puro nojo. Não ligando para as críticas, prossigo o meu caminho, e então a maldita Vanessa passa com o seu canil e esbarra em mim de propósito.

-Olha por onde anda, senhora esquisita. _ vejo suas amigas rirem de mim.

-C-cala a b-boca! _ As palavras simplesmente saem da minha boca, porque eu disse isso? acabei de estragar a minha vida.

-Oque você disse?

Ela derrama em mim todo o refrigerante que estava segurando, vejo todos se aproximarem e rirem de mim, vejo algumas garotas gravando a situação, e logo em seguida começam a jogar bolas de papel em mim.

-Estranha, estranha! _ todos gritam.

Se o diretor não fosse tão puxa saco da Vanessa, talvez ele teria acabado com isso, eu não aguento mais, todo dia uma humilhação diferente, eu queria tanto ser qualquer outra pessoa sem ser eu, que merda! que merda de vida! malditos, se eu pudesse gritar para todo mundo escutar o quanto eu odeio-os, eu gritava com toda a força.

Vou correndo até o banheiro e começo a chorar, porque fazem isso comigo? começo a chorar cada vez mais, quando me dou conta reparo que tem uma garota no banheiro, ouvindo tudo. Droga Coralline! porque não foi mais discreta?

-Porque está chorando? _ Ela se aproxima e enxuga as minhas lágrimas. Me chamo Emilly, e você?

-Coralline.

-Vem Coralline, me conte tudo oque aconteceu.

Pelo menos uma pessoa que não me criticou ou fez algo ruim comigo, contei tudo oque aconteceu e a mesma disse que era uma das melhores amigas da Vanessa, mais acabou terminando essa amizade, por causa da suposta "brincadeira" que ela fez comigo, de espalhar fotos minhas pela escola. Bem de se esperar a Emilly não saber o meu nome, porque aqui nessa escola, sou conhecida como a "estranha", e estou farta disso! As aulas passam muito devagar, toda hora pessoas me provocam e riem de mim, me assediam e me xingam, estou arrumando as minhas coisas para ir embora desse inferno, mais então vejo Emilly, e a mesma vem falar comigo.

-Coralline!

-Oi Emilly!

-Como foram as suas aulas? _ diz Emilly animada.

-Horríveis como sempre!

-Que mau humor, vem! vamos na sorveteira aqui perto. _ ela me puxa.