†AMOR DOENTIO†

•●27-Uma nova companhia•●

7 meses depois.

7 meses se passaram e tento esquecer sobre a Coralline e as coisas que ela causou. Mas isso é impossível! Todos os dias me culpo por ter me apaixonado por ela, se eu não tivesse me aproximado dela, talvez o meu pai não estaria morto.

Mas tenho que seguir em frente, meu pai não gostaria de me ver desistindo. Tomo um banho e vou pra faculdade, chegando lá, entro na sala e sento na última cadeira. Pego o caderno e começo a abri-lo. Noto que todas as folhas estão riscadas de vermelho.

"Eu vou voltar, eu prometo"

"Ainda não te esqueci"

"Vou lutar pelo nosso amor"

"Não se esqueça de mim"

"Eu te amo mais que tudo"

Entre essas coisas vários símbolos. Droga! Bato fraco na mesa. Pensei que tudo isso tinha acabado! Acho que nunca mais vou ter uma vida normal depois que conheci a maldita Coralline!

-Está tudo bem?  _ Diz uma moça ao meu lado, ela é loira, e tem lindos olhos azuis, ela aparenta ser bem jovem.

-Estou, valeu por perguntar. _ Fecho o caderno.

-Prazer, me chamo Lúcia.

-Adam.

-Você não parece muito bem Adam.

-Impressão sua.

-Você é o filho do prefeito né?

-Sim, sou.

-Sinto muito.

-É eu também.  _ Pego as minhas coisas e começo a me levantar.

-Aonde vai?

-Eu não sei, acho que preciso ficar sozinho.

-Ficar sozinho nem sempre é uma boa opção. _ Ela guarda o caderno em sua mochila e se levanta.

-Não precisa me acompa...

-Eu também preciso conversar com alguém. _ Ela muda de expressão parecendo triste.

Falo para o professor que não vamos ficar em sua aula e então saímos. Fomos andando em silêncio e sentamos no banco de uma pequena praça.

-As vezes, perdemos pessoas tão especiais que dá uma grande vontade de desistir. _ Ela diz olhando para as pessoas que passam pela rua.

-Você perdeu alguém que amava muito?

-Faz três dias que os meus pais morreram em um acidente de carro.

-Nossa. _ Suspiro _ Eu sinto muito.

-Tudo aconteceu tão rápido! Eles foram apenas visitar umas tias minha, e então o telefone tocou, quando atendi, recebi essa notícia horrível.

-Isso é realmente terrível, mas eu vou estar aqui para oque precisar.

-Obrigada.

{...}

O dia passou rápido e fiquei a maior parte dele conversando com a Lúcia. Apesar de estar triste, ela tem os seus objetivos, e admiro isso.

Chegando em casa jogo a minha mochila no chão e ligo a televisão. Aperto o controle várias vezes mas ela não liga de jeito nenhum, então bato o controle na poltrona, deve ser as pilhas! Aperto uma última vez e ela liga. Ponho em um canal aleatório e nele está passando um comercial.

O novo.

O próprio.

Cereal colorido.

Vamos crianças. _ Diz um palhaço dançando com várias crianças.

Acho o comercial um pouco estranho e então começo a olhar melhor. Um garotinho pega a caixa de cereal e põe a mão dentro dela. Mas oque?! Ele começa a engolir algo parecido com sangue e logo em seguida as outras crianças fazem o mesmo.

-Vocês estão devagar crianças, será que o Adam vai querer provar? 

O palhaço tira a máscara e então vejo a Coralline. Tento desligar a televisão mas não consigo, puxo o cabo da tv e então ela cai no chão, vejo que ela está com a tela rachada, começo a correr em direção a porta e tento abri-la, mas ela não abre.

"Eu posso ir embora agora, mas eu voltarei"

Ouço a sua voz e então a porta abre me fazendo cair no chão.