"Você não para porque você não consegue"
"Uh? Quem está falando?"
"Mais conhecido como o diabo, dono do inferno, rei da tortura eterna... Você é diferente Elisabeth, você precisa se juntar ao seu povo"
"Oque?! Como assim meu povo?"
"Pessoas iguais a você Elisabeth"
"I-igual a mim? On-onde?"
"Venha comigo e você descobrirá"
A ambulância chega e deixaram eu entrar nela, eu espero que tudo fique bem, eu não quero perder o Nicolas, ele é um amigo muito importante para mim, ele é o único que quer o meu bem, ele nunca me abandonou, mas eu já o abandonei, e me sinto culpada por isso. Me sinto culpada por esse acidente, eu sei que eu causei isso, estou começando a acreditar que algo não está certo comigo, algo me persegue, e eu sei, agora eu tenho certeza. Talvez se eu tivesse digo "Não posso" , "Tenho outro compromisso" , ou sei lá, se eu tivesse inventado qualquer desculpa, isso não teria acontecido, mas agora não é hora de ficar me lamentando! Tenho que ficar do lado do Nicolas, como ele sempre ficou do meu.
Chegando no hospital, ele foi atendido na emergência e fiquei aguardando por notícias, peguei meu celular e disquei o número da mãe do Nicolas, na segunda ligação ela atende.
-Alô? Oi Coralline, quanto tempo!
-Dona Márcia! Tenho uma notícia não muito boa para te dar, é sobre o Nicolas.
-O Nicolas? Oque aconteceu com o meu filho? Me fala Coralline!
-Ele sofreu um acidente de carro, e está no hospital.
-Ah meu Deus! Estou a caminho agora!
Eu quero que tudo de certo, ele estava sangrando muito, e eu, não estou com nenhum arranhão, oque é um pouco estranho; mas eu não quero saber de mim, não quero saber de ninguém! A única notícia que eu quero, é uma que fale que o Nicolas está bem, e que não corre nenhum perigo.
Depois de alguns minutos a mãe do Nicolas chega, desesperada, tentando obter informações da recepcionista. Ela me vê e vem me abraçar desesperada, eu entendo a sua dor, se para mim já está sendo difícil, imagina para a Márcia, estou me sentindo tão culpada que sinto vontade de tirar a minha própria vida.
-Eles deram notícias do Nicolas? Me diz que ele está bem, me diga que ele vai sair dessa. _ Diz Márcia chorando.
-Foi tudo culpa minha. _ Digo fitando o chão para não olhar em seus olhos.
-Isso não foi culpa sua, mas, oque aconteceu realmente? Ele bateu o carro de repente? O Nicolas estava bêbado?
-Não! De repente o carro perdeu o controle, e então, ele bateu em um poste, se ele não tivesse me chamado para sair, ele estaria bem agora.
-Você está bem? Não se machucou? _ Márcia me olha desconfiada.
-Estou bem.
Estou bem por fora, mas por dentro é como se estivessem me matando aos poucos. Eu não posso perder o Nicolas, ele foi tão fofo, tão maravilhoso nessa noite, ele me tratou tão bem, ele é a melhor pessoa que eu já conheci, perder ele seria perder uma parte de mim! 4 minutos... 6 minutos... 8 minutos... 10 minutos... e nenhuma notícia do Nicolas, não aguento mais esperar! Isso é uma tortura! Mas estão, o doutor sai da sala cirúrgica com uma cara nada boa.
-Responsáveis por Nicolas Parker.
-Aqui! _ Márcia levanta rapidamente.
-Doutor, ele está bem? _ Pergunto sem esconder o meu nervosismo.
-Infelizmente ele não resistiu, Nicolas perdeu muito sangue, não conseguimos salva-lo.
Eu não acredito nisso! O Nicolas não pode morrer, não pode! Porque tudo de ruim sempre acontece comigo? Oque eu tenho de errado? Vejo Márcia caindo no chão desesperada.
-Isso é um engano! ME DIZ QUE ISSO É UM ENGANO! _ Diz Márcia.
-Não é nenhum engano senhora, sinto muito pela sua perda!
Eu não aguento mais ficar vendo todo esse sofrimento sem fazer nada, começo a correr pelo hospital e tento achar a sala onde o Nicolas está. Procuro em todas as salas, e então entro em uma sala onde um médico está cobrindo o corpo; ao me ver ele tenta me fazer sair.
-Senhora, você não pode ficar aqui!
-Estou com cara de velha agora?
Ele tenta me impedir, mas ninguém vai me impedir de ver o Nicolas, ninguém! Pego em seu pescoço e a minha força o faz levantar do chão, não fico muito surpresa, já estou me acostumando com esse meu lado ridículo e estranho. Percebo que ele está desacordado e o jogo no chão, chego mais perto dele e checo a sua respiração, percebo que o matei, mas isso não me interessa, o Nicolas está morto, e a morte dele é a única que me faz sentir dor. Tiro o pano que cobria o seu rosto e vejo que entrei no quarto certo.
-Ah Nicolas, eu te amo tanto! Você foi o meu melhor amigo, esteve comigo nas horas boas e ruins, infelizmente não escapamos da morte; me sinto muito culpada por eu ter causado isso, espero que você possa me perdoar, eu nunca vou esquecer você. _ Ponho a mão em sua testa e outra lembrança vem em minha mente.
4 anos atrás.
-Vai ficar tudo bem Coral, essas pessoas não gostam de você, porque nunca serão uma pessoa maravilhosa como você, e eu sempre vou estar ao seu lado, nunca vou te abandonar.
-Obrigada por sempre estar ao meu lado Nicolas. _ Digo enxugando as lágrimas que caiam em meu rosto.
-Ei! _ Ele enxuga as lágrimas no meu rosto. _ Não quero te ver chorando okay? Vêm! Vou te levar em um lugar especial.
-Aonde?
-Não seja curiosa! _ Ao ouvir isso, começo a rir. _ Amo ver esse sorriso maravilhoso.
Ele pega em minha mão e me leva para um lugar, não faço idéia de onde ele está me levando, mas tudo que vem do Nicolas são coisas boas, e eu confio nele de olhos fechados. Chegando no "lugar especial" fico de boca aberta, que lugar lindo! Uma cachoeira linda, muitas árvores, flores maravilhosas, e o incrível é que não tem ninguém, esse lugar é meio que escondido de todos.
-Como descobriu esse lugar? É muito lindo!
-Uns dias atrás, eu queria ficar um tempo sozinho, sem as reclamações e brigas dos meus pais, comecei a andar para resfriar a cabeça e vi um lugar afastado, comecei a entrar e o encontrei, eu não entendo porque não tem pessoas que frequentam aqui.
-Talvez porque pensam que são só árvores em um lugar deserto, cinceramente as aparências enganam.
-Realmente. _ Ele começa a rir.
-Ta rindo do que seu bobo? _ Ele me pega e acabamos caindo na cachoeira. _ Nicolas! _ Começo a rir.
De volta ao presente.
As lembranças vão acabando aos poucos, e então eu volto para esse pesadelo que estou vivendo. De repente uma voz ecoa por todo o lugar.
-Por favor compareçam na sala número 29, compareçam na sala 29 com urgência.
Essa é a sala 29! Tenho que sair daqui o mais rápido possível, já devem ter descobrido oque aconteceu aqui. Saio da sala rapidamente e vejo médicos correndo e indo até a sala 29; começo a correr a caminho da minha casa e vejo pessoas me olhando de uma forma estranha na rua. Com certeza devem estar pensando "Porque essa louca com o vestido ensanguentado está correndo?", "Com certeza deve estar fugindo da polícia", "É melhor sair de perto", Pois é! É melhor sair de perto! Já matei três pessoas e não vou me importar de matar alguém novamente.
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†AMOR DOENTIO†
HorrorCoralline é uma garota como qualquer uma, mas, acho melhor não dizer "qualquer uma", porque as garotas da escola, não sofrem tanta humilhação como Coralline sofre. Ridícula, idiota, estranha, vadia e muitas outras ofensas. Tem algo pior do que sofre...