You Need A Teacher

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Ben dava aulas de matemática e física teórica em uma prestigiada universidade de sua cidade. Em uma de suas turmas havia uma aluna em particular, que ganhou a sua atenção. Ela se chama Rey. Rey era uma jovem de 20 anos, excelente aluna com uma bolsa estudantil parcial, muito habilidosa em resolver problemas matemáticos; além de conseguir acompanhar sem esforço as aulas e indagações em física teórica. Suas notas eram acima da média e Ben sabia que ela poderia ser capaz de gabaritar a prova, realizar projetos, pois via nela um grande potencial, mas por algum motivo ele presumiu que ela não conseguia ou não queria. Não tinha como saber ao certo o que se passava. Ben tinha muito interesse em desenvolver-la academicamente, mas ele, mesmo que não admitisse, também sentia uma certa atração física em relação a ela.
O que seria um pouco problemático. Ben, estava na casa dos 30 e Rey acabara de completar 20 anos. Uma diferença grande, mas não impossível.  A questão maior é o fato dele ser professor e ela ser  uma aluna, um relacionamento como esse, estava fora de cogitação. Poderia ser muito prejudicial a ambos.

Mas a cada aula, a cada teste, Ben percebia que Rey progredia muito. Só confirmava o que ele já achava: ela era brilhante e tinha um grande potencial a ser explorado. Então ele decidiu que iria pedir ao diretor Jonas que considerasse dar a Rey uma bolsa de estudos no programa para alunos excepcionais. Ele levou as provas dela, notas, tudo o que era possível para provar sua competência. Mas o diretor jogou a ele um balde de água fria.

- Infelizmente não será possível conceder a entrada de Rey ao programa, professor Adam.

- Mas eu trouxe tudo o que era necessário! Respondeu Ben indignado. – Ela é muito capaz e o senhor sabe disso! Ela resolve problemas muito avançados para a idade dela. O raciocínio dela é espetacular e....

O diretor o interrompeu levantando a mão.

-Estamos com o orçamento apertado e as vagas desse ano já foram preenchidas. Mesmo que eu cedesse um lugar a ela, a escola não poderia banca-lá!

Ben olhou para ele muito chateado. O diretor deu um tapa em suas costas e finalizou :

-Sei que está chateado. Ela é realmente um prodígio. Mas não temos condições. Você sabe.

Ben juntou suas coisas e foi em direção a porta, quando de repente, parou por um segundo se virando na direção de seu superior.

- E se eu pagar o ano letivo? Eu ganho relativamente bem, não tenho filhos, posso bancar os estudos por ela.

Jonas soltou um suspeito e falou :

- Você mais do que ninguém sabe que isso é antiético... E pode trazer problemas a nós.

Ben não desistiria.

- Mas diretor Jonas, posso fazer uma doação mensal anônima, ninguém irá saber.

- Ninguém além de mim Ben.

Um silêncio pairou no ar. Jonas esperava que Ben se retirasse, mas ao invés disso ele permaneceu na sala pensativo. E por fim pediu:

- Posso conversar com ela e oferecer aulas particulares? Isso infringe alguma regra da escola?

Diretor Jonas analisou as palavras dele com calma e respondeu:

- Não exatamente. Vamos fazer assim mesmo porque eu sei que você não vai desistir facilmente... Se ela concordar, venham aqui na minha sala formalizar. Não quero outros alunos e professores inventando histórias. Após isso, os reforços podem ser marcados depois das aulas regulares. Pode ser feito no seu escritório, pois acho desnecessário ocupar uma sala de quase 100 alunos. Se perguntarem diga que te dei permissão, está bem? Espero que seu esforço valha a pena.

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