Capítulo quatro - Parte final.

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Rafael estava feliz em poder desfrutar de um fim de semana inteiro livre, sem a presença de Isabel. Sua noiva resolveu que o novo escritório precisava de uma mudança na decoração e conseguiu que uma decoradora renomada fosse até lá. Assim, as duas estavam no escritório, fazendo a vontade de Isabel.

Vendo que passaria o fim de semana todo livre de Isabel, Rafael decidiu que faria tudo o que não podia fazer quando sua noiva estava por perto.

O que consistia em acordar cedo, tomar um café da manhã de rei, com suas torradas, geleias, presunto, queijo e o que mais tivesse a disposição. Depois de fazer isso tudo, calçou seu tênis, colocou seu iphone nos ouvidos e saiu pelas ruas da cidade, como se não tivesse rumo.

Seus pés o levaram até um parque que ficava há quinze minutos de caminhada de sua casa e Rafael se sentiu feliz por poder desfrutar de coisas pequenas e simples como aquela.

A brisa da manhã agitava levemente seus cabelos. A vegetação do lugar florescia bem, colorindo as árvores e trilhas, pássaros faziam seu voo, algumas mães passeavam com seus filhos e alguns homens corriam ao lado de seus cães.

Rafael tinha vontade de ter um cachorro há anos, mas Isabel tinha alergia à pelo de qualquer animal. Ou seja, animal não entrava na casa de Isabel e nem na de Rafael.

Uma pena, pois Rafael amava animais. Principalmente os cães.

Seria esse mais um motivo para não se casar com Isabel?

A pergunta se instalou em sua mente e foi respondida com um “sim” quando avistou à sua frente, a mulher que lhe tirou o sono o resto daquela noite.

Analice.

Ela estava cinquenta metros a sua frente, caminhando lentamente e parecia distraída, enquanto ouvia alguma música.

Um homem passou por ela e a fitou de cima a baixo e assobiando, mas Analice não pareceu notar isso, pois continuou seu passo.

Os lábios de Rafael se transformaram em um sorriso em saber que o homem foi ignorado por Analice. O que não aconteceria com Rafael, pois, como ele se conhecia bem o suficiente, sabia que iria até ela e faria com que o percebesse. Além de ter mais uma daquelas agradáveis conversas.

Continuava sem saber o que acontecia com ele, mas, estava disposto a ir até o final disso e ver onde daria. Quem sabe, teria só mais um motivo para acrescentar a lista dos “contras” de seu casamento, que estava ganhando em disparada dos “prós”.

Analice? Mais um para os “contras”...

E parecia que tudo estava caminhando para onde Rafael queria, mas que não tinha coragem de admitir. Ao menos, não por enquanto.

Todos os dias adiava a sua decisão de terminar seu relacionamento com Isabel, mas, a cada dia que se passava, ficava mais irritado com tudo. E com “tudo” entenda: Isabel.

Talvez isso terminasse mais cedo do que ele esperava. Poderia ser bom. Ou não.

Enquanto levava as mãos aos seus cabelos, os alisando, deu uma olhada em sua roupa e achou que via-se bem para a ocasião casual. Moletom e tênis era mais do que necessário para uma caminhada...

Onde sua mente o estava levando...? Estava realmente se importando com a roupa que usava no momento em que encontraria uma garota por acaso?

Desde quando ele se importava com isso?

Fácil. Desde que viu Analice na noite anterior e o sorriso dela fez com que tudo a sua volta começasse a desmoronar e algo dentro de seu peito dizia que aquilo fazia todo o sentido. Que não precisava se preocupar com nada, pois tudo se encaminhava para algo que não se arrependeria nunca.

27. As crônicas de uma virgemOnde histórias criam vida. Descubra agora