Já fazia algumas semanas que as entregas de John se intensificaram e que Sherlock não era alheio a elas, algo que nunca havia acontecido.
O que antes eram apenas olhares um pouco mais demorados e alguns suspiros por parte de John se tornaram ansiedade, tensão sexual.
John agora se sentia muito pior, pois não tinha autocontrole para parar com olhares repletos de desejo, aproximações tensas e cumprimentos apertados demais.
E John sabia que não conseguiria parar por uma razão – estava se sentindo correspondido.
Não sabia o que tinha mudado na cabeça de Sherlock, mas certamente aquela suavidade em seu olhar era completamente nova. Era novo Sherlock encarando seu corpo por míseros segundos, o deixando confuso.
Eram mais constantes as vezes que John se masturbava pensando nele.
A única alternativa que John encontrava para tentar fazer Sherlock falar sobre sentimentos era tentar arrancar qualquer suspeita de emoção no amigo.
Para isso, o interrogava inúmeras vezes porque ele não tinha relacionamentos e outras perguntas com a mesma finalidade.
John não entendia o real motivo de porque Sherlock era tão reservado e pensou várias vezes que ele poderia simplesmente não ter desejo sexual por ninguém. Conhecia apenas aquela teoria de Sherlock – que não o deixava nada satisfeito – de que ''sentimentos são prejudiciais''.
Sherlock estava na cozinha, analisando uma amostra no microscópio. Conversavam sobre alguns assassinatos que o primeiro havia desvendado antes de conhecer John e se divertiam com John tentando adivinhar o assassino antes do outro contar o final.
John sentia uma alegria muito grande por ver o companheiro sorrindo e conversando enquanto trabalhava e se perguntava a cada dois minutos o porquê dele fazer algo tão inusitado – normalmente Sherlock exigia silêncio ao trabalhar assim!
John também queria continuar o jogo para vê-lo sorrir de canto de boca o encarando com aqueles olhos claros, o desafiando, e com a cabeça ainda inclinada no microscópio, simplesmente porque era algo lindo de ver.
Depois de um bom tempo nessa brincadeira e John se sentindo bem à vontade, arriscou a pergunta:
J – Sherlock, você não se apaixonou nesses últimos anos?
Sherlock continuou olhando no microscópio por um tempo. Depois parou e encarou John calmamente:
S – Sim.
John ficou desconcertado com uma cara de quem nunca esperaria essa resposta – o que quase fez Sherlock perder a concentração e rir, mas ele segurou o riso, mantendo a feição tranquila.
J – Não. Espera. Sim que se apaixonou ou que não se apaixonou?
S – Eu me apaixonei.
J – Por quem? – A pergunta veio mais imediata do que John desejava. Ficou envergonhado.
Sherlock não respondeu e começou a preparar outra lâmina que seria examinada no microscópio. John não perdia a cara de intrigado no rosto.
J – Como assim você se apaixonou??? Você sempre responde que nunca se apaixonou!! Sherlock!
S – Quanto interesse... Vai implorar por detalhes?
John fitou-o zangado.
J – Por quem?? Como assim?
S – Já vi que vai implorar.
Sherlock sorriu, buscando algo em alguma das gavetas na cozinha. John continuava irado, tentando pensar em alguma abordagem que fizesse Sherlock continuar o assunto e não desviá-lo como previa que ele faria logo...
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JohnlockED
FanfictionDesde que se conheceram, John se surpreendeu com sentimentos fortes pelo amigo, mas acabava por tentar encaixá-los no rótulo de "admiração" todas as vezes. Nas primeiras semanas em que conviveram, ele absorveu que havia se deslumbrado com a inteligê...