O íntimo

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 Algumas semanas se passaram. John e Sherlock haviam saído para se distrair e comer alguma coisa numa noite, no meio da semana. Estavam numa lanchonete, os dois sentados lado a lado em frente à mesa, já com os pratos vazios após comerem. J

á haviam esgotados diversos assuntos e no momento Sherlock se mostrava levemente inquieto. John sabia que era pela ausência de crimes a serem solucionados, que deixavam Sherlock com a cabeça vazia e isso o irritava.

J – Logo aparece um caso, ok?

S – Você acha?

J – Bem... Se você parasse de recusar os casos menores que...

S -... John, você sabe muito bem que antes daquela senhora chegar na metade da narrativa, ontem, eu já sabia o que tinha acontecido. Qual a graça de trabalhar assim?

John suspirou. Sherlock mexia com um guardanapo nas mãos.

J –Faz semanas que não te vejo compondo...

Sherlock inspirou com avidez e depois expirou.

J – A gente pode ir ao necrotério amanhã; acompanhar Molly às vezes te dá alguma ideia.

S – Eu gosto quando você tenta me acalmar...

John sorriu levemente e encostou seu rosto no pescoço de Sherlock, respirando ali e sentindo sono; já era tarde da noite.

S - Eu quero te levar a um lugar.

J - Que lugar?

S – Eu não vou te falar, mas não é nada grandioso.

John levantou o rosto e o encarou.

J – Quando?

S – Agora! Óbvio!

John pensou na dor nas costas e no cansaço que sentia. Invejava a disposição de Sherlock. John já teria sido muito mais ativo que ele, certamente, mas Sherlock nunca mostrava sinais de envelhecimento. 

A vontade de John era usar o comum "podemos deixar para outro dia?", mas estava curioso e Sherlock sabia deixá-lo assim.

S – Não estou vendo sua animação.

J – Não sei nem se é bom ou ruim! Mas sim, vamos então.

S – Claro que é bom. Tudo o que vem de mim é bom, John. – piscou para o companheiro, levantando e se encaminhando para a rua. 

Lá fora, John procurava um táxi atentamente.

S – Nós vamos de metrô. É longe.

J – Longe a ponto de irmos de metrô??

S – Sim. É do outro lado da cidade.

J – Hm. Não pode me dizer nada sobre esse lugar?

Sherlock pensou por um momento.

S – É um lugar importante para mim.

Era uma informação simples. Mas nada poderia animar mais John. Se estava indo para o outro lado da cidade por algo importante, tudo bem. 

No metrô, sentaram-se num banco. A espera seria um pouco longa. John começou a se preocupar com o horário.

J – Sherlock, já passou das dez horas da noite. Até chegarmos lá será tarde. Será que demoramos?

JohnlockEDOnde histórias criam vida. Descubra agora