O desejo

3.9K 350 432
                                    

 Quando Sherlock acordou, no dia seguinte, John estava de pé, encostado na bancada da cozinha e sobre a mesa havia lanches e chá – ele havia comprado café da manhã.

Sherlock riu alto surpreso e logo sentou, se servindo alegremente. John o encarava fingindo estar irritado com a falta de delicadeza do amigo. 

Ele achou engraçado, pois sabe que raramente John trazia café da manhã para ele, isso só ocorria quando algo diferente acontecia – resolviam um assassinato que trabalharam por semanas, ou quando Sherlock ficava doente.

J - O que foi? É tão engraçado assim eu te trazer café na mesa?

S – Não precisava. Eu já te desculpei, John.

Sherlock continuava devorando tudo o que ele havia trazido e tomando seu chá – John sabia exatamente o que ele mais gostava de comer e como agradar Sherlock.

J – Não é um pedido de desculpas. Não é nada... Só um agrado, que pelo visto você aprecia muito.

S – Sim. Pode começar a fazer isso sempre.

J – Se eu faço sempre, perde o encanto.

S – Você está admitindo que seja algo especial...

J – Eu gosto de te ver assim.

S – Assim como?

J – Assim, aqui, comigo.

Sherlock o encarou sorrindo.

J – É estranho. Há anos moramos juntos e eu nunca me esqueço de lembrar o quanto é bom estar com você; é como se eu não me acostumasse de verdade...

S – Bem... Eu sinto o mesmo.

Um silêncio confortável se estabeleceu e logo Sherlock terminava. John arriscou, levemente acanhado:

J – Eu não vou ganhar nem um beijo de agradecimento?

Sherlock imitou uma feição de insegurança e disse com ironia e logo sorrindo:

S – Eu não estou pronto!!

John gargalhou, agora realmente envergonhado.

J – Só falta você agora resolver me provocar.

S – Não me dê ideias, John, posso ser muito bom nisso. - E piscou para o amigo.

Outro dia, John passou a entrar no quarto de Sherlock para acordá-lo. Uma das imagens que John mais gostava do amigo, depois de trabalhando, era dele dormindo. Seu semblante se tornava extremamente leve com o sono, como se esquecesse da vida e se tornasse pueril de alguma forma.

Sherlock estava deitado de bruços, braços e face sobre o travesseiro. John se aproximou e sentou na cama, próximo dele, sabendo que quando o tocasse ele acordaria de imediato; ele tem sono leve. 

John começou a afagar os seus cachos com as mãos e viu o outro respondendo ao seu toque ainda com os olhos fechados. O maior abriu os olhos e tornou a fechá-los com um sorriso ao ver o amigo. Sherlock pensava como aquilo era bem melhor que as batidas leves que ele dava na porta para acordá-lo antes.

S – É assim que vai passar a me acordar agora? – sua voz era sonolenta, grave e macia.

J – Talvez... Você gosta?

S – Hm... Posso me acostumar facilmente.

John se deliciou ao ver Sherlock sonolento e levado pelo seu toque. Sentia ele arrepiando quando se aproximava de sua nuca e suspirando quando experimentava puxar levemente os cachos macios. Alguns minutos se passaram e John não sentia vontade de parar com as carícias.

JohnlockEDOnde histórias criam vida. Descubra agora