1- Impagável

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*~* Adelaide narrando *~*

O suor escorria constantemente sobre minha pele, enquanto eu caminhava pela orla da praia de Copacabana. Decido fazer uma pequena parada no Quiosque mais próximo para comprar uma água de côco e sinto meu celular vibrar dentro do bolso da calça, anunciando a chegada de uma nova mensagem. O pego após acomodar-me em uma das poucas mesas do estabelecimento e verifico o SMS:

"Seu cartão de crédito foi bloqueado por falta de pagamento."

- Ótimo! - Suspiro pesadamente, enquanto o guardo novamente no bolso traseiro da calça.

Segundo meus cálculos, este é o meu sexto cartão de crédito bloqueado esta semana. Todos pelo mesmo motivo: falta de pagamento.

É difícil de acreditar em como eu, Adelaide Kane, fui da extrema riqueza à extrema pobreza em tão pouco tempo. Meu pai, Otto Kane, era dono da rede de indústrias Kane que, até ontem, era a maior empresa automobilística da América Latina.

Toda a riqueza tornou-se pó, assim que as dívidas de meu pai saíram do controle. Nunca mais fora o mesmo desde a morte de minha mãe, entregou-se ao vício e fez dívidas milhorárias com agiotas perigosos que agora o atormentam constantemente.
Estava a ponto de arrancar meus cabelos, pensando em como ele iria quitar a enorme dívida se agora não temos um centavo sequer.

Termino de tomar minha água de côco e continuo caminhando por mais uns 15 minutos. Volto para casa e me deparo com a cena que já esperava: o banco estava a tomar posse da casa e de todos os bens contidos nela. Logo ouço a voz arrastada de meu pai, devido ao consumo excessivo de álcool, o mesmo mal conseguia permanecer de pé. Caminhou em minha direção cambaleando e agarrou-me os ombros.

- Adelaide, estão levando tudo! - Esbravejou desesperado - O que vamos fazer agora, minha filha?

- Eu não sei, pai. - Retruquei, já sentindo meus olhos marejados.

- Eles vieram atrás de mim novamente. - Contou-me apavorado - Me deram um prazo de 24 horas para quitar a dívida.

- E se a dívida não for quitada? - Pergunto temendo sua resposta.

- Eles me matam.

- Não! - Vociferei, enquanto o envolvia em um abraço apertado. - Eles não podem fazer isto! Eles não podem! - Desatei-me a chorar em seu ombro.

- Eles podem, minha filha. - Choramingou, enquanto acariciava meus cabelos.

Balancei a cabeça negativamente inúmeras vezes contra seu peito, até que meu pai desvencilhou-se do abraço.

- Adelaide, olhe para mim. - Ordenou. Permaneci cabisbaixa, até que suas mãos tocaram o meu queixo, erguendo-o e forçando-me a encará-lo. Seus olhos se encontravam inundados, assim como os meus, e sua boca se abria e se fechava várias vezes, ele parecia procurar as palavras certas para me dizer. - Minha filha - Acariciou meu queixo com o polegar - Me perdoe. Me perdoe por não ter sido um bom pai.

- Não há o que ser perdoado. - Digo entre lágrimas - O senhor foi e è o melhor pai do mundo! - O abracei novamente.

Depositando um beijo demorado no topo de minha cabeça ele falou:

- Eu te amo.

- Eu também te amo, pai. -Aconcheguei-me em seus braços e me entreguei aos prantos novamente.

Genteeee, aqui está o primeiro capítulo do livro!!!
Espero que estejam gostando da estória.
Não esqueçam de votar e comentar bastante!!!!
Até o próximo capítulo 😘😘

Nas mãos de um traficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora