8- Descoberta

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*~* Adelaide narrando *~*

Esmurro suas costas com toda a força que tenho, o que, aparentemente, não parece ser muita coisa. O líder do tráfico pouco se importa com as minhas mãos esmurrando-o, pelo contrário, o mesmo zomba de mim por não possuir força nos membros superiores.

Sem sucesso, resolvo mudar a tática e passo a agredi-lo com pontapés no seu belo abdômen trincado.

- Porra! - Esbraveja irritado - Para de me chutar, sua louca.

- Solte-me agora! - Exijo.

- Quando chegarmos... - Inicia o falatório, mas o interrompo.

- Eu me recuso a ir ao hospital! - Esbravejo, enquanto impulsiono a perna mais uma vez, planejando dar-lhe um pontapé que irá fazê-lo vomitar até suas entranhas. Porém uma parada abrupta me tira o foco do plano. Rapidamente, o líder do tráfico me põe no chão, deixando-me levemente tonta, olho ao redor e percebo que ainda estamos na casa. Mais especificamente, estamos defronte a uma porta branca com uma placa.

"Gustavo González - Obstetria"

- Eu não acredito que você tem um consultório médico aqui. - Digo atônita. - Por acaso este médico também te deu um calote e agora é submetido ao trabalho escravo? - Questionei-o, apontando para a placa fixada na porta.

- Cale a boca e entre. - Disse, curto e grosso, logo após abrir a porta do consultório médico.

Havia de tudo naquele lugar, uma máquina de raio x e até mesmo equipamentos necessários para cirurgia. Tanto as paredes quanto a decoração exalavam simplicidade. Nada de cores fortes, o branco predominava por todo o lugar.

Adentro o local vagarosamente, até que escuto alguém pigarrear atrás de mim, viro-me e avisto o chefe do tráfico ainda escorado à porta.

- Deite-se na maca. - Ordenou.

Faço o que me foi ordenado, porém logo em seguida sugiro que o correto seria esperar o médico chegar, mas sou ignorada por completo. Enquanto falo pelos cotovelos, o líder do tráfico caminha pelo consultório, como se estivesse a procura de algo. O mesmo para defronte a um cabideiro carregado por jalecos brancos e retira um deles, vestindo-o.

- Ei, sua mãe nunca te ensinou que é feio mexer nas coisas dos outros sem permissão não?! - falo, indignada com a falta de educação dele.

Mais uma vez sou ignorada, o líder continua a futucar nas coisas do doutor Gustavo.

Esse coitado deve comer o pão que o diabo amassou aqui - penso.

Retorno de meus devaneios após sentir mãos grandes cobertas por luvas tocarem-me a testa. Espanto-me ao perceber que trata-se do líder do tráfico.

- O que está fazendo? - Questiono-o, não entendendo bulhufas. - Temos que esperar o médico! - Afirmo, retirando suas mãos de minha pele.

O líder bufa, parecendo estar altamente irritado.

- Ninguém virá, Adelaide. - Diz, deixando-me confusa.

- Então... Por que você tem um consultório médico? - pergunto, já tendo em mente uma resposta. Mas não fazia sentido, não podia ser...

- Eu sou Gustavo González. - Falou por fim.

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Nas mãos de um traficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora