*~* Adelaide narrando *~*
Esmurro suas costas com toda a força que tenho, o que, aparentemente, não parece ser muita coisa. O líder do tráfico pouco se importa com as minhas mãos esmurrando-o, pelo contrário, o mesmo zomba de mim por não possuir força nos membros superiores.
Sem sucesso, resolvo mudar a tática e passo a agredi-lo com pontapés no seu belo abdômen trincado.
- Porra! - Esbraveja irritado - Para de me chutar, sua louca.
- Solte-me agora! - Exijo.
- Quando chegarmos... - Inicia o falatório, mas o interrompo.
- Eu me recuso a ir ao hospital! - Esbravejo, enquanto impulsiono a perna mais uma vez, planejando dar-lhe um pontapé que irá fazê-lo vomitar até suas entranhas. Porém uma parada abrupta me tira o foco do plano. Rapidamente, o líder do tráfico me põe no chão, deixando-me levemente tonta, olho ao redor e percebo que ainda estamos na casa. Mais especificamente, estamos defronte a uma porta branca com uma placa.
"Gustavo González - Obstetria"
- Eu não acredito que você tem um consultório médico aqui. - Digo atônita. - Por acaso este médico também te deu um calote e agora é submetido ao trabalho escravo? - Questionei-o, apontando para a placa fixada na porta.
- Cale a boca e entre. - Disse, curto e grosso, logo após abrir a porta do consultório médico.
Havia de tudo naquele lugar, uma máquina de raio x e até mesmo equipamentos necessários para cirurgia. Tanto as paredes quanto a decoração exalavam simplicidade. Nada de cores fortes, o branco predominava por todo o lugar.
Adentro o local vagarosamente, até que escuto alguém pigarrear atrás de mim, viro-me e avisto o chefe do tráfico ainda escorado à porta.
- Deite-se na maca. - Ordenou.
Faço o que me foi ordenado, porém logo em seguida sugiro que o correto seria esperar o médico chegar, mas sou ignorada por completo. Enquanto falo pelos cotovelos, o líder do tráfico caminha pelo consultório, como se estivesse a procura de algo. O mesmo para defronte a um cabideiro carregado por jalecos brancos e retira um deles, vestindo-o.
- Ei, sua mãe nunca te ensinou que é feio mexer nas coisas dos outros sem permissão não?! - falo, indignada com a falta de educação dele.
Mais uma vez sou ignorada, o líder continua a futucar nas coisas do doutor Gustavo.
Esse coitado deve comer o pão que o diabo amassou aqui - penso.
Retorno de meus devaneios após sentir mãos grandes cobertas por luvas tocarem-me a testa. Espanto-me ao perceber que trata-se do líder do tráfico.
- O que está fazendo? - Questiono-o, não entendendo bulhufas. - Temos que esperar o médico! - Afirmo, retirando suas mãos de minha pele.
O líder bufa, parecendo estar altamente irritado.
- Ninguém virá, Adelaide. - Diz, deixando-me confusa.
- Então... Por que você tem um consultório médico? - pergunto, já tendo em mente uma resposta. Mas não fazia sentido, não podia ser...
- Eu sou Gustavo González. - Falou por fim.
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Nas mãos de um traficante
RomanceAdelaide Kane é uma jovem rica que acabara de perder tudo. Seu pai, Otto Kane, vai à falência, após afundar-se em meio a dívidas provenientes da compra de drogas ilícitas, necessárias para suprir seu vício. Gustavo González, o líder do tráfico, exi...