5- Virgem

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*~* Gustavo narrando *~*

- Você está de brincadeira, não é? - Perguntei, ainda perplexo com aquela revelação.

- Por que é tão difícil de acreditar nisso?! - Retruca irritada.

- Porque eu me nego a acreditar que nunca nenhum outro homem tenha sentido vontade de te foder. - Respondi olhando-a de cima a baixo.

- Muitos quiseram, eu que não quis. Poupei minha virgindade, sonhei em perdê-la com alguém especial... Mas a vida me pregou uma peça e trouxe você - Fala com desdém, referindo-se a mim.

Explodo e a jogo na cama, ficando por cima dela. Nunca fui de dar muita importância para a opinião dos outros, mas as poucas palavras ditas por ela me ofenderam profundamente.

- Escuta aqui, eu posso não ser o príncipe da Disney que você tanto sonhou, mas não aceito ser tratado como lixo. - Profiro entre dentes, enquanto aperto meu corpo sobre o seu.

- Sai de cima de mim, seu neandertal! - Esbraveja irritada e tenta, de todas as formas, tirar-me de cima dela. Gargalho ao ver que a mesma não conseguiu mover-me sequer um centímetro.

- Não há graça alguma! Eu quero que saia agora ou... - Rosna.

- Ou? Aqui você não tem querer algum, garota. Ou você faz o que mando ou eu te levo lá para os fundos da casa e faço o que iria fazer com seu pai. - Falo a olhando nos olhos com meu melhor olhar sádico.

A mesma me olha assustada, seus olhos se inundam em segundos e, por algum motivo, me sinto mal em vê-la daquele jeito. Principalmente por saber que eu sou a causa de seu sofrimento. Meu coração pede para que eu a abrace forte, mas a única coisa que faço é rolar para o lado e encarar o teto.

- Você é um monstro. - Profere entre soluços e levanta-se indo em direção a porta da suíte.

- Aonde você pensa que vai? - Pergunto calmamente.

- Para o mais longe possível de você. - Fala, enquanto gira a maçaneta da porta, logo percebendo que a mesma está trancada. Suspirando pesadamente, Adelaide senta-se no chão e abraça seus joelhos, ficando de costas para mim.

- Espero que contente-se com meio metro de distância. - Digo quebrando o silêncio.

- Se a distância entre nós fosse a mesma existente entre o sol e a terra, eu ainda não estaria satisfeita.

Levanto-me e me visto rapidamente, saindo do quarto logo em seguida. As palavras de Adelaide me machucavam de uma forma ainda desconhecida por mim. Ela desejava o espaço inteiro entre nós, enquanto eu desejava tê-la o mais perto que conseguisse. 

Nas mãos de um traficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora