capitulo 3

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Isabella

Meu celular vibra. Deve ser uma das meninas dizendo o quanto a balada está boa e o que estou perdendo. Ignoro por hora. Mais mensagens chegam e decido olhar antes que durma. Qual não foi minha surpresa ao ver mensagem de um número desconhecido. Nossa, que romantismo. Quem será? Como meu nome deveria ser Curiosidade, mando outra.

Isabella - 19:40
"Boa noite! Quem é?"

Desconhecido - 19:41
"Alguem que não esquece esses olhos."

Isabella - 19:42
"Desculpa, mas se não disser quem é vou bloquear."

Aguardo resposta ansiosa. Será que é quem estou pensando? Acho que não. Um homem daquele jamais olharia para uma menina simples como eu. Deixo o celular de lado e tento dormir.

Sei que é cedo, mas não tenho mais o que fazer. Deveria ter saído com as meninas. Mas estou tão cansada que estou com preguiça até de respirar. O sono não vem.

Penso novamente em certos olhos verdes que me fascinam. Quem será ele? Só sei que é pai da Lara e só. Preciso saber mais. Quem sabe assim tirar ele do pensamento. Me assusto com o toque do celular. É o mesmo número da mensagem. E agora? Atendo ou ignoro? Se ignorar nunca vou saber quem é. Demoro e o celular pára de tocar. Começo a cochilar e me assusto ao vê-lo tocar novamente. Respiro fundo e atendo.

- Alô! - digo prendendo a respiração.

- Isabella? - A voz que me arrepia inteira. Fico muda. - você está ai?

- Oi. Sim, é Isabella. Quem é? - Finjo que não sei.

- Leonardo. Nos conhecemos na clínica. - Vou surtar.

- O o oi! - Que raiva. Parecendo uma boba gaguejando. - Como esta?

- Melhor agora. Tudo bem? Podemos conversar? - conversar, beijar, amar. Affffff

- Sim, claro! - finjo a calma que não estou sentindo.

- Bem, não tenho nada programado para agora a noite. Podemos jantar? Sei que está tarde, mas é sabado. - Como assim Braseeeeelllll? Assim tão rápido???

Levanto da cama num pulo não acreditando nisso. O que eu faço? Vou ou não? Que roupa visto? Meu hálito ta puro?

- Isabella? - chama confuso.

-Ah, oi. Vamos sim. Estou aqui de bobeira e entediada.

- Em uma hora esteja pronta. Beijos. - E assim, do nada, desligou.

Não consigo acreditar que ele me chamou para sair. Ainda estou em êxtase. Preciso me arrumar. Ele só me deu uma hora. Vesti um tubinho preto tomara que caia, uma sandália alta rosa acompanhada de uma bolsa da mesma cor. Fiz uma maquiagem leve e esperei. O coração batendo a mil.

Leonardo

Li a mensagem onde ela dizia que iria me bloquear se não dissesse quem é. Então, preferi ligar. Ela ficou nervosa quando soube que era eu. Então a convidei para jantar. Suei frio, parecendo um adolescente. E para minha felicidade, ela aceitou.

Vesti uma roupa casual, calça jeans escura e uma camisa pólo preta. Cheguei a casa dela. Como sei? Não há nada que eu não descubra.

Liguei para ela. Chamou várias vezes e caiu na caixa postal. Liguei novamente.

- Oi! Já estou pronta. - Sua voz é um pouco tímida.

- Estou aqui na frente do seu prédio. - Falei com satisfação.

- Sério? Não te dei meu endereço. Como assim? - Perguntou assustada.

- Estou esperando! - Desliguei e fiquei contando os minutos.

Olho fixamente para o portão. O prédio era simples. Localizado em um bairro de classe média baixa. Essas questões sociais pouco me importam.

- Boa noite! - Chega já causando uma taquicardia e me tirando a calma.

Desci do carro e fui abrir a porta para ela. Que cheiro maravilhoso. Essa mulher vai ser a minha perdição.
Nos cumprimentamos com beijo no rosto, ela ficou vermelha.

- Então, para onde vamos? - Perguntei.

- Não faço idéia. Prefiro deixar que você escolha. - diz sem me olhar.

- Então vamos em um restaurante italiano em Copacabana. - Quero fazer com que essa noite nos leve além de um simples jantar.

- Não sei se estou vestida a altura de um restaurante em Copacabana. - Falou em um sussurro.

- Você está linda meu bem. - E realmente estava.

Fomos o caminho todo quase em silêncio. Nos falamos o básico.

Chegamos ao restaurante e descemos, entreguei a chave ao manobrista e entramos. Tinha feito uma reserva em uma mesa mais discreta possível.
Vieram nos atender, um garçom e o maitre. Fizemos nossos pedidos.

- Então, pode me dizer como conseguiu meu endereço? - Pergunta olhando em meus olhos.

- Tenhos meus métodos. - Não podia falar que o Eduardo facilitou.

- Isso aqui é lindo. Não conhecia. Também não teria como. Meu salário nunca pagará esse tipo de lugar. - Falou sem graça.

- Não fale assim. Se não estiver a vontade podemos ir a um lugar da sua escolha. - Falo tentando fazer com que ela fique confortável.

- Não. Pode ficar tranquilo. Gostei do lugar. - Sorri e olha ao redor.

Nossa comida chega e comemos conversando amenidades.

- Uma delícia. Obrigada pelo convite. - Diz ela sorridente.

- Eu que agradeço pela companhia. - Não consigo parar de olhá- la.

Ficamos nos olhando. Até que ela baixou o olhar e ficou corada.

- Vamos embora? - perguntei.

- Vamos sim. Obrigada pelo jantar. - É linda de qualquer jeito.

Saímos e fomos para o estacionamento. No carro tive uma idéia.

- Vamos dançar? - Minha intenção era prolongar a noite ao máximo.

- Pode ser. Adoro dançar. E amanhã posso acordar tarde. - Diz animada.

Fomos a um pub próximo. Como sou conhecido no local, não precisamos pegar fila para entrar.

- O que você quer beber? - perguntei enquanto a levava em direção ao bar.

- Pode ser cerveja. - Ela fala timidamente.

Nos aproximamos do bar e pego nossas bebidas. Voltamos para o meio do salão. Conversamos e dançamos. Ela ainda meio timida. Mas vou mudar esse jogo.

- Vamos para o camarote. - Liguei para um amigo lá dentro e providenciei as pulseiras.

Ela olhava tudo. Observava cada detalhe, mas não dizia nada. Não era igual as outras mulheres que eu transava. Ela não importa se tenho dinheiro ou não.

Começamos a dançar. Até que começou a tocar uma musica mais lenta, então aproveitei a chance para dançar mais colado. Para minha sorte, ela aceitou. Já na segunda musica, ela colocou a cabeça encostada em meu peito. Foi o sinal que eu precisava. A abracei mais apertado e intensifiquei os movimentos. Comecei a acariciar suas costas. Ela não reclamou. Eu estava a ponto de explodir. E com um certo receio pois já estava ficando duro com seu corpo encaixado ao meu. Então ela me olhou, não consegui mais segurar, passei a mão em torno de seu pescoço e a beijei.

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