Capítulo 23

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Isabella

Me assusto ao ver a porta abrindo. Acreditava que fosse a Lara e o dr. Eduardo. Não seria bom a Lara descobrir assim. Mas não são eles.

- Boa noite! E sejam mais discretos da próxima vez que não conseguirem manter distância. - Diz um senhor de boa aparência. Quem será?

- Oi pai! Que susto! Achei que fosse a Lara. Ainda não conversei com elas. - Ele diz passando a mão no rosto.

- É essa a moça de quem me falou? - fala se aproximando e me estendendo a mão.

- Sim! Essa é a Isabella. Esse é meu pai Bella. Jorge Portinare. - Ele me apresenta e estendo a mão de volta.

Arregalo os olhos ao reconhecer o nome. Será coincidência? Devo perguntar? Nossa, que mundo louco.

- Prazer senhor! É... esse nome. O senhor foi governador do Rio? - Ele sorri e assente.

- Sim Bella. De onde puxei a veia política. - Léo fala orgulhoso.

- Nossa. Não sabia que era seu pai Léo. - Ele me olha estranho.

- Muita coisa que você não sabe menina. Mas na hora certa saberá. - Me diz enigmático.

- Pai. Menos! Vai deixar a Bella nervosa. - Ele diz e pega em minha mão.

- Depois, fora desse hospital. Quero conversar com você mocinha. Pode ser? - Ele diz me encarando.

- Quando o senhor quiser. É só me avisar. - Ergo o queixo ao responder.

Ele se despede falando que precisa ir embora para resolver umas coisas. Me beija na testa e faz o mesmo com Leonardo. Muito amável. Acaba de ganhar uma fã.

Me aproximo e o beijo mais uma vez e ele corresponde com ardor. O beijo se intensifica e com medo de sermos pegos mais uma vez, interrompo.

- Essa foi por pouco. - Digo sorrindo.

- Verdade. Poderia ter sido minha filha. - Ele me olha e suspira.

- Não quero que ela saiba dessa forma. Gosto muito dela. - Falo sorrindo.

- Não há nada para saber Bella. O que tínhamos acabou. - Ele diz meu coração dói.

- Mas... mas nos beijamos há pouco. Achei que tinha esquecido essa bobagem. - Digo nervosa.

- Você não entende meu bem. É para sua proteção. - Cada dia entendo menos.

- Quando você vai entender que não sou uma menina? Sou uma mulher forte. Já enfrentei coisas difíceis nessa vida. Posso enfrentar mais uma. Seja o que for. - olho para ele determinada.

- Não será tão fácil Bella. Vai viver sua vida. Você merece um homem menos complicado. - Ele fala muito sério.

- Tudo bem! Não vou ficar aqui me humilhando. Tentando convencer você a ficar comigo. - Falo com os olhos traidores cheios de água.

- Não pense dessa forma. Se você fosse mais velha... - O interrompo.

- Se eu fosse mais velha nossa relação e o meu nível de maturidade seria o mesmo. Até o meu amor por você seria igual. - Falo e saio do quarto.

Ao sair, fecho a porta e me encosto nela para respirar. Tem um furacão dentro do meu peito. Fecho os olhos e minhas lágrimas descem.

Ando pelo corredor atrás da saída. Estou atordoada. Por que ele insiste em dizer que é melhor ficar sem ele?

Fico um pouco na recepção esperando para ver se dr. Eduardo aparece. Observo algumas pessoas. Todas alheias ao meu sofrimento.

Meu celular toca. Não olho. Ele permanece na bolsa. Pode ser Léo e não quero atendê-lo. Se ele decidiu assim, que seja.

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