Primeiro olhar

Capitulo 16

Leonardo

Congelo por alguns segundos e fixo meu olhar em Isabella. Ela merece saber toda a verdade. Porém não sei se hoje é conveniente contar. Pois está na casa dos pais. Isso pode ser ruim para mim uma vez que o sr. Otávio parece está sempre a ponto de cortar meu pescoço.

- Meu bem! Presta atenção em tudo o que vou te falar. Peço que não me interrompa. Depois que eu terminar, você pode falar tudo o que pensa a respeito. - Ela me olha com olhos bem abertos.

- Prometo amor. Por favor, não me esconda nada. - Ela pede com as mãos juntas em súplica.

- Você sabe que tenho duas filhas. Então, consequentemente existe uma mãe. Camila é a mãe das minhas gêmeas. Uma pessoa extremamente difícil de lidar. - Respiro fundo e observo as reações dela. - Vivíamos até bem por um tempo. Mas de uns anos para cá ela começou a não querer mais nada comigo. Beijo, sexo, nada. Então, fui me enchendo o saco, cansando de tudo e resolvi me separar. Estamos nessa situação há mais de 4 meses.

- Nossa, só isso. Achei que fosse separado a mais tempo. - Ela sorri sem graça.

- Nesse tempo todo de casamento, que ela me negava sexo, sempre saía para extravasar. Transar com algumas mulheres, mas sempre me senti vazio. Por isso, resolvi me separar. Não legalmente ainda. Peço que tenha um pouco de paciência e que isso não nos afete. - Falo e espero a sua reação.

Ela me olha por um tempo. Isso me deixa apreensivo. Não consigo falar que ainda moramos na mesma casa. Deixo isso para quando retornarmos ao Rio.

- É complicado amor. Mas se ela não interferir em nosso relacionamento, não vejo problema nenhum. - Começo a respirar melhor.

- Vou me organizar para marcar um jantar. Primeiro preciso resolver minha vida com a Camila. Promete que isso não vai nos separar? - Peço segurando suas mãos.

- Sim. Vamos fazer o possível para isso não nos atrapalhar. - Ela sorri e me beija.

Falei a verdade, porém omiti muitas coisas. Mas assim que chegar ao Rio, resolverei de vez minha situação.

- Não comente com seus pais. Não os preocupe. - Ela afirma que sim com a cabeça.

A levo para casa e converso trivialidades no caminho. Seu celular toca. É o pai. Cobrando o horário. Já estamos próximos a casa. Ao estacionar, a beijo e me despeço. Ela me abraça forte.

Vou para o hotel, me sirvo de uma dose se wisque e sento no sofá. Pesando em tudo o que tenho que fazer daqui por diante. Tomo outra dose e vou para o banho. Meu celular toca, ignoro por hora.

Fico alguns minutos embaixo do chuveiro pensando. Saio, visto um roupão e vou para a varanda. Decido olhar meu celular.

Mensagens de Laura dizendo que a mãe está estranha. Cochichando pelos cantos com a amiga Veronica. Saiu cedo e ainda não retornou. Elas estão preocupadas. Não conseguem falar com a mãe.

Decido então ligar para a Camila. Duas, três vezes, ela não atende. Preciso saber onde ela está para acalmar minhas filhas. Ligo para James.

- James, rastreie o celular da Camila e me dê um rerorno rápido. Minhas filhas estão em casa preocupadas. - Ele me responde prontamente e desligo.

Algum tempo depois, já deitado, recebo a notificação de James. Camila está em um prédio em Niterói. Estranho que ela está em um local de origem humilde. Não é o perfil da Camila. Torno a ligar e ela atende.

- Oi meu amor. - Muita falsidade para uma pessoa só.

- As minhas filhas estão em casa sozinhas e apreensivas sem conseguir falar com você. - Fui direto ao ponto.