...eu queria muito tentar uma coisa...

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Os primeiros raios de sol da manhã começavam a incomodar meus olhos ainda fechados. Senti a corrente de ar vinda da janela deixada aberta e busquei por meu lençol, que estava praticamente todo enroscado em Otabek. Ele dorme na minha cama e ainda tem a ousadia de ficar com o meu lençol? Puxei com toda força que pude, arrancando o pedaço de tecido dele e me arrependi quase de imediato.

Otabek que antes estava de barriga para cima, agora tinha o braço apoiado em minha cintura. Sua respiração arrepiava levemente os pelos da minha nuca e pior, eu podia sentir um volume bem grande e rígido encostado na minha bunda, que eu torci mentalmente para que fosse o controle remoto esquecido na cama.

Tentei me virar para evitar o contato e acabei de frente para Otabek. Sua expressão estava extremamente serena, seus lábios finos, entreabertos. Seu pescoço e queixo eram bem delineados e me imaginei deixando algumas marcas ali. Corei. Eu não queria realmente fazer isso, queria? Observei o contorno de sua clavícula que estava exposta pela gola da mesma camisa que ressaltava seus músculos. E bom, a última coisa que eu observei é que definitivamente aquele não era o controle remoto. Pude sentir meu rosto ficando ainda mais quente.

Céus, ele parecia um anjo dormindo, mas com toda certeza aquele corpo tinha sido feito para o pecado. Cobri o rosto tentando tirar aqueles pensamentos da cabeça. É o Otabek!

- Tudo bem, Yura? – Retirei a mão lentamente do rosto, surpreendido ao ouvir aquela voz ainda rouca. Otabek me olhava um tento intrigado.

- Está sim... Eu só... Acabei puxando a coberta demais. Acho que ainda está cedo, volta a dormir.

Ele acenou com a cabeça em aprovação e cerrou os olhos. Tentei voltar a dormir também. Seu braço ainda estava sobre a minha cintura e eu pude senti-lo se ajeitar na cama e chegar mais perto, ficando com seu rosto bem próximo ao meu. Engoli seco. Ainda ficamos alguns minutos assim.

- Yuri, você está dormindo? – Sua voz grave ressoou em um sussurro.

- Não...

- É porque eu queria muito tentar uma coisa... Posso?

Senti seus dedos deslizarem pelos meus cabelos e seus lábios passarem pelo meu pescoço. Seu braço que estava sobre mim, agora me puxava para mais perto. Eu não sabia o que ele pretendia, mas tinha certeza que agora que tinha começado, seria impossível parar.

Agarrei seus cabelos e me segurei para não gemer quando ele mordeu a curva do meu pescoço. Fui descendo com a mão, passando por cada nuance que tinha observado mais cedo. Seu pescoço, seu ossos saltados, o músculo do seu peito. O corpo daquele homem era perfeito. Otabek agora brincava com a língua na minha orelha. Aquilo me tirou um pouco a noção e tombei a cabeça para o lado, dando ainda mais espaço para ele.

Ele interrompeu a atenção que dava a aquela região e eu distribuí pequenos beijos iniciando por sua mandíbula e chegando até a sua boca. Suas mãos agora se mantinham uma em minha coxa e a outra em meu cabelo. Beijei sua boca ferozmente e juro que pude senti-lo sorri mediante àquele ato. Sua ereção matinal roçava na minha, por cima das roupas que estavam se tornando cada vez mais incomodas. Eu queria sentir o áspero das suas mãos, a maciez de sua boca e a imprevisibilidade das reações que ele me causava.

Coloquei minha perna sobre seu quadril e ele segurou a minha bunda com força enquanto me colocava sobre si. Sua língua brincava com a minha em um misto de urgência e ternura. Sua mão buscou a barra da minha blusa e a retirou em um movimento tão rápido que nem percebi. Não sei que tipo de emboscada meu próprio corpo preparava para mim, mas agora eu rebolava involuntariamente sentindo todo aquele volume preso pela calça jeans que ele ainda usava. Otabek começou a beijar minhas clavículas meu peito e finalmente passou a língua pelo meu mamilo. Ele tinha roupa demais! Abri sua camisa xadrez e o vislumbrei por um breve momento. Gostoso era pouco para ele.

Junk of the HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora