Capítulo 7

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"Eu posso ser bem cego quando o assunto são os sentimentos das outras pessoas."

~A Culpa é das Estrelas

***

Fiquei assustada então saí correndo de casa e quando vi já estava gritando na porta da casa do Hitler.

Ele atendeu correndo e perguntou assustado:

- O que houve?

Eu desabei a chorar e disse:

- Arma... Tem uma mulher armada na minha casa.

Ele saiu correndo e eu gritei dizendo pra chamar a polícia porque ela tinha uma arma mas ele não me ouviu.

A porta estava aberta então eu entrei e fechei para me esconder. Comecei a ficar preocupada mas não trouxe o celular para ligar pra ninguém.

Eu nunca fui assaltada no Brasil para ser assaltada aqui? Será que ela tem alguma ligação com o vigarista que meus pais tanto falam?

Depois de um tempo bateram na porta e eu saí rastejando pelo chão com medo de ser a mulher.

- Sou eu, abre aqui.

Respirei um pouco aliviada mas ainda receosa, vai saber se ela está mirando a arma na cabeça dele e mandando ele pedir para eu abrir?

- Espera um pouco.

Fui até a janela e puxei a cortina, ele estava sozinho.

- Você está bem?

Perguntei enquanto checava para ver se não havia vestígios de sangue.

- Eu falei que você podia chamar se precisasse mas não imaginei que seria tão rápido.

Ele riu e eu o encarei envergonhada.

- Infelizmente já tinha ido embora, o que ela estava fazendo na sua casa?

- Eu estava entrevistando algumas pessoas para trabalharem lá, quando ela apareceu pensei que fosse mais uma para ser entrevistada... Eu ofereci água e ela aceitou então quando voltei da cozinha vi que estava colocando alguma coisa dentro da bolsa e a situação toda aconteceu. Eu tenho um pavor anormal com essas coisas.

- Em todo esse tempo que eu moro aqui é a primeira vez que vejo isso. Antes do meu pai morrer ele disse que viríamos para uma cidade tranquila onde as pessoas nos apoiariam.

- Você não morava aqui?

- Meu pai fez um tipo de troca com algumas pessoas e tivemos que morar em outro país, mas antes de ele conseguir voltar morreu.

- Ah, nossa. Sinto muito...

- Tranquilo, ele deve estar melhor agora.

- Desculpa o incômodo, obrigada por ir lá mesmo colocando sua vida em perigo.

- Sem problema, mas acho melhor você não ficar sozinha em casa. Não é comum isso acontecer por aqui, quando seus pais chegarem faça um boletim de ocorrência e antes deles voltarem ou quando não estiverem presente arruma algum lugar seguro pra ficar.

Eu assenti e agradeci novamente saindo mas logo recuei e perguntei:

- Pode me acompanhar até a casa do meu primo?

- É que a Raíssa vai vim daqui a pouco.

- Ah sim...

- Quando ela chegar podemos ir juntos.

- Sério mesmo?

- Arram.

Ficamos em um silêncio constrangedor pelos próximos minutos. A Raíssa apareceu e fomos para a casa do Miguel juntos, no caminho Hitler contou pra ela o ocorrido e as reações dela foram tão engraçadas que eu até ri do caso passado.

Friever's (SPIN-OFF)Onde histórias criam vida. Descubra agora