Capítulo 15

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"As doenças são para os homens escolas de virtude e de sabedoria; se nunca se curassem delas, não veríamos tantos doidos e tantos viciosos."

~Axel Oxenstiern

***

Estava me preparando para deitar quando recebi uma ligação, olhei para o visor e era de alguém muito especial que está me matando de saudades, a Fanny:

- Alô?

- Amiga sua doida, quanto tempo!

- Tifany aonde você está? Que som alto é esse?

- Festa da faculdade do meu primo, eu não podia deixar de vir né?

- E porque você está me ligando justo agora?

- Não quer falar comigo? Então está bem, tchau...

- Não, espera. Eu quero falar com você, dramática. É que só achei estranho você estar me ligando ao invés de ficar curtindo com algum garoto. Precisa falar alguma coisa?

- Ah, é que a Merida está aqui comigo e ela... Garoto olha por onde anda, otário... Desculpa Kat, um garoto idiota caiu em cima de mim. Enfim... A Meri estava falando com o Arthur e parece que você estava no hospital, ele não explicou direito parece que você estava jogando e quebrou o pé, está tudo bem? O que aconteceu?

- Ah, nem te conto. Tem uma garota aqui se achando A Valentina. Ela é insuportável, e obsecada pelo meu primo, Miguel. Então eu estava jogando e a doida me empurrou, ela é ridícula. Mas acabando que eu fui descontar minha raiva na bola de futebol e deu no que deu, mas depois que eu engessei o pé nem está doendo mais. Ela é tão idiota, se a professora não tivesse me impedindo com certeza eu teria dado um tapa bem dado e olhe lá mais o que eu teria feito.

- Isso aí amiga, mostra quem manda! Li em um livro algo assim: "As ervas daninhas se espalham por causa do vento gentil. Cuidados inadequados resultarão em uma densidade de ervas daninhas. Se você não quer que pisem em você, só há uma opção. Pise nelas primeiro." Acho que foi Shakespeare quem escreveu ou algum agricultor, não sei, não lembro. A Merida quer falar, beijos. Vê se me liga da próxima vez, qualquer coisa é só me falar que eu dou um jeito de aparecer. Te amo!

- Também te amo.

- Kat? Como você está? O Arthur é um abutre, não serve pra nada, nem pra falar as coisas direito.

- Eu estou bem, só chateada por ter que usar esse negócio de novo. Meu pai me deixou de castigo, acredita?

- Já imaginava, ele é todo durão. Lembra de quando você se machucou na última competição? Foi o que mesmo que ele tirou?

- Meu Mp4, amava dançar com ele.

- Se tudo correr bem eu vou te visitar quando minha mãe for aí. Não vejo a hora, sinto tanto sua falta. Aqui está um tédio sem você.

- Aqui também, acredite. Pelo menos fiz algumas amizades agora, pensei que seria isolada.

- Já está trocando a gente? Não creio.

- Tá doida? Friever's, lembra?

- Friever's! Vou ter que desligar. Te amo nega, até mais...

- Eu também...

Ela desligou sem que eu terminasse de falar. Suspirei e joguei o celular em um canto.

Caí na cama e dormi feito pedra, só lembro de acordar meio dia e ficar moscando até minha mãe me chamar para almoçar.

- Já tomou os remédios?

- Eu tenho que tomar alguma coisa?

Ele me fitou brava mas suspirou e disse:

- A minha vontade é de te isolar em algum canto. Você vive se machucando por aí, já está na hora de crescer e tomar mais cuidado com o seu corpo.

Suspirei, quando vão entender que eu jamais faria isso de propósito?

- Não tem que ir para o hospital hoje?

Ela me deu um copo e um comprimido.

- Não, peguei alguns dias de recesso.

- Isso é bom? Você terminou de começar aqui.

- Eu sei, mas alguém precisa de ser lembrada dos remédios e dos cuidados necessários.

- Mãe?

- Sim?

Ela disse enquanto limpava o óculos.

- Eu te amo.

Ela me olhou e sorriu mostrando as covinhas que eu sortudamrnte herdei.

- Eu também amo você mocinha.

A comida dela foi balanceada em questão de nutrientes e tudo mais. Já estava com saudades de comer essa comida sem sal e perfeccionista, no início parece ruim mas com o tempo você sente falta.

- Estão comendo sem mim?

Meu pai apareceu de samba calção.

- Você também está em casa? Estava dormindo esse tempo todo? E eu pensado que havia acordado tarde.

- O único que acorda cedo nessa casa sou eu, pelo visto.

Arthur também surgiu, estava de regata, bermuda e com uma toalha no pescoço.

- Fui correr um pouco. Essa comida está cheirando, vou colocar o prato.

- Isso está muito estranho.

Falei mas ninguém se importou. Enquanto estávamos comendo meu pai perguntou:

- Como está na escola? Além desse... Acidente, tem algo interessante?

- Ah, nada que seja relevante. As coisas aqui são bem diferentes mas nada inesperado.

- E as moças entrevistadas? A agência está esperando um retorno. Não gostou de nenhuma?

Arregalei os olhos, como pude deixar de contar algo assim?

- Mãe, na verdade aconteceu algo muito ruim e eu não quero um estranho dentro de casa tão cedo.

- Como assim algo muito ruim?

A atenção de todos estavam em mim após a pergunta do meu pai.

- Eu recebi as candidatas e tudo mais, porém, quando estava falando com a última ela tentou saquear alguma coisa e eu vi, então ela me ameaçou com uma arma. Foi tudo muito assustador, mas o vizinho me ajudou e eu fiquei na casa dos tios.

- KATHERINE!

Meu pai bateu na mesa fazendo um enorme barulho.

- Calma Luka.

Minha mãe pediu.

- Calma? Amor ela... Você ouviu? Já tem mais de um mês que isso aconteceu. Como ela pode esquecer? Isso é impossível. Já pensou se... Já pensou se...

Meu pai colocou a mão no coração, minha mãe arregalou o olhos e ficou aflita e começou a fazer alguns testes me deixando preocupada.

- Katherine, ele apresenta indícios de ataque cardíaco. Rápido, liga para a ambulância... Vocês não sabem o número... Peguem me celular e pressiona cindo. Rápido!

Eu entrei em desespero. Minha mãe deitou o meu pai no chão e começou a fazer uma massagem cardíaca mas eu fiquei imóvel, não consegui ajudar. Arthur foi que tomou uma iniciativa e ligou para a ambulância.

Friever's (SPIN-OFF)Onde histórias criam vida. Descubra agora