CABELOS COR DE FOGO

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DANTE

Saí com Joaquim para a cidade vizinha em busca da pedra, minha meta era voltar com ela, seria o começo de virarmos o jogo com as bruxas.

Com o mapa já tinha localizado o lugar e sabíamos como invadiríamos. Tinha que admitir Greta e Penélope eram bem ardilosas, não esperaria que a pedra estivesse escondida no pequeno mausoléu do asilo para idosos.

- O lugar já é o próprio disfarce, mas os símbolos demonstram a proteção por magia. Disse observando do carro.

- Ainda há as câmeras pegando quem entra e quem sai da casa. Claro que elas não estão nem aí para como os velhinhos são tratados. Disse Joaquim.

- Óbvio que não. Precisamos anular a câmera da entrada e quanto aos símbolos vou neutralizá-los. Disse pegando o canivete.

Joaquim com o IPAD nas mãos invadiu o sistema de segurança e neutralizou as câmeras mantendo um padrão que não perceberiam a minha entrada nem a minha saída, obviamente. Nestas horas agradecia a evolução do mundo, se fosse na época que nasci tudo seria bem mais difícil.

- Prontinho Dante, quer que lhe acompanhe? Perguntou, levantando as vistas do IPAD.

- Não, prefiro que faça a vigilância para não termos surpresas, falo com você pela escuta se precisar.

- Ok. Concordou.

Desci do carro e com um sorriso amistoso para alguns velhinhos que circulavam no jardim me dirigi ao mausoléu no fundo da propriedade, encontrando o primeiro símbolo de proteção.

Ao longo dos anos me tornei um conhecedor em muitas curas de feitiços por assim dizer, por isso com um pequeno talho na mão desenhei um dos símbolos que me manteria invisível ali dentro.

Depois de feito, abri o portão de ferro do mausoléu e entrei, nas paredes se espalhavam várias gavetas com tamanhos apropriados para caixões e no meio, três sepulturas, com altura para se colocar alguns caixões ali dentro. Olhei os nomes escritos, um deles estava Penélope e no outro Greta, o terceiro pertencia a um nome totalmente desconhecido, pois por onde começaria a minha procura, ainda mais que era o que tinha a tampa mais fina de cimento, facilitando que objetos fossem guardados e retirados segundo a necessidade.

Com uma pequena barra de ferro que trouxe escondida no casaco consegui abrir e empurrar a tampa. Para minha surpresa havia realmente um caixão lá dentro e o cheiro era peculiar a corpos em decomposição, será que tinha errado? O jeito era abrir as outras sepulturas quando me ocorreu abri o caixão, não seria o primeiro que arrombava e com a faca destravei a tampa colocando-a de lado e torcendo um pouco o nariz diante do cheiro do esqueleto em decomposição, mas encontrei a pedra bem no peito da falecida pelo que percebi dos restos.

Primeiro ato, fui com a mão para tirá-la, mas algo me dizia que não seria assim tão fácil quando olhei a marcação na tampa do caixão, outro feitiço para mostrar uma possível violação, novamente cortei a minha mão e desenhei o símbolo que anularia aquele, sabia que quando viessem atrás da pedra perceberiam a troca, mas com sorte Lia já estaria no seu próprio corpo e não tinha pelo quê ter receio de enfrentar as duas.

Arranquei a pedra de onde a colocaram fechei o caixão e a sepultura e saí o mais rápido possível do lugar.

- E então? Conseguiu Dante? Perguntou Joaquim, quando entrei no carro.

- O que acha? Perguntei com um sorriso mostrando a pedra.

- Ótimo, agora vamos para a vila encontrar a Lia e o Baltazar.

- Espero que esteja correndo tudo bem com eles. Disse ansioso.

Quando Joaquim parou o carro, desci rapidamente em busca da Lia e encontrei o Baltazar parado em um canto, observando as pessoas, senti que esperava alguém ou procurava por alguém.

- Onde ela está?

- Temo que a perdi de vista, acredito que fizeram contato. Comentou preocupado.

- Lia está sozinha?! Confirmei, angustiado.

- Ela sabe se cuidar, caso surja alguma dificuldade. Disse Baltazar e a maneira que Joaquim o olhou, concordava.

- Não sei se conseguirá enfrentar aquelas duas, sozinha. Comentei, preocupado.

Os dois me olharam, percebendo que meus argumentos faziam sentido. Mas felizmente minha angústia demorou alguns minutos, pois a vi surgir no meio da floresta e respirei aliviado com a visão. Mas não tivemos tempo de comemorar, porque voltou com outro problema.

O feitiço que Greta e Penélope estavam lançando me fariam ficar apaixonado pela Cecilia e devido a minha experiência eram os piores de serem revertidos, por isso o melhor a fazer era impedi-lo e se Lia acreditava que voltar a seu próprio corpo era a saída iria apoia-la.

Quando ela entrou na água e olhou para a lua, vi quando seus olhos ficaram totalmente brancos e a pedra adquiriu um tom colorido lembrando um arco-íris, segundos depois houve uma pequena explosão e o corpo de Cecília, pelo menos era como podia definir caiu na margem do lago. Corri até ele para verificar como estava e saber se tinha dado certo.

- Lia! Chamei, quando ela abriu os olhos.

- Não sou a Lia. Disse.

- Cecília?! Você está bem? Perguntei a ajudando a sentar, enquanto Joaquim e Baltazar se aproximavam.

- Agora estou. Aquela bruxa saiu do meu corpo, finalemente. Completou visivelmente enojada, não dei muita importância, porque precisava saber da Lia.

Percebendo que estava de fato bem deixei que Joaquim e Baltazar a ajudasse e olhei em desespero ao redor, o que aconteceu com a Lia? Na teoria a pedra deveria restituir o seu corpo original, mas o que tinha acontecido?

Já estava para voltar ao carro e pegar uma lanterna, quando a lua iluminou um movimento na água e vi cabelos da cor do fogo, logo depois a vi emergindo da água e o rosto que me lembrava tão bem estava lá de novo.

Fui até o local ansioso para tocá-la e ter a certeza de que funcionou.

- Dante. Disse e colocou as mãos em meu rosto, coloquei minhas sobre as dela.

- Você conseguiu! Está de volta. Disse contente.

- Nós conseguimos. Cecília está bem? Perguntou desviando o olhar para a margem do lago.

- Está. Agora é bom voltarmos para casa.

- É uma boa ideia, só que...

Lia arregalou os olhos e olhando para o seu corpo submerso entendi o que houve.

Tirei o meu blusão.

- Está molhado, mas estará coberta, no carro há casacos secos. Disse, enquanto a ajudava a se vestir.

Molhados e abraçados deixamos o lago. Baltazar nos olhou com um sorriso satisfeito e Joaquim agiu do mesmo modo, mas a maneira que Cecília nos olhou me deixou apreensivo, como no momento me preocupava com Lia em ajudá-la com sua adaptação ao corpo, acabei não a questionando e apenas pedi ao universo que ela enfim entendesse que a minha alma já era de outra.

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O Espírito do MedalhãoOnde histórias criam vida. Descubra agora