VAMOS VIVER A MAGIA

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LIA

Finalmente, a dor e o sofrimento, que começaram há quinhentos anos, tinham chegado ao fim e o universo concedeu a mim e a Dante a chance de estarmos juntos de novo.

Sentia por Baltazar, mas sabia que o seu espirito tinha enfim encontrado a paz ao lado dos que amava e também por Iara, servir de sacrifício as alucinações doentias da filha era um fardo a se carregar por muitas existências. Por falar em filha, Cecília, foi internada por Augusto e Joaquim, completamente perdida sobre o que houve e em um profundo estado catatônico.

O mundo real alegou que o fenômeno de Mirta na verdade tinha sido um grande terremoto, atingindo boa parte do país e os fatos relatados pelas pessoas que foram transformadas em zumbis nada mais era que estresse pós-traumático.

Estava com Dante reorganizando o jardim enquanto o nosso mais novo mascote brincava com o Marley.

- Ainda não me sinto a vontade com ele. Disse Dante enlaçando a minha cintura.

- Não se preocupe, voltei ao começo de sua existência, portanto sendo criado conosco não será nada mais que um guia generoso da natureza.

Ele sorriu e nos observamos por um tempo, até que toquei no assunto do nosso futuro.

- E agora Dante? Perguntei séria, dando outro rumo a nossa conversa.

- E agora? Viver a existência que o universo nos permitiu da melhor forma possível.

- É o certo. E sem esquecer que o mal continua e temos sempre que ajudar a detê-lo. Talvez se minha avó não tivesse escolhido fugir, e sim, enfrentar o que estava vindo ao nosso encontro. Tudo seria bem diferente. Observei pensativa.

- Faz sentido. E se meus pais soubessem analisar com mais clareza todas as bênçãos que receberam sem analisar a vida de uma maneira tacanha, tudo poderia ser bem diferente.

- No final nós movemos o mundo, por isso sempre a responsabilidade de fazer o certo. Se não a felicidade pode só retornar quinhentos anos depois. Completei com um sorriso.

Algumas semanas depois a vida dentro do possível tinha voltado ao eixo. Tanto que Dante se sentiu a vontade para fazer uma grande surpresa.

Um dia quando retornei da casa de dona Gerusa caminhando com Marley e Mel - o nome que demos a Mirta- encontrei a casa muito quieta, na entrada tochas de fogo iluminavam o lugar além de lindos arranjos de flores, dando ao cenário um clima ainda mais encantador que o habitual.

Entrei em casa. Velas e pétalas de flor iluminavam o caminho até a varanda, onde encontrei uma mesa lindíssima arrumada e Dante vestido como um príncipe medieval da maneira que o conheci no passado e me apaixonei.

- Dante. Disse me aproximando.

- Achei que merecíamos um momento especial. Comentou se aproximando e envolvendo minha cintura com os seus braços.

- Surpresa maravilhosa! Mas não estou vestida a caráter. Comentei com um sorriso nos lábios.

- Tem uma surpresa esperando por você no nosso quarto.

Desde que fizemos amor pela primeira vez, o seu quarto tinha virado nosso quarto e era fantástico dormir e acordar ao seu lado e tudo mais que uma mulher apaixonada tem direito, se é que me entendem.

Meus olhos brilharam de ansiedade e curiosidade. Beijei-o e corri para ver o que me esperava.

Um lindo vestido estilo celta estava em cima da cama.

Com um sorriso no rosto, tomei um banho e me vesti para jantar com o Dante. Meia hora depois desci as escadas para encontra-lo mexendo no aparelho de som ainda na varanda da casa.

- Oi.

- Você está linda. A minha feiticeira.

Sorri para ele e nos abraçamos. Dante tomou minha boca em um beijo doce e apaixonante, daqueles que sempre deixam um gosto de quero mais.

- Agradeço o universo por ter nos dado essa chance de recomeçarmos, só sinto pela nossa filha.

- Estará sempre em nossas lembranças, infelizmente vitima de uma época de intransigências. Completou Dante.

- Tem razão.

- Quer dançar? Perguntou ele, mudando o foco da conversa.

- Adoraria. Respondi enlaçando o seu pescoço.

Dançamos, rimos e nos beijamos com todo carinho e todo o amor que tínhamos um pelo outro, aproveitando a paz que finalmente reinava em nossas vidas.

Jantamos uma massa fantástica que Dante preparou com um vinho que era presente dos deuses e no meio de relembrarmos um caso do passado ele ficou sério, percebei que o momento do motivo de todo aquele jantar havia chegado.

Levantou-se da cadeira e com os olhos nos meus ajoelhou-se e sabia o que aquele gesto significava.

- Lia, quer se casar comigo? Disse mostrando-me a aliança e com o sorriso nos lábios que me prometia o paraíso

- É o que mais quero. Disse me jogando em seus braços.

Aquele beijo deu inicio ao que deveríamos ter vivido a quinhentos anos e fazer amor com o Dante naquela noite completou a felicidade que o universo nos premiou.

Dante queria o nosso casamento para o mais rápido possível, mas eu queria que a conjunção astral estivesse da melhor forma possível, por isso a nossa cerimonia só se realizou três meses depois no jardim da nossa casa que estava completamente refeito do dano que sofreu para a nossa proteção.

As netas de dona Gerusa se responsabilizaram por toda a decoração, portanto muitas flores, tochas e bandeirolas coloridas enfeitaram o lugar.

Decidimos que tínhamos uma historia diferenciada de muitos casais e por isso D. Gerusa tinha sido a nossa opção para nos dar a benção que queríamos e precisávamos.

- E agora abro espaço para os votos dos noivos. Disse depois de ter feito um lindo discurso sobre o amor.

Dante Sorriu e me olhou, começando:

- Lia, sei que a magoei muito que não a protegi quando precisava, por tudo isso agradeço ao universo a chance de no reencontrarmos e começarmos a viver o que ficou parado no passado. Essa vida ao seu lado é tudo que sempre desejei.

Sorri para ele atenciosa e carinhosa e comecei os meus votos.

- Dante, magoamos muito um ao outro, mas felizmente nos perdoamos e por isso não deixaremos passar essa nova chance que recebemos. Eu te amo e por esse amor voltei a ter fé no mundo.

Ele me puxou para os seus braços e naquele altar diante de nossos amigos, juramos nunca mais nos separarmos e vivermos o amor que um dia nos uniu.

FIM

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⏰ Última atualização: Jun 21, 2018 ⏰

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