Se eu pensava que a voz dele era incrível com o jeito que ela me envolvia em silêncio, se eu achava que o toque dele era incrível na forma em que acordava minha pele, bem, o jeito que ele beijava era de outro mundo. E embora eu não seja expert, tendo beijado apenas alguns garotos antes, eu ainda estou disposta a apostar que um beijo assim, um beijo tão completo e transcendente, é uma coisa única na vida.
E quando ele se afasta e olha para meus olhos, eu fecho os meus de novo, agarro sua lapela, e o trago de volta para mim.
Até que Haven diz:
— Hunf, estive procurando por você. Eu deveria saber que você estaria escondida aqui.
Eu me afasto, horrorizada por ter sido pega no ato, não muito tempo depois de jurar que eu nem gosto dele.
— Nós só estavamos –
Ela ergue sua mão e me para.
— Por favor. Me poupe dos detalhes. Eu só queria que você soubesse que Evangeline e eu estamos indo embora.
— Já? — eu pergunto, me perguntando quanto tempo eu estive ali.
— Sim, minha amiga Drina passou aqui, ela vai nos levar para outra festa. Vocês são bem vindos para vir junto também – embora pareçam estar ocupados.
Ela faz uma careta.
— Drina? — Damen diz, levantando tão rápido que todo corpo dele é um borrão.
— Você a conhece? — Haven pergunta, mas Damen já saiu, se movendo tão rápido que lutamos para o seguir.
Eu corro atrás de Haven, ansiosa por alcançar, desesperada para explicar, mas quando chegamos à porta francesa e eu a agarro pelo ombro eu sou preenchida por tanta escuridão, uma raiva tão sobrepujante e desespero, que as palavras se congelam na minha língua.
Então ela se afasta e olha por cima do ombro, dizendo:
— Eu disse a você que você mente mal — antes de continuar a andar.
Eu dou um profundo suspiro e sigo atrás, passando pela sala, cozinha, escritório, e chego à porta, meus olhos fixos na nuca de Damen, notando o quão rápido e seguro ele se move, como se ele soubesse exatamente onde encontrá-la. E quando eu finalmente entro no hall, eu congelo quando os vejo juntos – ele em seu esplendor do século XVIII – e ela também vestida como Maria Antonieta, tão rica, tão amável, tão delicada, que me coloca no chinelo.
— E você deve ser... — Ela ergue seu queixo enquanto seus olhos param nos meus, duas brilhantes faíscas de um profundo verde esmeralda.
— Ever — eu murmuro, absorvendo a peruca loura pálida, a pele cremosa e sem falhas, e sua linda voz, observando os perfeitos lábios rosa que mostram dentes tão brancos que eles nem parecem reais.
Eu viro para Damen, esperando que ele possa explicar, dar alguma explicação lógica para como a ruiva do St. Regis acabou no meu hall. Mas ele está muito ocupado olhando para ela, para notar minha existência.
— O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta, a voz dele quase um sussurro.
— Haven me convidou. — Ela sorri.
E enquanto eu olho dela para ele, meu corpo se enche com um frio temor.
— Como vocês se conhecem? — Eu pergunto, notando como todo comportamento de Damen mudou, de repente se tornando frio, gelado, e distante – uma nuvem negra onde o sol costumava estar.
— Eu a conheci na Nocturne — Drina diz, olhando diretamente para mim. — Estamos indo lá agora. Eu espero que você não se importe que eu a roube a sua amiga?
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Para Sempre
RomantizmEver Bloom tinha uma vida perfeita: era uma garota popular, acabara de se tornar líder de torcida do príncipal time da escola e morava numa casa maravilhosa, com o pai, a mãe, uma irmãzinha e a cadela Buttercup. Nada no mundo parecia capaz de interf...