Capítulo 3

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...ouço Brian fazer barulho no quarto e manda um papel dizendo "perdoa-me eu não quero te magoar, mas eu não posso te contar sobre o meu passado e isso inclui-te, por favor tenta compreender o meu lado", de seguida ele manda uma caneta por debaixo da porta. Eu respondi "tu não fizeste nada de errado, eu é que fui demasiado curiosa, desculpa-me a mim, mas agora vais me contar o que se passou no meu passado, porque eu não me lembro de nada sobre ele, eu acho que já te vi em algum lugar só não sei onde, por favor sai desse quarto e fala-me sobre o meu passado, eu gostava de saber algo sobre os meus pais, peço-te." Mandei o papel por baixo da porta e esperei por uma resposta. De repente a porta abre-se e eu não tenho tempo de me afastar e então bati com a cabeça no chão.

Então deparo-me com o Brian que está olhando para mim, ali deitada no chão.

- Ahh...olá?~digo rindo nervosa.

- *risos* Estás bem não te magoas-te?

- Não, obrigada eu estou bem.

- Tens a certeza que queres que te fale sobre o teu passado?~diz Brian seriamente.

- Sim, por favor, eu já não ouço falar dos meus pais à muito tempo.

- Ok, eu vou te contar, mas promete-me que não vais querer sair daqui quando eu acabar.

- Eu prometo.

[Coloquem a música que se encontra no início do capítulo]

Sentamo-nos no chão à frente do seu quarto. Então Brian começa.

- Quando nós éramos crianças, tu vivias aqui nesta pequena aldeia e nós nos divertimos até um dia, em que os teus pais decidiram dar te uma vida melhor, levando-te para casa dos teus avós, como os teus avós eram e são ricos e então eles tinham melhores condições para cuidar de ti, a minha irmã e o meu pai estavam encarregados de te levar...

Brian começa a chorar, foi uma péssima ideia pedir para que ele me contasse mas eu quero tanto saber dos meus pais.

- Brian se quiseres não precisas me contar mais.~digo-lhe tocando no seu ombro.

- Não, eu comecei por isso vou acabar.~diz limpando as lágrimas~ A minha irmã e o meu pai estavam encarregados de te levar a casa dos teus avós, durante essa viagem, eles...thsk...eles...tiveram um acidente, nesse acidente...o...meu pai morreu...e...tu perdeste a memória, o médico disse que podia ser temporária mas também podia não ser, então foi por isso que tu não te lembras de nada da tua infância, a minha irmã culpa-se de ter matado o nosso pai e então...ela...virou alcoólica e drogada. A minha mãe pediu para eu nunca te contar a verdade, mas eu não aguentava mais passar a semana sem te contar, eu sentia-me mal em ser visto como um desconhecido por ti, uma amiga de infância que sempre me apoiou. Desculpa eu não queria que soubesses assim.

Ambos estávamos a chorar, eu apenas o abracei, ele precisava de um abraço e eu também precisava. Ele retribui o abraço.

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Depois de minutos apenas nos abraçando, decido lhe dizer que o nosso passado pode ter sido difícil e que eu lamento imenso o que aconteceu com a sua família mas nós temo-nos um ao outro, e que podemos ultrapassar grandes dificuldades.

Ele sorri e diz que eu não tenho culpa com o que aconteceu com a sua família.

Depois da nossa conversa voltamos para a cama. Pouco tempo depois ouvimos Manuela chegar.

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Na manhã seguinte, acordo um pouco desanimada por causa da noite passada, mas tento fazer um esforço e saio da cama.

Dores e SorrisosOnde histórias criam vida. Descubra agora