Capítulo 12

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CAPÍTULO DOZE

FELIPE

Da porta da minha sala, eu a vejo. A espio, sem que ela e, os outros advogados do escritório percebam. Gosto de olhar para ela, quando não sabe que tem alguém olhando. Já fiz isso diversas vezes.

Estou feliz que ela não cumpriu o que havia dito a respeito de se demitir. Por mais que minha cabeça ache que ela tenha razão, que seria melhor para nós dois, esse afastamento, meu coração enlouquece com a possibilidade de não poder vê-la todos os dias.

Retorno à minha mesa em que estão os papeis que Juliana mandara me entregar. É um grande dossiê sobre a vida de Heitor Martinez e sobre Laura, a menina mexicana e órfã que foi confirmada como irmã de Sofia.

Havia sido providenciada uma amostra de sangue da irmã de Hector, que foram comparados com amostras do sangue de Sofia e da menina Laura. Os resultados não deixavam duvidas: Sofia e Laura eram filha de Hector e irmãs por parte de pai.

Entro em contato com um advogado que cuida das questões legais dos órfãos no México, e com o que ele diz, decido viajar para Guadalajara em algumas semanas. Eu queria conhecer Laura, ver suas condições e depois tentar uma aproximação entre Sofia e ela. Mas antes eu precisava contar todas essas descobertas para minha filha.

Estar envolvido nesse caso me ajudava a não pensar nos meus sentimentos pela mulher que habitava meus sonhos e meus pensamentos. Eu precisava tentar superar.

Fui jantar com meu pai e Gilda, naquela noite. Sofia tinha atenção total de sua avó, enquanto eu e meu conversávamos sobre diversos assuntos.

— Então está decidido? Você irá ao México.

— Eu vou pai. Sei que não concorda muito com isso, mas eu preciso fazer isso. Pela Sofia. Ela só tem a mim a você e a Gilda. Mais ninguém de familiar. Se essa menina for mesmo sua irmã quero dar a ela a chance de ter uma relação com ela.

— Você sempre foi muito apegado a sua irmã. Deve ser por isso que está fazendo isso.

— Sempre foi muito bom ter Heloisa ao meu lado.

— Ela te acobertava, isso sim.

Era a mais pura verdade. Uma onda de nostalgia toma conta de mim.

— Mas, além disso, meu filho. Tenho notado você um pouco diferente. Conheceu alguém especial?

Eu sorrio da tentativa de meu pai e me fazer falar sobre minha vida amorosa.

— Sim, eu conheci.

— E? – ele pergunta curioso. – Como ela é?

— Maravilhosa. A mulher por quem esperei todos esses anos.

Meu pai sorri.

— E quando voamos conhecê-la?

Deixei de fora o fato que ele a conhecia muito bem.

— Infelizmente, não tive muita sorte, pai. Ela já é comprometida.

— Comprometida?

— Casada e tem dois filhos.

Ele me analisa por um tempo. Acho que desconfia que me refiro a Anna, mas nada diz.

— Isso é ruim, filho.

— É sim, mas eu vou superar.

Eu queria acreditar nisso.

Quando volto para meu apartamento com minha filha resolvo que é hora de falar com ela. Olho para seu rostinho lindo. Seus cabelos claros tão parecidos com os que foram de sua mãe.

MINHA RAZÃO PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora