CAPÍTULO QUATRO
FELIPE
Rodopio Juliana na pista segurando sua mão. A música é um pouco agitada para meu gosto, mas minha amiga, e parceira de dança, parece estar se divertindo.
É sexta à noite e estou aproveitando um pouco minha vida de homem solteiro.
— Onde disse que Sofia irá dormir mesmo? – Juliana pergunta quando nos sentamos para bebermos.
— Na casa de uma amiguinha. Filha de uma das advogadas do escritório.
— Não é a mesma que ela esteve alguns dias atrás?
— Sim, ela adora essa menina. As duas estão ficando bem amigas.
— Que bom! Sofia é uma menina um pouco solitária.
Olho para minha amiga.
— Não me entenda mal! – ela levanta as mãos – você é um ótimo pai, mas ela precisava de mais amizades... ou quem sabe se o pai dela providenciasse... irmãos – Juliana ri.
— Não vem com essa – digo enquanto bebo minha água. Como estava de carro nada de bebida alcoólica para mim.
— Olha só a ruiva da mesa no canto! Não para de te secar.
Olho para onde ela citou, e vejo uma mulher muito bonita, me olhando. Levanto o copo em sua direção cumprimentando-a. Ela sorri. Um belo sorriso.
— Vai lá falar com ela – Juliana me instiga.
Em outro tempo, eu teria ido, na verdade, saí para isso hoje, para tentar encontrar companhia. Mas agora não sinto vontade de ficar com ninguém.
— Não... estou cansado, acho que vou pra casa.
— Felipe... o que está acontecendo com você? – Juliana pergunta.
Eu rio.
— Nada. Acho que estou ficando velho, minha amiga.
— Até parece! – ela ri.
— Você vai ficar? – indago.
— Vou sim. Ao contrário de você não pretendo ir para cama sozinha hoje.
Sorrio para minha amiga. Gosto muito dela, a admiro por sua independência e por não se preocupar com o que os outros possam pensar.
— Se cuida – beijo sua testa.
Quando chego ao meu carro, antes de sair do estacionamento percebo duas ligações perdidas no meu celular. A última foi há duas horas. É o número de Anna. No WhatsApp tem uma mensagem dela:
Felipe, não se assuste com minhas ligações. Sofia estava febril, por isso, te liguei, mas já a mediquei e a febre já passou.
Fico indignado comigo por não ter visto as ligações. Olho para o relógio percebendo que passa um pouco da uma da manhã. Está tarde, mesmo assim não vou conseguir dormir se não vir minha filha com meus próprios olhos.
Ligo para o telefone de Anna rezando para que ela não esteja dormindo. Por sorte, ela atende ao segundo toque.
— Oi, Felipe.
—Me desculpe ligar este horário, Anna, mas...
— Tudo bem, Felipe, eu não estava dormindo. Na verdade, eu estava mesmo achando que iria ligar.
—Eu perdi suas ligações. Estava em lugar barulhento– me desculpe. – Como está a Sofia?
— Ela está bem. Dormindo agora.
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MINHA RAZÃO PARA AMAR
RomantizmApós uma infância difícil pela perda dos pais, Anna Tavares conquistou seu sonho encantado ao se casar com seu grande amor. Contudo nem todo felizes para sempre é real. Quase vinte anos depois de ter desistido da carreira para cuidar e educar seus...