CAPÍTULO CINCO
ANNA
Sou quase sufocada pelo grande abraço que Raul me dá. Enquanto isso, Salete abraça os netos com carinho e amor.
— Que bom que está aqui – digo ao meu sogro que é quase como um pai para mim.
Na verdade, os pais de Pedro, Raul e Salete, sempre foram como se fossem meus pais. Os amo com todo meu coração. E assim também amo aquela maluquinha que me olha com carinho.
— Oi, Guta – digo enquanto caminho em direção a minha cunhada.
— Oi, amiga.
Nos abraçamos por um bom tempo. É tão bom se sentir amada dessa forma pela família do meu marido. É domingo e todos eles resolveram descer a serra, em direção a capital, para almoçar com os netos e depois fazer o que fazem quase que todos os domingos.
Meu sogro e minha sogra ainda comandam a vinicultura que foi iniciada pelos pais de ambos. Mesma o que a marca, agora seja internacionalmente conhecida, muito por conta do empenho dos filhos deles, ainda assim, o velho casal ainda gostava de passar seus dias cuidando da vinícola em sua propriedade. Já Maria Augusta, ou Guta, a filha mais nova da família é arquiteta e mora em Gramado, onde projeta aquelas casas maravilhosas que vemos quando vamos àquela cidade.
— Como os dois cresceram desde a última vez que os vi – Salete diz observando Marília e Mateus.
— Sim, o tempo passa rápido.
— Rápido demais, minha querida. Lembro quando o Pedro tinha a idade de Matt...
Salete diz e pisca para afastar as lágrimas. Eu seguro uma de suas mãos lhe passando conforto. Todos nós passamos conforto um ao outro nesses momentos.
—Você irá lá... hoje? — pergunto.
— Sim. Não irá conosco?
— Hoje não. Minha amiga Carla está se mudando para o Chile e vai ter uma despedida para ela hoje.
Minha sogra sorri para mim.
—É claro. Você precisa viver, Anna. Já sofreu tanto – diz com carinho para mim.
— Todos nós, Salete, todos nós.
Guta se aproxima e, sorrateiramente, senta perto de mim.
—Meu irmão não ligou para você? – sussurra.
— Essa semana não. Por quê?
—Ele quer pedir algo a você — respiro fundo, já irritada.
— Estou de saco cheio dos pedidos dele.
—Anna... – ela suspira – sei que é difícil, mas... ele só faz o que é melhor para nós... para você... para seus filhos...
— Eu acho que ele só faz o que é melhor para ele mesmo. Não pensa em mim, ou na Marília e no Mateus. Só pensa em dinheiro, poder.
— Não é assim – ela defende o irmão — ele sabe que você é maravilhosa... Anna... você é... sempre foi tão boa para todos nós. Sabemos o quanto ama seu marido.
—É por ele e pelos meus filhos que concordo com tudo isso, Guta, só por eles.
Não falamos mais sobre os assuntos que tanto me machucam, que tanto machucam a todos nós. Tentamos, pelo menos, naquele almoço, sermos uma família... feliz.
No final da tarde, vou à festa de despedida de Carla e me sinto péssima por ficar com raiva dela. Ela parece tão feliz.
— Me desculpa por estar indo embora – Carla fala quando me abraça.
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MINHA RAZÃO PARA AMAR
RomanceApós uma infância difícil pela perda dos pais, Anna Tavares conquistou seu sonho encantado ao se casar com seu grande amor. Contudo nem todo felizes para sempre é real. Quase vinte anos depois de ter desistido da carreira para cuidar e educar seus...