20- Visitas? Agora?

933 78 23
                                    

Entrei na cozinha. Os criados diziam "Bem-vinda, alteza", "Boa tarde, alteza", "O que deseja, majestade?"

Eu tentava ser educada com todos, afinal, eles não têm culpa de o Rei ser um babaca.

Eu fiquei rodando pela cozinha igual uma barata tonta, até que perdi a paciência:

- Marlee Tames! - Gritei alto, alguns pararam os seus afazeres, outros gritaram por Marlee. - Marlee Tames! Venha aqui agora!

Gritar foi eficiente, pois alguns sabiam quem ela era, outros sabiam que era "A loirinha que chegou há alguns meses". Depois de poucos minutos, vejo minha amiga.

Ela estava com roupas de cozinheira e uma aparência cansada. Ela estava meio descabelada, como todos os funcionários de uma grande cozinha, seu rosto estava corado, pois afinal, aqui é realmente muito quente.

Sua barriga ainda não aparecia, só parecia que ela tinha engordado um pouco.

- America! - Ela veio me abraçar. Seu corpo estava quente, não estava fazendo bem a minha amiga ficar naquele lugar.

- Está tudo bem. - Eu digo, segurando suas mãos. - Já resolvi tudo, vou te tirar daqui. - Sorri para ela.

- Mas... o Rei...- Ela tentou.

- Ele não é responsável por você. Nunca foi, e nem nunca será. - Eu aviso. - Vamos sair logo daqui.

Marlee praticamente fugiu da cozinha, me dando os braços. Fomos para o meu quarto, onde colocamos a conversa em dia.

Era reconfortante conversa com Marlee, ela era minha melhor amiga, e eu senti muito a sua falta.

Ela me falou sobre Carter, e a rápida evolução do relacionamento deles.

Estávamos conversando quando um mordomo bate na nossa porta, dizendo que temos uma visita.

Visita? Agora? Literalmente o mundo inteiro sabia que eu ia chegar de viagem hoje, não pensaram que estaríamos cansados?

Marlee queria vir comigo, porém eu a mandei descansar, tomar um banho e voltar a usar as suas roupas.

Fui guiada para o Grande Salão, e anotei mentalmente, que em Illéa, as visitas são recebidas no grande salão com um lanche.

Entrei no grande salão e eu vi um casal. Uma menina de negra, com cabelos cacheados pretos, e olhos escuros.

O seu acompanhante era um homem alto e loiro, quando me aproximei, percebi que ele tinha olhos azuis.

Eles estavam conversando com Maxon quando eu entrei, e me aproximei, meio receosa. Quando meu marido me viu chegando, abriu um sorriso e esticou a mão para entrelaçarmos nossos dedos.

- Que bom que você chegou, querida. - Ele disse. - Esses são Jace e Elizabeu. - Ele me apresentou ao casal. - São os mais novos soberanos do Brasil.

Brasil? Os olhei com curiosidade, não sabia que tínhamos uma aliança com o Brasil. Fizemos uma reverência.

- É um prazer finalmente conhecê-la, America. - Disse Elizabeu. - Sei o quanto você lutou pela igualdade no nosso mundo, é uma honra fazer uma aliança com vocês.

- Eu não sabia que tínhamos uma aliança. – Digo, sem graça. - Qual é o motivo da sua visita?

- Viemos ajudar no desenvolvimento do seu plano para derrubar as castas. - Disse Jace, sorrindo para mim e para Maxon.

- Elizabeu fez uma verdadeira revolução no seu país. 

- Que isso Maxon, não é para tanto. - Ela fala sem graça e ficando roxa de vergonha.

- Você “só” mudou a constituição e acabou com a escravidão. Nada de mais. - Ele fala com sarcasmo.

- Você acabou com a escravidão do seu país? Como era ser líder de um país escravista? – Pergunto, com admiração.

- Ruim. - Ela suspira. - As pessoas sofrem e nada você pode fazer, mas a população te odeia, pois acha que você pode fazer algo, mas não faz porque não quer. - Ela franziu o nariz e continuou. - Não é muito diferente do que ser líder de um país com castas.

- Entendo. - Digo a ela.

- Mas isso é sigiloso. - Maxon fala. - Se alguém perguntar eles estão aqui, apenas para firmar a nossa aliança com eles.

- Está bem, eu digo. - Afirmei.

Elizabeu era uma ótima companhia, imaginei que Carter e Marlee iriam gostar dela, já que eles têm um vocabulário muito parecido. Afinal, de acordo com a própria Elizabeu, os brasileiros não têm um vocabulário muito refinado.

Nosso plano finalmente está indo para frente, acho que finalmente as coisas vão começar a dar certo para o nosso povo...

Agora eu sou America Singer (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora