Capítulo 11

352 29 18
                                    

Por mais que eu não conseguisse falar naquele momento, eu implorava pra ter mais de você, Laura.


Depois de alguns minutos te encarando, você finalmente tomou a iniciativa de me agarrar e me arrastar aos beijos até o quarto do hotel. Você empurrou a porta com o pé atrás de si, fechando-a e em questão de segundos caímos por cima da cama. Eu arfava contra seus lábios e você sorria e continuava acariciando-me por cima da roupa, da qual não hesitei em deixar você tirar e jogar em qualquer canto do quarto. O quê nos separava agora eram apenas as peças íntimas, e a tensão aumentava a cada segundo, meu corpo estremecia e me fazia arrepiar do pescoço até os pés, uma coisa totalmente distinta da qual eu nunca havia sentido antes. A questão era, a intensidade que aquela situação tomava não me deixava assustada e distraída, eu sentia como se já tivesse feito essas coisas antes com uma mulher, ou melhor, com você.


- Taylor... Tem certeza? - Você perguntou.


Pensei bastante sobre a pergunta. Eu tinha certeza absoluta do que eu queria, mas não entendi o porque não agi rápido para responder. Continuei, deixando uma pergunta pairar no ar, eu não queria mesmo responde-la, apenas queria que você não cortasse o clima e não tivesse medo dali em diante. Você novamente parou, porem não disse nada. Me olhou como se alguma coisa estivesse errada, como se tudo aquilo tivesse sido um erro, mas na verdade, não era esse o motivo. Seu belo rosto era a única coisa que me chamava atenção, e eu não parava de te olhar como se procurasse algo, ou melhor, uma resposta para entender o porque você não reagia e nem falava nada até então. Levei uma das mãos até o rosto e te fitei por longos segundos, aquela imagem que eu via na minha frente agora se desfazia e eu comecei a me assustar, no quarto só restava apenas eu e nada mais. Abri os olhos num instante, levantei rapidamente e fechei as cortinas fazendo os raios de sol desaparecerem, eles me cegaram quando acordei e aquilo me incomodava bastante. Ao voltar para a cama, não consegui dormir novamente, eu comecei a me lembrar do sonho que tive e confesso que me senti um pouco envergonhada de ter sonhado aquelas coisas com você.


- Já acordou, mamãe?


Charlie apareceu no quarto, ele estava lá fora e quando entrou deixou a porta aberta. Sorri e o abracei dando um beijo no topo de cabeça dele como eu sempre fazia. Eu quis gritar quando te vi passar pela porta e adentrar o meu quarto.


- Bom dia, bela adormecida! - Você disse.

- Eu disse que ela dorme demais. - Falou Charlie.


Os brinquedos de Charlie estavam espalhados pelo chão do quarto, e sem eu pedir, ele começou a recolhe-los e guardar alguns perto das malas. Você sentou-se ao meu lado na cama e me olhou, minhas bochechas estavam vermelhas e eu não sabia o que te dizer. Porem nem precisei, você começou a me fazer várias perguntas, e uma delas me deixou extremamente desconfortável em responde-la.


- Dormiu bem?

- Sim, claro. - Respondi. - E você?

- Como sempre. - Você respondeu e sorriu.


Me levantei e corri pro banheiro. Me arrumei e tomei um banho rápido. Você gritou perguntando-me se eu queria tomar café e eu respondi que sim, mas você não ouviu direito a minha pergunta. Você entrou no banheiro e disse:


- Eu não entendi, fala de novo.

- Laura... - Me surpreendi.

Cartas que você jamais vai lerOnde histórias criam vida. Descubra agora