~•°•Capítulo 1•°•~

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Estava andando perto da floresta que se encontra ao lado da vila. A floresta que ninguém entra. Todos temem o que há nela. Os possíveis animais perigosos. Árvores que não acabam. Um rumo sem fim. Uma floresta enorme que até os ruídos te fazem perder a sanidade. Uma floresta proibida. Todos tem medo.

Mas eu não. Nunca tive medo. De nada. Sempre fui corajosa. Igual meu pai. A enorme floresta não me dá medo. Ela desperta minha curiosidade. Eu quero saber o que há nela. O que vive nela.

Há uma única regra na vila. É proibido entrar nessa floresta. E eu... Eu quero quebrar essa regra. Eu vou quebrar essa regra!

Me aproximando da entrada da floresta, consigo ouvir o som dos pássaros, dos grilos, do vento. Fecho os olhos e respiro fundo. Posso sentir o cheiro do mato. Parecia que tudo ali chamava por mim. Tudo ali fazia minha mente querer mais. Querer saber mais, avançar por aquela mata, andar, correr entre as árvores.

Mas eu não podia. Não naquela hora, ao luz do dia. Teria que fazer isso escondida. Em algum horário em que ninguém passa por lá.

De noite- eu pensei.

É perigoso. Mas talvez um pouco de perigo não seja mal. Talvez seja algo interessante. Fora do normal. Uma aventura!

Acho que sou louca. Ninguém na vila ousa ficar menos de 5 à 10 metros de lá. Minha mãe acha que tenho um parafuso a menos. Ela diz que eu deveria ser que nem as meninas da minha idade. Pensar em garotos, vestidos e jardinagem.

Não ligo para os meninos da vila. Não que todos sejam chatos ou feios, tem alguns que são muito lindos e até divertidos. Mas nenhum chama minha atenção.

Em relação a vestidos e jardinagem, eu gosto de vestidos e de flores. Principalmente flores. Adoro mexer com plantas, e sentir o cheiro de algumas.

Posso gostar de algumas coisas como as outras moças da vila, mas posso afirmar que não sou igual elas! Tenho sonhos! Não são sonhos de casar com um dos rapazes mais bonitos da vila, e sim de viver algo incrível! Eu quero apenas... Viver.

Olhei em volta, não havia ninguém. Acho que dá para me aventurar um pouco!

Caminhei para dentro da floresta. Fui fazendo uma trilha com algumas pedras que achei no caminho, não sou burra, não quero me perder.

Andei por alguns minutos, acho que por mais ou menos uma meia hora. Olhei cada detalhe das árvores enormes, das flores incrivelmente coloridas e seus formatos esbeltos, os cogumelos que pareciam mágicos! Vi alguns pássaros, joaninhas, borboletas, besouros, vi até um tatu.

Não sei porque acham essa floresta assustadora. Aqui é maravilhoso! O cheiro, as plantas, os animais, os sons, as cores!

Continuei andando sem rumo, marcando meu caminho com pedras claro. Parei de andar quando avistei algo. Parecia o telhado de uma casa. Alguém moraria aqui?

Fui mais adiante para ver melhor o que seria aquela grande e alta estrutura. As árvores me impediam de ter uma visão completa.

Meu coração acelerou. Aquilo era muito para mim. Em segundos eu já tinha percorrido metros para chegar até aquela estrutura.

Esqueci de marcar o caminho com as pedras. Nada importava agora, eu só queria chegar ao meu destino. Eu apenas teria que andar em linha reta para voltar.

Fiquei de frente com aquela grande estrutura. Era uma casa. Não uma cabana que nem a de algumas histórias onde alguém habitava em alguma floresta. Era uma casa, não exatamente muuuuito grande, mas com certeza maior do que as da vila. Porém os detalhes eram parecidos com as casas da vila de alguns anos atrás. Talvez século.

A FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora