~•°•Capítulo 2•°•~

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Não cai no chão pois algo estava atrás de mim. Minha costas estava encostada em algo duro, resistente, mas ao mesmo tempo macio. Alguém tinha aberto a porta; o que me fez cair, e esse mesmo alguém tapou minha boca, de seguida, me puxou para dentro da casa.

Tentei gritar, porém sua mão em minha boca me impedia. Coloquei minhas mãos sob a sua tentando tira-la mas sem sucesso.

???- Ei, ei, ei, calma.... Calma. Eu não vou te machucar, só estou te ajudando a fugir do cão lá fora. Não precisa gritar.- disse atrás de mim.

Sua voz era um pouco rouca e grossa, me dava arrepios. Decidi que a melhor opção naquele momento era me acalmar. O indivíduo, devagar, tirou a mão da minha boca.

Estávamos ajoelhados no chão. Me afastei de quem estava atrás de mim, indo para frente, engatinhando. Estava com medo de virar. De ver quem era. Podia ser um velho com uma arma ou algo do tipo.

Respirei fundo olhando para porta. Talvez tenha sido uma péssima ideia ter vindo aqui.

Vamos lá Amélia, coragem!- pensei.

Comecei a virar para trás lentamente. Meu olhar estava baixo, olhei seus pés descalços. Subi meu olhar vendo suas roupas, que não eram velhas, pareciam ser de agora, modernas. Olhei para seu rosto. Estava com um olhar sério.

Era um rapaz com a aparência de ter mais ou menos a minha idade. Fiquei surpresa pois esperava alguém mais velho. Talvez não tão velho assim, mas com certeza eu não imaginava um jovem da minha idade morando aqui nessa casa.

Ele tinha os olhos fixos nos meus. Como eu, analisava cada detalhe da minha aparência. Ele tinha os cabelos castanhos escuros mas não chegavam a ser pretos. Estavam em um topete bem desarrumado. Seus olhos eram um cinza intenso, mas os mesmos pareciam tão vazios.

???- Por quanto tempo vai ficar me secando?- sua voz saiu num tom calmo que de algum jeito mostrava superioridade.

Amélia- E-eu não estou te secando.- Não pude deixar de ficar um pouco envergonhada.

Ele continuava a me olhar, com uma expressão séria. Desviei o olhar, me levantando do chão e ficando de frente à ele.

Amélia- Obrigada.

???- De nada. Sabe- ele fez uma pausa.- É raro alguém entrar na floresta, e mais raro ainda virem até o meio dela. O que faz aqui?

Amélia- Estava vendo uma flor na floresta e então veio um cachorro e começou a me perseguir.

???- Por que não correu para a vila?- ele conhecia a vila?

Amélia- Foi instinto...-disse num tom baixo.

???- Você gosta daqui?- olhei para ele que ainda continuava a me fitar, observando cada movimento meu.

Amélia- O que?

???- Digo... Você gosta da floresta? Do que tem nela? Não a acha assustadora? Não tem- ele deu alguns passos em minha direção, olhando para baixo. Assim que parou a mais ou menos dois metros de distância, subiu o olhar e voltou a me encarar.- medo dela?

Amélia- Por que teria medo de uma floresta? Ainda mais uma igual a essa. Essa floresta é linda, mágica!- disse com um brilho no olhar.- não entendo por que as pessoas da vila tem medo dela.

Realmente não entendia isso. Era algo maravilhoso, incrível. Algo que as pessoas sonham em ver. Mas e ele? Por que mora em uma floresta? No meio do nada?

Amélia- Mas e você? Por que mora aqui?

???- Era a casa dos meus pais.

Amélia- Onde estão seus pais?

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