A Floresta

~•°•Capítulo 8---(Parte I)•°•~

Acordei com a luz do sol em meu rosto. Mais um dia... Porém não comum. Hoje a noite iniciará o tão esperado baile. Tão esperado para as outras pessoas pois para mim... Eu só queria cavar um buraco no chão e sumir! Me levantei da cama, sonolenta, e cambaleei um pouco chegando na minha escrivaninha. Passei as mãos na pasta que ali estava.

- Arquivo 203.- murmurei.- Essa é a solução?

Apesar de querer tanto saber das coisas eu confesso que estou com um pouco de medo. Medo da verdade. E se algo horrível aconteceu? Quando começo a pensar sobre o que estaria escondido nessa pasta, acabo me esquecendo completamente do maldito noivado. Sinceramente, a pessoa que criou essa regra para as famílias fundadoras é uma idiota!

Caminhei até a janela do meu quarto, encarando a floresta. E James? Não o vejo desde o episódio na cabana. O que vai acontecer quando ele souber do noivado? Qual será sua reação? Irá me odiar? Pararemos de nos falar e nos ver? Seria como se nunca tivéssemos nos conhecido? E Charlie? Não posso deixa-lo! Se tivesse um jeito de quebrar essa regra eu não pensaria duas vezes em quebra-la.

- Amélia Wood! Acorda, agora!- ouvi Mary gritar detrás da porta.

- Já estou indo- gritei já irritada com suas batidas insistentes.

Coloquei a pasta numa gaveta com tranca e fui abrir a porta. Mary logo pulou no meu pescoço com um sorriso de orelha a orelha.

- É hoje!- cantarolou animada, pulando na cama.- É hoje que nossas vidas irão mudar Amélia, hoje, hoje, hoje!

Se ela soubesse o poder de suas palavras.

- É só um baile Mary. Continuaremos as mesmas.

- Minha querida e amada amiga. - forçou a garganta de um jeito dramático.- Hoje, com certeza irá rolar algo entre você e James.- eu ri.- Tá rindo de que?

- Somos apenas bons amigos.

- Bons amigos é meu...Ai, vocês são praticamente namorados!- afirmou.

Sorri. A ideia de James e eu como um casal é até um pouco engraçada e feliz. Mas lembro que isso nunca vai acontecer.

- Mary.

- Meu nome.

Olhei para ela com um sorriso triste. Já podia sentir um nó em minha garganta.

- O que foi?- perguntou com preocupação evidente em sua face.

- James e eu... Nós... Brigamos.

- Ah! É isso? Amélia, isso é completamente normal! Mas por que vocês brigaram?

Contei para ela sobre o dia na cabana, quando James disse que iria comigo ao baile e quando eu recusei.

- Amélia... Eu tenho uma pergunta bem séria para você, então responda com sinceridade.

- O que?

- Você tem problema?!- revirei os olhos.

- Mary, eu tive meus motivos.

- Seus motivos são sempre inconvenientes!

- Não dessa vez!

- Sério?- colocou a mão na testa.- Você está brincando né? Vocês aí na maior química e você vem com essa?

- Olha eu...

- Olha nada!- me cortou.- Qual é o seu problema? Quer que eu bata na sua cabeça para ela voltar a funcionar? Ele disse sim, Amélia, sim!- continuou com seu discurso falando do quão burra eu fui por uns minutos.